As características do bolsonarismo e o ataque de extremistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, são temas abordados pelo autor no livro, que é o primeiro volume de uma trilogia
O lançamento ocorrerá após a palestra “Kasparov e a máquina”, que Castro Rocha oferece no ciclo “Mutações-Corpo-Espírito-Mundo: Passagens”. Nesse primeiro volume, o autor destrincha o mecanismo interno do bolsonarismo, a sua mentalidade e a sua transformação, temas que aborda na entrevista a seguir.
João Cezar de Castro Rocha avisa: 'A extrema direita veio para ficar no Brasil. E essa radicalização se sustenta na guerra cultural'
Facebook/reprodução'O terrorismo doméstico já está em germe. E faço a relação no livro: de 30 de outubro a 8 de janeiro, percebe-se a escalada descontrolada da violência. É muito chocante. Nós poderíamos ter tido no Brasil, no dia 24 de dezembro, um dos maiores atentados terroristas da história, se aquele caminhão de combustível explodisse no Aeroporto de Brasília. Guerra cultural, destruir a imprensa, violência física, eliminação do outro, terrorismo doméstico'
João Cezar de Castro Rocha, professor da Uerj
'Uma vez que a guerra cultural se transformou em forma de vida, tem o ethos religioso. Então, a derrota eleitoral não é mais aceitável, está fora de questão: é inconcebível que o mito, o ungido, tenha perdido a eleição. Agora, se a derrota não é possível, se agora o ethos é religioso, não existe mais adversário político: o que existe é o herege ou o ímpio'
João Cezar de Castro Rocha, professor da Uerj
'A extrema direita transnacional - que é toda neopentecostal ou cristã ou católica conservadoríssima - realizou um movimento teológico que ajuda a entender o apoio a Bolsonaro e o apoio a Donald Trump. O movimento teológico foi a transferência do Novo Testamento para privilegiar o Velho Testamento'
João Cezar de Castro Rocha, professor da Uerj
Capa do livro Bolsonarismo, da guerra cultural ao terrorismo doméstico
Autêntica/reprodução
*Para comentar, faça seu login ou assine