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Estado de Minas AGENDA PANDÊMICA

Festivais oferecem diversão cultural on-line para a criançada

"Catavento" e "FeNAPI" buscaram novas formas de atrair a atenção da garotada para shows, videopeças, oficinas. Eventos são realizados no YouTube e Instagram


19/06/2021 04:00 - atualizado 19/06/2021 07:37

Grupo Serelepe criou espetáculo adaptado para o mundo virtual pandêmico(foto: Elcio Paraíso/divulgação )
Grupo Serelepe criou espetáculo adaptado para o mundo virtual pandêmico (foto: Elcio Paraíso/divulgação )

Com a rotina alterada pela pandemia, as crianças passam mais tempo dentro de casa, obrigando pais e responsáveis a procurar lazer e entretenimento em formato virtual para elas. Festivais on-line e gratuitos destinados ao público infantil são boas opções para os fins de semana da garotada.

Os festivais “Catavento” e “FeNAPI – Arte entre infâncias” são bons exemplos disso. O primeiro reúne artistas mineiros em shows, narração de histórias e oficinas. O outro disponibiliza criações de diferentes partes do Brasil.

A proposta do “Catavento” é valorizar e divulgar a produção artística infantil de BH. Neste e no próximo fim de semana, a primeira edição do evento será transmitida gratuitamente por meio do YouTube, com shows musicais, narração de contos africanos e oficinas artísticas.

CENA 

O músico Weber Lopes, um dos organizadores, conta que o desejo de realizar o festival é antigo. Para ele, Belo Horizonte tem produção “muito bacana” voltada para o público infantil. “Sempre quisemos contribuir com essa cena profissional. Nos últimos anos, tentamos lançar o festival, mas só agora conseguimos tirá-lo do papel”, diz.

“Nossa primeira edição é bem direta, com apresentações musicais e brincadeiras. Chamamos grupos já consolidados, com boa qualidade, com os quais temos afinidade. Nossa programação foi pensada para que o público reconheça os artistas e se identifique com as apresentações”, explica Weber Lopes.

Essa estratégia, segundo ele, é uma forma de colaborar com a cena cultural, bastante prejudicada pela pandemia. “A produção infantil já é um pouco fragilizada em função de seu pouco tempo de existência. Além disso, a maioria dos artistas que a compõem abrem espaço em suas agendas profissionais para se dedicar ao trabalho voltado para as crianças”, diz Weber Lopes.

Neste sábado (19/06), a partir das 16h, o “Festival Catavento” começa com o show do grupo Pé de Sonho. A apresentação, gravada, traz músicas dos dois álbuns lançados pela banda: “Pé de Sonho I” (2014) e “Pé de Sonho II” (2017).

SEGREDO


Integrante do grupo, Weber Lopes conta que o segredo para prender a atenção dos pequenos durante a live é agir como se o show fosse ao vivo. “É uma experiência diferente, mas não pode deixar de ser divertida. Então, buscamos simular a presença, fazendo tudo de forma bastante espontânea, suprindo a falta de contato”, explica.

A programação deste sábado continua com Eda Costa, que vai contar a história africana “Abayomi, a boneca do amor e do afeto”.

Quem encerra o primeiro dia é o Grupo Serelepe, com o show “Brincanectados”. A atração, desenvolvida durante a quarentena, é a versão pandêmica do espetáculo “Brinquedorias”. Gabriel Murilo, Reginaldo Santos e Eugênio Tadeu simularão uma chamada via Zoom para apresentar músicas e brincadeiras.

“A proposta é experimentar as tecnologias da videochamada”, explica Gabriel. “Estávamos apenas nos encontrando em chamadas on-line e, quando começaram a surgir convites para apresentações virtuais, pensamos em criar algo com as ferramentas do Zoom. Por isso, a gente incorpora uma série de elementos durante a apresentação, como os atrasos e falhas na conexão.”

A apresentação não é feita por meio da plataforma de videochamadas que se popularizou no último ano. Na verdade, os três gravaram separadamente, em casa, e, a partir desses registros, foi feita a montagem. Por conta disso, Gabriel chama o espetáculo de “obra audiovisual”.

“Utilizando o Zoom, entendemos que ele traz uma série de limitações que passaram a fazer parte da vivência atual. Por isso, procuramos as brechas criativas e o potencial estético que ele traz. Em certas músicas, por exemplo, cada um de nós faz vozes diferentes e, na versão final, elas são reunidas. Também exploramos bastante a manipulação de câmera para trazer uma dinâmica para o show. Em determinado momento, me aproximo da câmera para dar a sensação de que estou bem perto de quem está assistindo”, conta.

“Brincanectados” surgiu devido à Lei Aldir Blanc. O Serelepe não foi diretamente contemplado por ela, mas  convidado para uma série de eventos criados graças à legislação de apoio à cultura.


FICHA 

No início da pandemia, Gabriel Murilo relutou em produzir conteúdo on-line. “Fiquei ansioso demais para a volta da vida presencial, achando que não seria interessante criar para o virtual. Ao longo de 2020 caiu a ficha de que essa é a única solução para o momento que estamos vivendo. A partir daí, começamos a buscar alternativas legais que fossem de acordo com a proposta do Serelepe”, afirma.
     
  No domingo (20/06), a programação do “Festival Catavento” terá contação de histórias com Eda Costa, uma oficina de brincadeiras musicais com Geovanne Sassá e outra oficina de fantoches de papel com Rose Amaral. O primeiro fim de semana se encerra com o show “Catibiribão”, de Sílvia Negrão, dedicado a canções autorais e folclóricas brasileiras. O evento continua em 26 e 27 de junho, no mesmo horário.


“FESTIVAL CATAVENTO”

Hoje (19/06) e domingo (20/06), a partir das 16h, com transmissão on-line e gratuita por meio do canal no YouTube da banda Pé de Sonho (www.youtube.com/pedesonho). A programação se estende a 26 e 27 de junho, no mesmo horário. Informações: facebook.com/festivalcatavento e @festivalcatavento, no Instagram

Programação

SÁBADO (19/06)
.Show da banda Pé de Sonho
.Contação de histórias com Eda Costa. Contos africanos: “Abayomi, a boneca do amor e do afeto”
.Show “Brincanectados”, do Grupo Serelepe

DOMINGO (20/06)
.Contação de histórias com Eda Costa. Contos africanos: “A cabritinha Bey”
.Oficina de brincadeiras musicais com Geovanne Sassá
.Oficina de fantoches de papel com Rose Amaral
.Show “Catibiribão”, de Sílvia Negrão

DIA 26/06
.Contação de histórias com Eda Costa. Contos africanos: “Khethiwe, a rainha da Imbira”
.Oficina de percussão corporal com Geovanne Sassá
.Show “De cara nova”, de Músico Pai

DIA 27/06
.Show “Rodinha”, da banda Pé de Sonho
.Oficina de construção de monstrinhos com Rose Amaral
.Show “Canções e fofuras”, de Ana Couttinho

Trupe dos Truões apresenta
Trupe dos Truões apresenta "Zapato busca sapato" (foto: Ninguém dos Campos/divulgação)

Infância multifacetada em foco

A segunda edição do “FeNAPI – Arte entre infâncias”, realizado pela Insensata Cia. de Teatro, disponibiliza nove criações on-line de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. As apresentações ficam disponíveis no YouTube até 27 de junho.

A curadoria, assinada por Brenda Campos, Keu Freire e Carol Fescina, recebeu 377 inscrições, sendo 59 propostas de Minas e 318 de outros estados.

“Demos preferência para trabalhos que dialogam com as adaptações suscitadas pelas restrições da pandemia. Também tivemos o cuidado de selecionar aqueles que não são feitos só para as crianças, mas com as crianças”, afirma Brenda Campos.

HÍBRIDO 

Segundo ela, os organizadores protelaram bastante para colocar a segunda edição em pé, acreditando que seria possível realizar o evento de forma híbrida. “Quando começamos a botar a mão na massa de fato, percebemos que realizá-lo on-line amplia o nosso horizonte de possibilidades”, avalia.

Entre os espetáculos mineiros selecionados estão “Nossa primeira casa”, da Cia. Benedita na Estrada, de Caldas; “Remix shake”, do Coletivo Aberto, de Ipatinga; e “Zapato busca sapato”, da Trupe de Truões, de Uberlândia. A produção belo-horizontina está representada por “Sarau musical”, do Grupo Maria Cutia; “Quem é você?”, da companhia de teatro Toda Deseo; e “Espetáculo da minha tela eu vejo: Atos performativos com crianças”, de Raysner de Paula e Charles Valadares.

O “FeNAPI” apresenta três montagens nacionais: “Birita procura-se”, do Grupo A Casa das Lagartixas, de São José dos Campos (SP); “A menina com um buraco na mão”, de Alice Cruz e Sergio Kauffmann, do Rio de Janeiro; e “Na pisada do coco com as crianças”, do Grupo Samba de Coco Eremin, de Arcoverde (PE).

Brenda Campos explica que o festival concebe a infância de diferentes formas. “No território do infantil existem muitos contextos. Fala-se muito das crianças como se fossem todas iguais e como se apenas a idade determinasse o que elas são. Pensamos a infância como um universo complexo e único, considerando contextos sociais, políticos, geográficos e econômicos. Também compartilhamos da noção de que a infância nos acompanha em todas as idades”, afirma.

A segunda edição do “FeNAPI”, viabilizada por meio da Lei Aldir Blanc, também promove, na segunda-feira (21/06), às 19h, o seminário “Teatro para crianças: Problemáticas e solúcio-lunáticas”, com o ator, bonequeiro, contador de histórias e autor de livros para crianças Henrique Stchin. A programação inclui o espetáculo “Quintal de infâncias”, bate-papo entre especialistas de diversas linguagens, artistas e público.


“FENAPI – ARTE ENTRE INFÂNCIAS” 

Até 27 de junho, no canal do YouTube da Insensata Cia. de Teatro. Informações no Instagram (@fenapi.bh)


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