
Na introdução do livro, Moriconi explica que a seleção se pautou pelo critério do que parecia mais significativo para uma antologia. “Não necessariamente 'o melhor', até porque tudo que Silviano escreveu sobre literatura brasileira é 'do melhor'. Em tudo que Silviano escreve sobre literatura, há o grão da ideia original, a agudeza da provocação pertinente. Difícil fazer justiça ao Silviano crítico e estudioso especificamente de literatura brasileira numa antologia cuja meta é apresentar o perfil diversificado de toda uma trajetória de pensamento. O recorte terá que ser drástico, quase que um aperitivo, embora substancial como refeição completa”, afirma.
De acordo com ele, o ensaio lhe possibilita trabalhar mais as ideias do que obras. “Se você pegar o Machado de Assis, por exemplo, o mais importante, para mim, não é a visão global dele, mas o que acho de mais relevante na retórica da verossimilhança, que não tem nada a ver com a retórica da verdade. Isso, aliás, está no texto Retórica da verossimilhança: Dom Casmurro”, comenta.
OITICICA
Publicado na edição do Estado de Minas de 23 de março de 1980, Fé no veneno, o ensaio Hélio Oiticica em Manhattan foi uma homenagem do autor ao amigo. “Esse texto saiu no jornal no dia seguinte à morte dele. Mostra a nossa convivência em Nova York, mas também meu interesse na figura de seu avô, José Oiticica, filólogo de renome mundial que conciliou a gramática com a anarquia”, explica.O menino sem passado


