Audiência pública vai discutir agressões sofridas por homossexuais na UFMG

Uma audiência pública deve ocorrer dentro de quinze dias na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para discutir violência, preconceitos e humilhações que estão acontecendo na instituição. O tema veio à tona depois que um casal homossexual foi agredido durante uma calourada do curso de letras.

Um dos estudantes agredidos, que não quis se identificar, contou que estava beijando um outro rapaz próximo a Faculdade de Letras (FALE), quando um homem se aproximou, jogou o seu companheiro no chão e começou a chutá-lo. Após as agressões, o homem começou a gritar com o casal, dizendo que eles são loucos e anormais. Na mesma festa, ouve relatos de que um casal de lésbica foi discriminado e sofreu agressões verbais.

Os dois casos causaram uma mobilização da Assembleia Nacional de Estudantes (Anel), do Grupo Universitário em Defesa da Diversidade Sexual (GUDDS), e vários centros acadêmicos, para dar um fim nessas discriminações. “ A homofobia vem acontecendo na UFMG há anos. Já tivemos outros casos no campus. Uma vez um casal de gays estava de mãos dadas e um segurança pediu para eles se separarem. Até professores já foram acusados por homofobia”, conta Daniel Arruda Martins, integrante do GUDDS.

Na terça-feira, representantes do Diretório Acadêmico da Faculdade de Letras da UFMG se reuniram com o diretor de Assuntos Estudantis da universidade, Luiz Guilherme Knauer para iniciar as apurações sobre o suposto caso de homofobia. A presidente do DA, Verônica Gomes, informou que o diretório entregou uma carta aberta à comunidade que será encaminhada à reitoria. “Discutimos a possibilidade de fazer uma audiência pública na UFMG sobre o tema, além de realizar debates e iniciar uma campanha em todos os campi não só contra a homofobia, mas contra o racismo e o machismo” afirma.

Um vídeo foi gravado para mostrar o que o aluno deve fazer quando sofrer alguma humilhação como homofobia e outras humilhações. “Fizemos esse vídeo nesta quinta-feira como medida emergencial. Vamos tentar disponibilizá-lo até o fim de semana”, afirma Martins.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFMG, o aluno que sofre uma agressão na universidade deve procurar a Ouvidoria ou a Diretoria de Assuntos Estudantis para registrar uma reclamação, assim, a UFMG pode abrir uma comissão de sindicância. Em relação o fato acontecido durante a calourada a assessoria, informou que a universidade não soube do ocorrido porque os estudantes não registraram reclamação. A assessoria também informou que, mesmo sem o registro, a universidade está apurando o caso.