Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresenta "Convite à valsa", com peças atemporais dos compositores Tchaikovsky e Strauss

Paulo Lacerda/divulgação

A valsa surgiu nas regiões da Áustria e Alemanha, e ficou conhecida mundialmente como um dos gêneros musicais mais românticos. Versáteis e apaixonantes, encantam há séculos. Entre os compositores mais conhecidos, estão Piotr Ilitch Tchaikovsky e Johann Strauss.

E eles inspiram o novo concerto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. No intuito de explorar a diferença entre a valsa do russo e a do austríaco, a OSMG executa “Convite à valsa”, nesta terça (8/8), às 12h,  com trechos do programa e entrada gratuita, e quarta (9/8), às 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com repertório integral e ingressos a partir de R$ 10, a inteira. As apresentações fazem parte da série Concertos da Liberdade.

Programa

O programa, dividido em dois blocos, vai interpretar trechos mais conhecidos dos compositores. No repertório de Tchaikovsky, a orquestra apresenta clássicos, como “O lago dos cisnes”, “A bela adormecida”, a “Valsa das flores”, do balé  “O quebra-nozes", e “Eugene Onegin”, a valsa de ópera baseada no livro homônimo de Alexander Pushkin, publicado em 1831.

O segundo bloco apresenta as obras de Strauss, conhecido como o Rei da Valsa. Serão quatro composições: “Valsa do imperador”, “Contos dos bosques de Viena”, “Vozes da primavera” e o clássico “O danúbio azul”, que representa o ápice do repertório vienense durante o romantismo.

“A nossa intenção é justamente mostrar a diferença entre a valsa de Tchaikovsky e a de Strauss, ou seja, a valsa que foi escrita para balé e a valsa que foi escrita para se dançar no salão”, afirma o maestro Roberto Tibiriçá.

A orquestra planeja momentos de aproximação com os espectadores, nos quais, enquanto transportados para a atmosfera romântica do concerto, entendam a riqueza de variações e ornamentações das óperas interpretadas.

“Vamos dar exemplos e explicar as diferenças durante os momentos da apresentação. Na valsa de balé, de Tchaikovsky, não existem muitas mudanças na melodia, já que os bailarinos, guiados pela melodia, precisam de estabilidade nos passos”, afirma o maestro.

A nossa intenção é justamente mostrar a diferença entre a valsa de Tchaikovsky e a de Strauss, ou seja, a valsa que foi escrita para balé e a valsa que foi escrita para se dançar no salão

Roberto Tibiriçá, maestro


Contrapontos

Cheias de requinte e variações, as obras de Strauss partem em contrapartida às composições russas e, em ritmos diversificados, propõem desafios aos instrumentistas e regentes que as interpretam.

“Na valsa de Strauss, acontece o contrário. As composições são cheias de mudanças de andamento, existem três, quatro, cinco valsas, ao mesmo tempo, que possuem temas diferentes e que seriam muito difíceis de serem dançadas por um balé”, diz Tibiriçá.

“Convite à valsa” surgiu do desejo de fugir dos repertórios clássicos, como as sinfonias de Beethoven, além de abrir o leque para levar o público a outro universo das músicas de concerto. As composições do século 19 representam, para a Sinfônica de Minas Gerais, a oportunidade de apresentar seu trabalho a uma plateia não acostumada a consumir esse tipo de repertório.

“As valsas escritas tanto por Strauss quanto por Tchaikovski são capazes de criar uma atmosfera romântica e é isso que buscamos com o concerto. As melodias são muito bonitas, capazes de conectarem-se emocionalmente com quem as ouve”, diz Tibiriçá.

Dança no palco

Para o maestro, as apresentações desta terça e quarta são uma maneira de reviver, ainda mais, as composições sentimentais de Tchaikovsky e Strauss. “É a primeira vez que apresentamos o ‘Convite à valsa,' e estamos nos divertindo muito. Essas obras, em específico, são conhecidas por serem melodiosas, e é curioso, porque, quando tocamos, a própria orquestra começa, instintivamente, a dançar um pouco, a mover o corpo. É uma coisa que acaba contaminando todo mundo.”

“CONVITE À VALSA”
Concerto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Nesta terça (8/8), às 12h, gratuito e com trechos do repertório. Na quarta (9/8), às 20h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537– Centro), com ingressos a R$ 20 (inteira, plateia 1), R$ 15 (inteira, plateia 2) e R$ 10 (inteira, plateia superior). Informações: (31) 3236-7400

*Estagiária sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro