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Estado de Minas

Santa Casa de BH recebe mais um caso de siamesas

Gêmeas unidas pela região do abdômen estão internadas na Santa Casa de BH. Segundo o pai das crianças, elas teriam apenas um coração, o que não é confirmado pelos médicos


14/06/2011 06:00 - atualizado 14/06/2011 18:54

O pai Renato Bragança visita as gêmeas Vitória e Viviane no hospital em Timóteo, no Vale do Aço
O pai Renato Bragança visita as gêmeas Vitória e Viviane no hospital em Timóteo, no Vale do Aço (foto: ACS/HMVB/Divulgação)

Especialistas da Santa Casa, na Região Hospitalar de Belo Horizonte, estão diante de um caso raro na medicina. Desde sábado, estão internadas no CTI infantil as gêmeas siamesas Vitória e Viviane, nascidas na quinta-feira em Timóteo, no Vale do Aço. Elas foram transferidas para a capital devido ao quadro de alta complexidade. Nesta terça-feira, a equipe responsável informará sobre os procedimentos a serem adotados nas crianças unidas pela região do abdômen. Entretanto, na tarde dessa segunda-feira, o pai das meninas, o pintor de paredes Renato Bragança, de 23 anos, já  se mostrava muito preocupado. “Um dos médicos me informou que elas têm apenas um coração”, contou Renato, que mora há três anos com a mãe, de 17, em Coronel Fabriciano, na mesma região.

Renato criticou a atuação dos médicos do PSF do Posto do São Domingos, de Coronel Fabriciano, que não teriam encaminhado a mulher para fazer exames de ultrassom. O casal não tem filhos. O pintor, no entanto, mantém a esperança de ver as filhas recuperadas. “Quero as crianças em casa, o mais rápido, para poder cuidar delas”, afirmou.

Este é o 28º caso de gêmeos siameses trazidos para avaliação ou cirurgia na Santa Casa de BH. A instituição não confirma que as crianças teriam um só coração. Segundo boletim divulgado na tarde dessa segunda-feira, assinado pela intensivista horizontal do CTI Infantil Solange Peres Martin,  trata-se de “gemelares xifópagas, no quarto dia de vida, estáveis do quadro hemodinâmico e respiratório, com dieta por sonda, respirando espontaneamente em ambiente”. A má formação congênita de gemelares ocorre quando mais de um feto do mesmo sexo compartilha um único óvulo que, no momento da divisão celular, sofre alterações que podem resultar na unificação de membros ou órgãos dos recém-nascidos.

Vitória e Viviane nasceram por volta das 23h, de quinta-feira, no Hospital e Maternidade Vital Brazil (HMVT) – São Camilo e são o primeiro caso desse tipo na história do Vale do Aço. Estima-se, de acordo com pesquisas, que a probabilidade de ocorrência do caso é de 1 em cada 40 mil nascidos e de 1 em cada 290 gêmeos, sendo que, quando siameses, a chance de óbito no nascimento é de 50%.

O obstetra Guerino de Marta, do HMVB – São Camilo, fez a cesariana e não tinha conhecimento de que a jovem estava grávida de siamesas. “A paciente chegou ao hospital sem os exames básicos de pré-natal e sem ter feito ultrassonografia, muito menos exames de sangue. Fiz o toque ginecológico e verifiquei que a criança estava em posição sentada, o que nos levou a fazer a cesariana como se fosse de apenas um bebê”, explica o obstetra.

Prontuário Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Coronel Fabriciano informou que a jovem mãe, moradora do Bairro Padre Rocha, era atendida pelo PSF do Posto do São Domingos e que o exame de ultrassom foi pedido pela equipe responsável, “mas ela não seguiu os encaminhamentos para fazer tal exame. Todos os detalhes dos procedimentos feitos pelo posto de saúde, bem como as faltas da paciente às consultas marcadas, podem ser comprovados por meio de seu prontuário”.

 

 

Histórias de sucesso

Vitória Aparecida e Mariana de Fátima estão entre os 28 casos bem-sucedidos de gêmeos siameses trazidos para avaliação ou cirurgia na Santa Casa de BH. Elas nasceram em julho de 2005 no Hospital Odilon Behrens, também na capital, e foram logo transferidas para a Santa Casa. Unidas pelo apêndice xifóide, abdômen, bacia e genitálias (xifoonfaloisquiópagas), as meninas passaram por uma sucessão de exames e cirurgias. Depois de dois anos, cinco meses e dois dias internadas, receberam alta hospitalar e foram para a casa dos pais, no Bairro São Cristóvão, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Outro caso de sucesso foi de Ana Clara e Ana Flávia, de Monsenhor Paulo, no Sul de Minas. Em 2007, as gêmeas xifoonfalópagas passaram por cirurgia que envolveu 25 profissionais e tiveram alta em 10 de maio daquele ano.

 


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