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Estado de Minas HOMOFOBIA E FAKE NEWS

Cássia Kis: 'Gays e lésbicas querem destruir a família'

Apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, a atriz ainda usou uma fake news para justificar seu discurso, em entrevista para a jornalista Leda Nagle


27/10/2022 11:56 - atualizado 27/10/2022 14:26
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Atriz Cássia Kiss em entrevista para o canal da jornalista Leda Nagle
A atriz disse ainda que as 'famílias tradicionais' estão ameaçadas pela existência da 'ideologia de gênero' (foto: Reprodução/redes sociais )
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Apoiadora do presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), a atriz Cássia Kis, 64, fez um discurso homofóbico sobre as relações envolvendo gays e lésbicas sob alegação de defesa por estarem "destruindo a família". Durante uma live realizada com a jornalista Leda Nagle, a atriz, que dá vida a Cidália na novela "Travessia" (TV Globo), contou sobre sua crença no catolicismo e afirmou que o mundo está levando ameaças para as famílias brasileiras.

 

 

“Você sofre amando Deus. Qual é o meu propósito como católica? Amar a Deus sobre todas as coisas. Hoje, eu tenho um filho dentro da minha casa dentre os meus quatro, o Joaquim. Ele trabalha no centro Dom Bosco, que é uma escola com objetivo de construir homens de verdade... É o caminho certo, não tenho dúvida nenhuma. Diante de tantas ameaças sobre a família. A vontade que o mundo está de destruir a família”, afirmou a atriz.

 

Na sequência da live, a artista disse que as "famílias tradicionais" estão ameaçadas pela existência da "ideologia de gênero". Sem apresentar provas, ela relatou que escolas possuem um "beijódromo" para as crianças se relacionarem.

 

"O que está por trás disso? Destruir a família. Destruir a vida humana? Porque onde eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?", questionou.

 

Ao que tudo indica, a atriz está se referindo a uma fake news que mostra duas meninas supostamente se beijando na Paraíba. A informação foi checada pela Agência Lupa e não é verdadeira. Segundo a checagem, a imagem registra uma gincana pedagógica que consistia em mostrar a afetividade nas convivências sociais.

 

Após participarem de uma roda de conversa sobre a importância de não machucar os colegas com beliscões, puxões de cabelo e mordidas, os alunos retiravam um pirulito de um cartaz e entregavam a outro estudante com alguma demonstração de afeto.

 

Leia também: Cássia Kis pede oração contra 'ameaça comunista' em vídeo  

 

No encerramento do tema "fé e Deus", Cássia Kis questionou como será a formação da família brasileira num futuro próximo, citando que apenas a mulher tem a capacidade biológica de reprodução.

 

"Se você tem um casal gay é uma coisa quando eles querem adotar uma criança, mas e quando não tiver mais [o desejo]? Afinal de contas, isso ainda é gerado dentro do útero de uma mulher. Aí, você precisa de um óvulo e espermatozoide, sim.", pontuou.

 

Ainda na transmissão ao vivo, ela também destacou que a "pandemia foi maravilhosa" por ter a ajudado a se descobrir uma pessoa conservadora.

 

"Eu estou com a vida cheia de Deus muito recente. Essa pandemia foi maravilhosa pra mim, ela me trouxe a verdade. Primeiro, eu conheci o Brasil Paralelo e fiquei assustada porque eram de direita e não que eu fosse de esquerda, porque eu já tinha me divorciado da esquerda lá atrás, em 2014. Ouvi falar do Olavo de Carvalho e saí fora do negócio", contou.

 

"BOLSONARO TINHA QUE LEVAR UMA SURRA"

A defesa à reeleição de Jair Bolsonaro acontece dois anos após a artista dizer que o Presidente da República deveria "levar uma surra de cinto da mãe" por conta de suas atitudes durante a pandemia.

 

Em entrevista à revista Veja, em 2020, Kis declarou que estava muito triste durante o período de isolamento social causado pelo coronavírus. Segundo ela, o comportamento do Presidente da República era de um "homem infantil que não amadureceu".

 

Sem papas na língua, ela pontuou que Bolsonaro tinha uma atitude negacionista contra a saúde pública por ir contra as orientações do ministro da saúde da época, Henrique Mandetta.

 

"Quando eu via o Mandetta falando, até pensava: 'O Brasil vai sair bem dessa história'. Tinha um comando ali, ele sabia o que fazia. Lidava com a ciência. Aí vem o Bolsonaro, filhinho da mamãe, birrento, querendo mostrar que ele é que manda. É inacreditável."

 

"FUI PETISTA"

 

O racha de Cássia Kis com o ex-presidente Lula e seus aliados na política nacional foi externado, oficialmente, em 2015 —um ano após a reeleição de Dilma Rousseff como presidente da república. Durante a premiação Troféu Mulher Observadora, da revista digital Observatório Feminino, a artista relatou que chegou a ficar deprimida em virtude da política.

 

"Nós estamos vivendo um pesadelo. O triste é que não é um pesadelo. É uma realidade que começou há dez anos. O país foi destruído. Há cinco anos o Brasil está descendo ladeira. Só desce, não sobe mais. Eu leio dois jornais por dia e me sinto muito corajosa por isso. Meu marido me manda parar e eu digo que não consigo. Parece que não vai parar de aparecer 'm'. Com um 'M' bem grande. Vai dando desespero ver tanto absurdo", desabafou ela, no relato trazido pelo site EGO.

 

A artista não escondeu que sofreu com uma grande desilusão com a política e afirmou que o PT (Partido dos Trabalhadores) era doente. Ela, no entanto, não declarou quem seria o novo político ou partido que passaria a ter o seu apoio. No ano seguinte, ela foi às ruas de Copacabana, no Rio de Janeiro, ao lado de Marcio Garcia, Susana Vieira e Marcelo Serrado durante protesto contra a presidente Dilma Rousseff.

 

ÚLTIMO TRABALHO NA TV

 

A atriz Cássia Kis está de volta às telas com a novela "Travessia", que assumiu o lugar de "Pantanal", na TV Globo.

Em seu último trabalho na televisão, a atriz interpreta a vilã Cidália. No papel, ela é uma executiva ardilosa que trabalha há anos na empresa de Guerra (Humberto Martins) e tentará chegar ao poder por meio de intrigas


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