Polícia Militar nega agressão

Os sete policiais militares suspeitos da morte do desconhecido, protagonista de história misteriosa que envolve dinheiro, continuam na ativa. De acordo com o comandante do 1º Batalhão da PM, tenente-coronel Márcio Cassavari, eles foram ouvidos individualmente quarta-feira e apresentaram a mesma versão, contrária à apurada pela Polícia Civil. Os depoimentos, no entanto, coincidem com informações levantadas no Inquérito Policial Militar (IPM) aberto sobre o caso. Na avaliação do tenente-coronel, que está à frente das investigações na PM, os policiais não cometeram crime nem transgressão disciplinar. A Corregedoria da corporação ainda não tem conhecimento do assunto.

Segundo depoimento dos militares ao 1º BPM, o homem, de aparentes 32 anos, moreno, foi encontrado descontrolado em um motel na Avenida Paraná e encaminhado ao Hospital Galba Veloso, no Bairro Gameleira, na madrugada de sábado. “Estamos esperando o laudo do IML para fechar o caso. Tudo indica que ele morreu de parada cardiorrespiratória. Para mim, o assunto está encerrado”, afirma Cassavari.

Fonte da Polícia Civil ouvida pelo EM sustenta versão diferente e afirma que o desconhecido, que portava grande quantidade de dinheiro, chegou ao hospital com vários ferimentos, sem qualquer pertence. E acrescenta que ele pode ser mais uma vítima de ação desastrada de militares, a exemplo da possível execução de duas pessoas no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul, também no sábado.

Cassavari afirma que a PM fez ontem diversas diligências no local e não achou indícios de que os militares teriam agredido o desconhecido. “Tivemos acesso ao vídeo do sistema de segurança do motel e ele mostra apenas o homem sendo encaminhado pelos policiais. As algemas foram usadas em virtude do estado em que ele se encontrava”, diz, negando a existência de um pacote de dinheiro. “As informações que tivemos mostram que, na verdade, ele estava com uma nota de R$ 50 e teria comido o dinheiro”, completa, ressaltando que quem teria agredido o desconhecido seriam passageiros de um ônibus coletivo.

A direção do Motel Star-Day informou que o homem não estava hospedado no estabelecimento. Uma das testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, que não quis ser identificada, afirma que o desconhecido entrou descontrolado no motel, quebrou as vidraças, mas logo foi preso pelos PMs. “Parecia estar drogado. Não era hóspede, ele entrou correndo e, na mesma hora, os policiais chegaram. Saiu daqui sem machucado nenhum”, conta.