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Em 'Mal de família', viúva e cunhada de homem morto são suspeitas de crime

As cinco mulheres do clã Garvey superam suas diferenças para lidar com a acusação de assassinato na série irlandesa que estreia nesta sexta (19/8), no AppleTV


19/08/2022 04:00 - atualizado 18/08/2022 23:04

As cinco atrizes que interpretam as irmãs em 'Mal de família', sentadas à mesa, ricamente decorada, com cara de tédio
Unidas, mas muito diferentes entre si, as irmãs Garvey tinham razões para odiar a vítima do crime (foto: APPLE/DIVULGAÇÃO)

JP está morto. Mas, afinal, quem se importa? E a baita ereção post-mortem exibida no caixão não ajuda muito a tentar acalmar a dor da viúva, Grace. Bem-vindo ao mundo das irmãs Garvey, um clã irlandês formado por cinco mulheres e no qual nada é o que parece. 

Comédia dramática com forte teor ácido, “Mal de família”, série em 10 episódios, estreia nesta sexta (19/8), no AppleTV+. Acompanha a vida das Garvey, irmãs muito unidas que cresceram juntas em uma cidade costeira da Irlanda, depois da morte prematura dos pais. 

Eva, Ursula, Bibi e Becka são muito diferentes, mas têm em comum o ódio a JP, um homem misógino, racista e egoísta que casou com Grace, a outra irmã. E a morte dele, a série não demora a mostrar, não foi acidental. Todas tinham um motivo para matar JP.

“Mal de família” é uma adaptação da produção belga “Clan” (2012). “Quando a Apple do Reino Unido pensou em mim, tive algum receio, pois era uma produção em grande escala. Assisti ao original e me falaram: não vá além. Mas fomos muito além, o mais pesado que conseguimos. E eu sabia que tinha que ser assim, pois, se não fosse da minha maneira, qual o sentido?”, comenta a atriz Sharon Horgan, produtora-executiva, roteirista e uma das protagonistas.

Irmãs

Ela interpreta Eva, a mais velha das Garvey. Já passou dos 40 e não tem a vida que imaginava. Sem filhos, é muito dedicada à família. A segunda mais velha é Grace (Anne-Marie Duff), a boa irmã. O problema é que o casamento com JP (Claes Bang) a anulou completamente. A terceira é Ursula (Eva Birthistle), que, para quem olha de fora, está com a vida resolvida. Marido, três filhos e carreira como enfermeira.

As duas caçulas são também as morenas da família. Bibi (Sarah Greene) é casada com Nora (Yasmine Akram), tem um filho e é competitiva e organizada. O contrário da caçula, Becka (Eve Hewson) que, próxima dos 30, não conseguiu fazer nada certo, seja na vida profissional ou na pessoal. 



A partir da morte de JP, a série vai e volta no tempo, acompanhando o relacionamento das irmãs e o que levou ao desaparecimento do cunhado odiado. Todas têm razões para vê-lo longe, inclusive a própria mulher, é o que a história vai mostrando – com muita ironia a despeito de tantos dramas.

“Ainda sinto certo nervosismo sobre o que o público irlandês vai pensar sobre a história. É apenas diferente do que pensar numa audiência inglesa ou brasileira”, comenta Sharon, que ficou conhecida pela ótima comédia “Catastrophe” (2015-2019), outra produção que criou e protagonizou.

Todo o elenco principal é irlandês – Anne-Marie Duff nasceu e foi criada na Inglaterra, mas tem pais irlandeses. “Uma série sobre cinco mulheres irlandesas, que não seja de época, é algo muito raro. Nós nos sentimos muito bem filmando, pois além da familiaridade com o local, ainda tinha a paisagem”, diz Anne-Marie, bem popular no Brasil graças à participação em “Sex education” (ela é Erin, a mãe da protagonista Maeve).

A morte de JP é comemorada pelas cunhadas no início da narrativa. Mas uma investigação que uma companhia de seguros comandada por dois irmãos começa a mostrar que há algo de muito errado ali. 

Indefensável

Para Claes Bang, seu personagem é indefensável. “Trabalhei muito para mostrar que havia várias razões para se matar JP. Ainda que nada justifique um assassinato, fiz o melhor para a história ter senso e ele ser o mais ‘assassinável’ possível”, brinca o ator. Para ele, o mais importante é que a dinâmica das cinco personagens funcionou bem e rápido. “A conexão entre elas é o que mais amedronta JP, pois ele é um cara muito inseguro.”

Sobre o set predominantemente feminino, Bang é só elogios. “Você tinha mulheres por todos os lugares (três diretoras assinam os episódios), todas pessoas maravilhosas para trabalhar. Teve um dia em que disse a Anne-Marie que tinha muita mulher no set. Ela me respondeu: ‘Agora você sabe como me senti por 30 anos’”, comenta o ator, entre risos.

Até a música-tema é defendida por uma mulher. E que mulher. PJ Harvey regravou “Who by fire”, de Leonard Cohen. “Foi ideia minha e fiquei muito feliz que deu certo. Nunca havia feito uma série como esta e foi uma batalha para conseguir os direitos para a gravação”, conta Sharon.

De certa maneira, “Mal de família” pode ser relacionada com “Big little lies”, pois traz um homem odioso assassinado e um grupo de mulheres unidas para ocultar o crime. “Quando começamos a produção, houve uma conversa sobre isso, pois é uma história sobre o mistério de um crime. Mas o ambiente é bem diferente, assim como a relação entre as mulheres, pois há os laços de sangue”, diz Anne-Marie.

E há o humor, ainda que por vezes um tanto mórbido. “As pessoas são mais abertas a assistir uma comédia, mesmo que só depois percebam que é uma questão séria que está sendo tratada”, diz Sarah Greene. E Sharon acrescenta: “Imagine se fosse um drama com cinco mulheres naquele lugar... Não iria funcionar, pois é muito forte o que vem a seguir”.

“MAL DE FAMÍLIA”

• Série em 10 episódios. Os dois primeiros estreiam nesta sexta (19/8), no AppleTV . Os demais estreiam sempre às sextas. 


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