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Estado de Minas

Conheça o ônibus mais lotado da cidade


postado em 07/11/2011 06:35 / atualizado em 07/11/2011 10:24

O avanço do ônibus 3503, tentando uma brecha para retornar à faixa da direita, entre filas de carros e motos na direita da Avenida Dom Pedro II, obriga passageiros a se equilibrarem dando passos curtos e rápidos no caminho até a roleta. O aviso é claro: são permitidos 37 pessoas sentadas e 33 em pé. O número de pessoas não sentadas corresponde à razão de cinco por metro quadrado, determinada por legislação municipal. A regra nacional permite até seis por metro quadrado. O Estado de Minas contou até 49 pessoas num dos ônibus, o que dá sete por metro quadrado.

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Como a linha que mais transporta pessoas na cidade, o ônibus recebe também diferentes tipos de gente. Nesse aperto para se acomodar num assento qualquer ou no local com mais pontos de apoio, o fotógrafo Vanderlei Araújo, de 43 anos, deu sorte e logo se sentou com uma mochila grande repleta de equipamentos e outra bolsa de lentes e objetos. “Não é sempre que a gente dá sorte e consegue um lugar. O ônibus já sai do ponto final quase lotado”, afirma.

Menos sorte teve a técnica em segurança do trabalho Edilaine Cristina Mendes, de 28. Com sua motocicleta no conserto, ela teve de encarar um dos motivos que a fizeram comprar a moto: o aperto dos ônibus. Enquanto o coletivo se inclina para fazer as sucessivas curvas da avenida, Edilaine ergue a mochila e a apoia sobre a roleta. Entra com o corpo no vão e passa seu cartão, segurando ao mesmo tempo dois capacetes e uma bolsa. A dificuldade da mulher desperta a gentileza da cobradora, que pega os capacetes e a bolsa e a ajuda a atravessar a roleta. “Quando tive de deixar a moto na oficina, já pensei: ‘Hoje o dia vai ser daqueles, vou ter de enfrentar os ônibus cheios’”, suspirou Edilaine.

Assim que a técnica se apoiou numa haste de segurança e num balaústre perto da porta de desembarque, a cobradora Cátia Silene Nascimento Silva, de 37, prendeu a respiração e partiu para uma tarefa perigosa. Ela se levantou da cadeira atrás da gaveta de trocados e se agarrou aos balaústres. Como se estivesse num brinquedo, a mulher forte se movimentou dependurada nos balaústres e passou sobre a roleta, pousando na área de assentos preferencias.

Ali, ela começou a conferir quem tem cartões de gratuidade ou carteiras de identidade. Terminada a vistoria, voltou para o seu lugar. “Nunca caí, mas tenho medo. A gente podia ter uma porta que facilitasse nosso acesso até a roleta”, disse. O que ela faz é proibido, segundo o sindicato dos rodoviários, mas ocorre em vários coletivos por pressão das empresas, de acordo com os sindicalistas.

Repercussão

Leitores comentam no em.com.br

Os trens que circulam no metrô de BH (se é possível chamar de metrô) são os mesmo que rodam no subúrbio de São Paulo. Mas as autoridades de BH não andam de metrô e ônibus, fazer o quê?
Geraldo Trindade

Dentro dos vagões a falta de educação impera: celulares com todo tipo de música, pessoas nos assentos reservados fingindo que estão dormindo para não ceder lugar para idosos e grávidas. Existem formas mais inteligentes de operar o metrô. CBTU, não estamos mais na década de 80, acorda!
Alex Costa

A quem interessa matéria tão negativa? Fabricantes e vendedores de veículos individuais. Quais outros? O transporte coletivo é a solução para o caos urbano. Temos que melhorá-lo e torná-lo viável, não destruí-lo. Eu uso metrô em BH, é bom, mas há excesso no horário de pico e pouco uso nos demais.
João Costa Aguiar Filho


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