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Estado de Minas CINEMA

Festival destaca atuação de Jards Macalé no cinema com clássicos gratuitos

Filmes ficarão disponíveis no YouTube do cantor e compositor, depois de show de lançamento, nesta terça (23/4). Programação tem 11 títulos e bate-papos


23/03/2021 04:00 - atualizado 23/03/2021 07:41

O show
O show "Cine Macalé", composto de músicas que integram a trilha dos filmes, abre a programação, hoje, via YouTube (foto: Andrea Nestea/Divulgação )
Do alto de uma carreira que atravessa quase seis décadas, Jards Macalé desfruta da posição privilegiada de ícone da música brasileira. Da direção musical dos primeiros espetáculos de Maria Bethânia, na década de 1960, até seu disco mais recente, ''Besta fera'' (2019), ele comprova o talento musical e a disposição para inovar. 

Uma faceta menos lembrada dessa trajetória é a relação do cantor e compositor com a sétima arte, por meio de trilhas sonoras, participações especiais em filmes e até mesmo produções nas quais é o tema central.

A partir desta terça-feira (23/3), o festival ''Na trilha de Jards Macalé'' apresenta um panorama da presença do artista no cinema nacional. Ao todo, serão disponibilizados 11 filmes – entre longas, médias e curtas-metragens –, que poderão ser vistos gratuitamente no canal do YouTube de Jards Macalé até o próximo dia 28.

Como não poderia ser diferente, a abertura da mostra será regada a música, com o show inédito ''Cine Macalé'', às 20h30, com repertório formado por composições usadas em trilhas de filmes, entre elas ''Soluços'', ''Vapor barato'' e ''Gotham City''. A apresentação, gravada previamente, é ambientada com a projeção de cenas dos filmes das respectivas músicas.

''Em 1990, tentei fazer algo nessa linha, mas muito menos sofisticado'', conta Macalé. ''Naquela época, essa coisa de projeção era muito complexa. Passaram-se os anos e, dentro do quadro da pandemia, achamos que era a hora de colocar esse plano em prática, com uma qualidade melhor. A construção da coisa agora é mais profissional.''

Idealizadora e responsável pela curadoria do festival, a cineasta Rejane Zilles, companheira de Macalé, conta que procurou abordar filmes de diferentes épocas. ''Achei que era muito importante trazer os clássicos, o cinema experimental e os filmes sobre ele'', aponta.

Segundo ela, as cópias disponibilizadas são as originais em alta definição. ''A gente teve uma adesão muito legal dos realizadores, que acharam legal estar na mostra. São cópias originais, de boa qualidade, que representam uma oportunidade de mergulhar nesse universo cinematográfico costurado pela presença do Macalé.''

CLÁSSICOS 

A mostra é composta por clássicos como o média-metragem ''Bethânia bem de perto'' (1966), de Julio Bressane e Eduardo Escorel, com cenas gravadas no apartamento de Macalé; “Macunaíma'' (1969), de Joaquim Pedro Andrade, para o qual ele compôs duas músicas; e ''O amuleto de Ogum'' (1974) e ''Tenda dos milagres'' (1979), ambos de Nelson Pereira dos Santos, nos quais Macalé atua.

''Quem me chamou para atuar pela primeira vez foi o Nelson Pereira dos Santos, em 'O amuleto de Ogum''', conta Jards Macalé. ''Antes disso, eu já tinha tido experiências no teatro. Quando surgiu o convite, tentei recusar e disse que não atuava. Não sou ator. Aí o Nelson me deu uma dica preciosa. Ele falou: ‘Seja você mesmo’'', recorda.

Filmes contemporâneos também estão entre os selecionados. Entre eles, ''Casa 9'' (2011), de Luiz Carlos Lacerda; ''Canções do exílio: A labareda que lambeu tudo'' (2011), de Geneton Moraes Neto; e ''Big jato'' (2015), de Claudio Assis.

A vida e a obra do cantor e compositor serão contempladas com os documentários ''Jards Macalé: Um morcego na porta principal'' (2008), de Marcos Abujamra e João Pimentel; e ''Jards'' (2012), de Eryk Rocha. O curta ''Tira os óculos e recolhe o homem'' (2008), de André Sampaio, completa a lista.

Desta quarta (24/3) a sábado (27/3), sempre às 20h, o festival promove rodas de conversa virtuais mediadas pelo jornalista e escritor Fred Coelho, autor do livro ''Jards Macalé – Eu só faço o que quero'' (Numa Editora, 2020).

O ensaio biográfico mostra os principais episódios da vida do carioca, que já o leu e aprovou o resultado. ''Quando você lê aquilo que viveu, tem um distanciamento, é como se visse a história de um personagem'', afirma. ''Nós passamos três anos conversando, e ele escreveu exatamente o que eu falei. E o mais legal é que colocou tudo dentro do contexto da época.''

Aos 78 anos recém-completados – em 3 de março –, Jards Macalé já tomou a primeira dose da vacina contra a COVID-19. ''A segunda está marcada para 1º de abril, e eu espero que não seja mentira'', brinca.

Imunizado, ele segue tomando todos os cuidados para não pegar a doença. ''Não pode sair carnavalizando. Tem que continuar atento'', diz.

“NA TRILHA DE JARDS MACALÉ”
A partir desta terça-feira (23/3), às 20h30, no canal do YouTube de Jards Macalé. 
Os 11 filmes da mostra ficarão disponíveis logo após o show ''Cine Macalé'', até 28 de março


QUADRO A QUADRO
Confira a lista completa de filmes da mostra: 

» ''Bethânia bem de perto'' (1966), de Julio Bressane e Eduardo Escorel
» ''Macunaíma'' (1969), de Joaquim Pedro de Andrade
» ''Amuleto de Ogum'' (1974), de Nelson Pereira dos Santos
» ''Tenda dos milagres'' (1979), de Nelson Pereira dos Santos

(foto: Andrea Nestea/Divulgação )
(foto: Andrea Nestea/Divulgação )

» ''Conceição – Autor bom é autor morto'' (2008), de Daniel Caetano, Samantha Ribeiro, André Sampaio, Guilherme Sarmiento e Cynthia Sims 

(foto: MovieMobz/Divulgação)
(foto: MovieMobz/Divulgação)

» ''Jards Macalé: Um morcego na porta principal'' (2008), de Marcos Abujamra e João Pimentel 
» ''Tira os óculos e recolhe o homem'' (2008), de André Sampaio
» ''Canções do exílio: A labareda que lambeu tudo'' (2011), de Geneton Moraes Neto
» ''Casa 9'' (2011), de Luiz Carlos Lacerda
» ''Jards'' (2012), de Eryk Rocha  

(foto: Trombone Comunicação/Divulgação)
(foto: Trombone Comunicação/Divulgação)

» ''Big jato'' (2015), de Cláudio Assis 


PALAVRA A PALAVRA
Confira as rodas de conversa agendadas pelo festival:

QUARTA (24/3), ÀS 20H
» ''Jards descobre o cinema'', com Jards Macalé e Ney Santana. Mediação: Fred Coelho
O tema desse dia é o início da carreira de Jards Macalé no cinema, em colaborações com dois dos maiores cineastas brasileiros de todos os tempos, Glauber Rocha (1939-1981) e Nelson Pereira dos Santos (1928-2018)

QUINTA (25/3), ÀS 20H
» ''Um cantor ator'', com Jards Macalé e Cláudio Assis. Mediação: Fred Coelho
O diretor pernambucano, que contou com Macalé no elenco de seu longa-metragem 
''Big jato'', conversará com Macalé sobre seu comportamento como ator

SEXTA (26/3), ÀS 20H
» ''Cinema, música e experimentação'', com Jards Macalé, André Sampaio e Daniel Caetano. Mediação: Fred Coelho
O tema desse dia é o processo criativo de cada um dos participantes da conversa 

SÁBADO (27/3), ÀS 20H
» ''Música verdade'', com Jards Macalé e Eryk Rocha. Mediação: Fred Coelho
Filho de Glauber e diretor do documentário ''Jards'', Eryk Rocha conversa sobre Jards Macalé sobre a linguagem do cinema


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