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Estado de Minas

Cerca com arame farpado vira polêmica no Anel Rodoviário


postado em 31/10/2008 06:44 / atualizado em 08/01/2010 04:08

Barreira precária não impede que pedestres, que estão entre as principais vítimas, se arrisquem transpondo as pistas fora das passarelas (foto: Euller Júnior/EM/D.A Press)
Barreira precária não impede que pedestres, que estão entre as principais vítimas, se arrisquem transpondo as pistas fora das passarelas (foto: Euller Júnior/EM/D.A Press)

O Departamento de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) adotou uma estratégia polêmica na tentativa de reduzir as trágicas estatísticas no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, onde, neste ano, houve 2.070 acidentes e 22 mortes, sendo 10 de pedestres e seis de motociclista. Uma cerca com arame farpado foi instalada em trechos entre o viaduto sobre a Avenida Dom Pedro II e o Shopping Del Rey, na Região Noroeste da capital, para impedir que motoristas mudem de pista passando sobre o canteiro de grama. A manobra é bastante perigosa, pois os condutores que praticam a imprudência reduzem a velocidade, repentinamente, numa via de trânsito rápido. A medida divide opiniões. O Dnit informa que a estratégia é paliativa e que estuda uma forma de substituir a cerca.

Muitos moradores e usuários aplaudiram a iniciativa, pois avaliam que, além de barrar a imprudência de motoristas, a cerca dificulta a travessia de pedestres fora das passarelas. O caminhoneiro Hermilson Verdinho, de 34 anos, que passa pelo local duas vezes na semana, já testemunhou muitos acidentes nos 26,2 quilômetros da via e defende o obstáculo. “A cerca é útil, porque evita a perigosa manobra. Acredito, ainda, que impede a passagem de pedestres”, justifica. Mas muita gente pensa diferente e avalia que a cerca representa grande armadilha.

“O movimento de motos aqui é intenso. Imagine se um motoqueiro sofrer um acidente e for jogado para o canteiro? O arame farpado pode até degolá-lo”, critica Pedro Paulo Vidal, de 30, que mora em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e trabalha numa empresa às margens da via. Ele, porém, se arrisca, todos os dias, numa perigosa travessia das pistas, pois o restaurante que almoça fica do outro lado do Anel. “A passarela mais próxima está bem longe”, justifica.

Radar

Enquanto isso, para reduzir os acidentes, o poder público aposta no radar móvel que entrou em operação na quarta-feira. O aparelho, cedido pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) à Polícia Militar Rodoviária (PMRv), flagrou, apenas no primeiro dia, mais de uma infração por minuto. Ao todo, foram 811 autuações em 10 horas de fiscalização. Na quinta-feira, apenas no período da manhã, pelo menos mais 189. “Foram mais de mil multas entre segunda e o início da terça-feira”, diz o capitão Agnaldo de Lima Barros, subcomandante da PMRv.

O Estado de Minas percorreu quinta-feira os 26,2 quilômetros da via, construída na década de 1960 para ligar a BR-040 à BR-381, e constatou várias irregularidades, como motoqueiros aproveitando buracos na mureta de concreto que separa os dois sentidos da pista para fazer uma conversão arriscada. A quantidade de pessoas que atravessam a rodovia debaixo de passarelas também espanta. Motoristas que dirigem com excesso de velocidade e caminhões pesados trafegando na faixa da esquerda, o que é proibido, foram outros maus exemplos.

O governo federal e a prefeitura destinaram, em 2006, cerca de R$ 80 milhões para revitalizar o Anel, que recebeu camada de asfalto, passarelas, pintura na sinalização horizontal, placas e outras intervenções importantes. Porém, há brechas na segurança, como as 10 lombadas eletrônicas desativadas há 12 meses. O Dnit havia providenciado a licitação do serviço, mas empresas que perderam o processo ajuizaram ações na Justiça e conseguiram a suspensão do processo.


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