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Estado de Minas

Livraria Ouvidor só funciona até sábado (26/2). Fechamento é irreversível

Proprietário tentou negociar loja ao longo de fevereiro mas não conseguiu realizar a transição


24/02/2022 11:15 - atualizado 24/02/2022 11:43

Livraria Ouvidor, na Savassi, de portas fechadas. Local fecha em Belo Horizonte depois de 52 anos
Livraria Ouvidor vai funcionar somente até sábado (foto: Leandro Couri/EM/D.APress)
Não tem volta: a Ouvidor vai funcionar somente até este sábado (26/2). Bernardo Ferreira, da segunda geração de proprietários da livraria, confirmou ao Estado de Minas que não conseguiu negociar a loja e que vai fechar suas portas.
 
“Se a gente analisar a história da Ouvidor, o nome, é uma coisa. Mas na hora que você olha a realidade, os compromissos que teria que assumir, é outra. O que percebi é que as pessoas do ramo – livrarias, distribuidoras, editoras – estão muito enfraquecidas, como nós também. E quem é de fora se assusta com o trabalho, os custos. Não é o momento propício para investimentos. Como a gente já tinha tomado essa decisão e não conseguiu fazer a transição, é com pesar que fechamos. Mas achamos que esta é a forma mais segura para todo mundo”, disse.
 
Fundada há 52 anos na tradicional galeria que também a batizou, a Ouvidor, que está na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, desde 1974, foi criada por Marcelo Coelho Ferreira, pai de Bernardo. 
 
“É lógico que o meu pai está sentido, mas conversamos bastante. Resolvemos fechar agora para sair pela porta da frente e não deixar a situação se agravar. A partir do momento em que vimos que teríamos dificuldades em honrar nossos compromissos, resolvemos encerrar o ciclo”, acrescentou Bernardo.
 
No início de fevereiro a decisão do fechamento foi tomada. Houve tentativas de negociar a loja, cujo imóvel é de propriedade da família Ferreira, para outros comerciantes. 
 
O fim da Ouvidor repercutiu muito ao longo deste mês. “Todos nós ficamos muito gratos e surpresos com as mensagens de apoio, as pessoas que continuaram vindo aqui como forma de contribuir. Muita gente se mobilizou, deu força, alguns até brigaram com a gente. Ficamos comovidos e agradecidos”, completou.
 
Não haverá queimão ou promoção nos três últimos dias de funcionamento da Ouvidor. Como a maior parte dos livros é recebida em consignação com distribuidoras e editoras, os volumes serão devolvidos. “Temos alguma coisa que é nossa mesmo, mas é muito pouco diante do estoque que temos. Então não é nada que justifique uma queima”, afirmou Bernardo.
 
Mais tradicional livraria em atividade em Belo Horizonte, a Ouvidor também inaugurou um corredor literário na Savassi. A loja é vizinha de outras duas livrarias de rua, a Quixote e a Scriptum.


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