Virada Cultural de BH terá nove 'palcos' on-line. Saiba localizar sua tribo

Dois anos após reunir milhares de pessoas no hipercentro de Belo Horizonte em uma edição histórica realizada em 2019, a Virada Cultural retorna à capital a partir das 19h deste sábado (16/10) e segue até as 19h de domingo (17/10), com a promessa de agitar a cena cultural da cidade de forma diferente. 

O evento, que promete 24 horas ininterruptas de programação, será realizado em formato on-line, devido à pandemia do novo coronavírus, com atrações transmitidas por meio do YouTube. Haverá duas intervenções no Museu da Moda, configurando um espaço de programação presencial.

Gratuita, a programação abrange teatro, dança, música, intervenções e instalações urbanas, cultura popular, gastronomia, moda, design, bem-estar, saúde, cinema e literatura. As atrações on-line compõem a maior parte do evento e serão distribuídas em nove espaços simultâneos de transmissão ao vivo, no canal da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte no YouTube, batizados de Vira e Faz, Vira Saia, Vira Virou, Vira Pipoca, Vira Guaicurus, Vira Bem, Vira Estação, Vira Praça Sete e Vira Geek.

O Vira e Faz receberá oficinas e atividades formativas em diversas áreas. O Vira Saia será o espaço dedicado a manifestações de cultura popular, como samba, forró e congado. No Vira Virou, o cantor, ator e diretor Marcelo Veronez realiza, ao vivo, durante toda a virada, conversas com outros artistas sobre o fazer criativo.

O Vira Pipoca será dedicado ao cinema, teatro, dança, performances, gastronomia e literatura, enquanto o Vira Bem tem como tema o bem-estar, com atrações para o público infantil, shows de MPB e de música instrumental, contação de histórias e bate-papos.

Novidade no evento, o Vira Geek será um espaço exclusivo para os fãs do universo dos games, quadrinhos e animes. Nele ocorrerão oficinas, webinars e finais de competição de videogames.

 O Vira Guaicurus combinará música, teatro, dança, moda, performance e circo. Nele será transmitido o show da cantora baiana Josyara, gravado na laje da Associação Cultural do Aglomerado da Serra, em formato voz e violão.

A participação da artista faz parte da programação feita em parceria com a festa Divina Maravilhosa, que também promove na Virada performances de Angela Ro Ro, Afroito, Coral, Lica Del Picchia, Morgs Rodriguez e Júlia Mangaia.

"Fazer uma edição on-line sem a pressão de venda de ingresso e bar para fechar planilha nos possibilitou trazer artistas LGBTQIAP+ com outras escolhas estéticas para além do frevo, com shows mais intimistas, performances mais trabalhadas esteticamente. É uma forma de contribuir para que esses artistas circulem, coloquem seus trabalhos em visibilidade, sobretudo em tempos de tanta escassez", afirma Gigi Favacho, idealizadora da festa.

O show de Angela Ro Ro, um dos destaques da programação, foi gravado em pleno Viaduto Santa Tereza e traz a cantora em formato voz e piano cantando sucessos de sua carreira.

O cartão-postal belo-horizontino também serviu de palco para a gravação do show do duo pop Clara x Sofia. Apesar de estarem na ativa desde 2017, as duas nunca se apresentaram no evento em outras edições. Em razão disso, prepararam uma apresentação especial com músicas autorais e covers de outros artistas.

"Estamos há muito tempo sem fazer shows, então a oportunidade de fazer parte da Virada é muito especial. Além disso, é a nossa estreia em um evento que nós já frequentamos muito e que sempre achamos muito massa", diz Clara Câmpara.

Ao todo, o show que elas prepararam, intitulado "O pop delas", será composto por 11 músicas. Do repertório autoral, a apresentação inclui "Seu fim em mim", "Falei demais", "Fala (Tô te querendo)", "Em par" e a versão que as duas lançaram para o funk "Tremendo vacilão". Covers de artistas como Dua Lipa, Pabllo Vittar, Anitta, Duda Beat e Kali Uchis completam o repertório.

"Essas são artistas que nos influenciam em todos os aspectos do nosso trabalho: a maneira como a gente se manifesta, a nossa estética, as roupas, como a gente compõe e se porta no palco", comenta Sofia Lopes.

A programação musical também estará presente no Vira Estação, que receberá a participação de blocos de carnaval dedicados ao funk, rap, MPB e ao jazz. Uma das principais atrações é o bloco Funk You, que gravou sua participação na Virada no palco do Grande Teatro do Palácio das Artes, levando o funk para um dos espaços mais tradicionais da cidade.

Por fim, o Vira Praça Sete também servirá como palco para manifestações musicais no evento. O show "Não importa a pergunta, a resposta é o amor", protagonizado pelo músico Dudu do Cavaco, é uma das atrações.

Vale ressaltar que a programação on-line da virada poderá ser acompanhada somente no período de realização do evento. O conteúdo não ficará disponível após o término. 

A programação off-line ficará por conta de intervenções urbanas espalhadas pelo Hipercentro da capital mineira. No MUMO - Museu da Moda, o Festival Verbo Gentileza realiza a exposição "Bandeiras da revolução", que reúne criações dos artistas Aislan Pankaru, Ariel, Dias Brasil, Efe Godoy e Lavi Kasongo. Cada um deles criou uma bandeira de grande porte que ficará em exposição no museu até 1º de novembro.

Já a intervenção "Um lambe por dia", do artista Leonardo Beltrão, irá reunir, também no MUMO, um painel com trechos da letra da música "Revolução gentil", manifesto cantado do Verbo Gentileza 2021, além de frases icônicas da programação do festival que estão em diálogo com indicadores brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).