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Estado de Minas

Morando com o verde


postado em 21/07/2019 04:17

SPA - A madeira, inclusive a de demolição na parede principal, compõe o spa, diretamente ligado à área da piscina. O material está presente também no gradil que liga o espaço ao living. A arquiteta criou uma espécie de galeria de circulação coberta por tapetes persas, para facilitar a circulação(foto: jomar baragança/divulgação)
SPA - A madeira, inclusive a de demolição na parede principal, compõe o spa, diretamente ligado à área da piscina. O material está presente também no gradil que liga o espaço ao living. A arquiteta criou uma espécie de galeria de circulação coberta por tapetes persas, para facilitar a circulação (foto: jomar baragança/divulgação)


Imagine uma casa de campo em que o verde entra pelo interior e pode ser desfrutado de qualquer local onde se esteja. Além das árvores nativas, o paisagismo assinado primeiro por Erly Hooper e depois por Alessandra Villela, contempla outras espécies de plantas que funcionam como moldura para o projeto assinado pela arquiteta Cristina Tôrres.
Com traços simples e precisos, obedecendo ao desejo dos proprietários de preservar um chalé já existente no terreno, ela desenha ambientes que traduzem um legítimo clima campestre. Os materiais escolhidos foram importantes nessa tradução: cimento queimado nos pisos aquecidos pelos vários tapetes persas e kilins coloridos, uma pitada de porcelanato, e madeira, elemento importante em toda a arquitetura.
 
Ela pode ser encontrada no teto da cozinha, na composição do SPA ou emoldurando as amplas janelas em vidro apoiadas em peitorais baixos, que rasgam os espaços para promover a interação com a vegetação exterior, deixando a luz do sol entrar. O granito imperial, por sua vez, compõe o bar/churrasqueira da área da piscina e está presente ainda na cozinha entremeado com ladrilhos hidráulicos que, além de colorir, remetem à lembranças de casas mineiras antigas.
 
Funcionalidade é palavra chave nesse trabalho. A dona da casa desejava que os ambientes fossem todos integrados e no mesmo nível para facilitar a comunicação entre família, amigos e convidados. Na sequência do spa, vem o living, depois a sala de jantar e, após, a cozinha, em desenho horizontalizado. Para garantir um trânsito eficiente entre eles, a arquiteta criou um corredor lateral que lembra uma galeria e deixa os espaços respirarem livremente. As telas na parede delimitória são assinadas por Fátima Neves e Jussara Costa.
Ao lado das novas aquisições de mobiliário e adornos, Cristina acolheu os que a cliente já tinha, objetos trazidos de viagens, móveis vintages, como a mesa redonda, acompanhada por quatro cadeiras vermelhas em couro com pés palito, usada para jogos. Logo atrás, fica o sofá com formas arredondadas e revestimento bicolor que, apesar de parecer antigo, tem design contemporâneo. O gaveteiro em couro encimado por espelho é outra peça memória do conjunto.
 
Na conversação principal, a mesa de centro com tampo em vidro e estrutura em ferro oxidado acobreado também foi aproveitada, dividindo espaço com um baú e com uma cesta em couro trançado, onde se encontram mantas acolhedoras para aquecer nas noites frias da região de Macacos. O teto em gesso ganhou rebaixamento especial para destacar a área, que funciona como um home theater.
 
Conforto é outra palavra presente na arquitetura de interiores. O sofá alongado conta com par de banquetas recobertas com mantas indianas à sua frente, numa proposta prática e decorativa. O enorme aparador horizontal em madeira escura, assinado por Pedro Useche, é encimado por gravuras de brasões, televisão, par de fotografias e uma mandala, que a dona da casa trouxe de uma das suas andanças pelo mundo. Mesas laterais triplas, uma chaise/espreguiçadeira revestida por tecido rústico, no lado do sofá, e duas poltronas Barcelona arrematam a conversação.

Mix A mistura é recorrente em toda a decoração, que foge do minimalismo para acolher objetos relacionados à memória afetiva, artesanato, tapetes policromáticos, unindo o clima rústico das casas de campo com soluções e materiais contemporâneos. A cor é elemento importante na criação dessa atmosfera alegre e descontraída. A escolha de peças alusivas a animais também pode ser observada no trabalho: passarinhos surgem no tecido da almofada, aparecem em porcelanas ou nas esculturas em madeira assinadas por Jefferson Lourenço dispostas no aparador em vidro defronte ao sofá. A dupla de cães galgos talhada no mesmo material ganha relevância. O projeto de Cristina Tôrres aposta na casa animada, cheia de vida, que flerta com os elementos da natureza em quase todos os momentos.
Na sala de jantar, os destaques são a mesa antiga em madeira com pés torneados, medindo 4,5m, e as cadeiras em palhinha. O ambiente exibe ainda um belo exemplar de arcaz encimado por tocheiros, gravuras de ânforas e vasos chineses com plantas, e mesa mineira, do acervo da proprietária, que ocupa posição estratégica no espaço. Acima, nas paredes, o par de relógios completa o cenário.
 
Entre o jantar e a cozinha, a arquiteta criou uma bancada de apoio em granito imperial acompanhada de bancos altos com pés em aço e assentos de madeira e couro, para o café da manhã ou pequenos lanches. Tanto aí quanto na cozinha, o teto em madeira ripada tem a função de aquecer e quebrar a monotonia da decoração.
 
Na área íntima, o interior dos dormitórios seguiu a mesma lógica: todos têm camas de casal, cortinas em linho, janelas que se abrem para o exterior, tapetes orientais.
 
Um dos locais da casa mais usado pela família e seus convidados é a área da piscina com piso em pedra ouro preto, onde é possível usufruir diretamente da paisagem em torno do sítio. Ela conta com o apoio de uma ducha escondida atrás de um painel decorativo, cuja iluminação rasga o interior da água promovendo um belo efeito à noite.


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