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Estado de Minas

Coleta seletiva é ineficiente em BH


postado em 11/04/2011 07:00

O crescimento de 22% na geração de lixo em Belo Horizonte entre 2000 e 2010 é considerado pelo diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho, um atestado de ineficiência nas políticas de gestão de resíduos do município. “O crescimento é bastante significativo e mostra um consumo maior por parte da população de Belo Horizonte, além da insuficiência de políticas públicas para conscientização da população sobre como proceder na gestão dos resíduos sólidos, minimizando o volume de resíduos gerados”, afirma.

A redução, segundo o diretor, além de partir de práticas de consumo mais sustentáveis, precisa ser incentivada pelo poder público. “A coleta seletiva e os programas de mobilização social precisam ser mais efetivos na cidade”, salienta. Mas, na prática, não é isso que ocorre na capital. Apenas 10% dos 324 bairros da cidade contam com o serviço, que atende cerca de 354 mil pessoas dos 2,3 milhões de habitantes da capital.

O avanço do sistema em BH esbarra, segundo o diretor de operações da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Rogério Siqueira, no esgotamento da capacidade de triagem das associações de catadores. “Temos nove galpões mantidos integralmente pela prefeitura para onde é levado todo o material coletado de porta a porta ou nos cerca de 100 locais de entrega voluntária (LEVs). Não podemos mais ampliar esses espaços porque não existem outras associações para fazer a separação do material reaproveitável”, explica o diretor. Segundo ele, o valor de R$ 2 mil gasto para o funcionamento dos atuais galpões será ainda maior se a prefeitura contratar pessoas para o trabalho. No sistema atual, o catador é remunerado de acordo com o valor arrecadado com a produção.

O fim da capacidade de triagem foi comprovado pelo vice-presidente da Associação de Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare), Alfredo Sousa Matos. “Os galpões não suportam um aumento na quantidade de material recolhido. Falta espaço e pessoal capacitado”, conta. Conforme Matos, a escassez de mão de obra qualificada está aumentando cada vez mais por causa da migração dos catadores para o emprego formal. “A maioria das pessoas que trabalham com o lixo são as que perderam o emprego ou são moradores de rua. Muitos desistiram da atividade por encontrarem espaço no mercado de trabalho ou devido à queda no preço dos recicláveis.”


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