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Estado de Minas MÚSICA

Festa on-line comemora os 70 anos de Guinga

Até novembro, lives apresentarão o compositor e violonista carioca ao lado de Ana Carolina, Simone Guimarães e Ilessi, entre outras cantoras. Nesta quinta-feira à noite, ele recebe Leila Pinheiro


08/10/2020 04:00

(foto: Renato Mangolin/Divulgação)
(foto: Renato Mangolin/Divulgação)

"Quero usar a internet não como veneno, mas como remédio. Não gostaria de ver o meu nome todo dia lá. Aliás, tenho horror a isso"

Guinga, compositor


Para comemorar os 70 anos do compositor, cantor e violonista Guinga, completados em 10 de junho, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) idealizou uma série de musicais em homenagem ao artista carioca. Porém, a pandemia atrapalhou os planos. Apenas o show de 11 de março, no Rio de Janeiro, com a participação da cantora Mônica Salmaso, pôde ser realizado antes do “ataque” do novo coronavírus ao Brasil.

Nesta quinta-feira (8), o projeto Guinga e as vozes femininas será retomado, agora em formato on-line, sob coordenação da curadora, produtora e cineasta Fernanda Vogas. Estarão presentes o homenageado, a cantora Leila Pinheiro e violonista Marcos Tardelli.

Carioca de Madureira, Carlos Althier de Sousa Lemos Escobar trocou o gabinete de dentista pelos palcos, partituras e estúdios de gravação. Com meio século de carreira, é parceiro de Chico Buarque, Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro, entre outros.

FELIZ 
Um dos nomes mais respeitados da MPB, com suas melodias sofisticadas e surpreendentes, Guinga está feliz com a volta do projeto, enfatizando que as lives serão uma forma de divulgar sua obra tanto no Brasil quanto  no exterior.

“O projeto é da Fernanda Vogas. Durante a pandemia, ela teve essa ideia com o objetivo de alegrar a minha vida e também para que eu possa sobreviver. Sou muito agradecido a ela. Tenho certeza de que o público vai adorar as lives, que serão feitas com muito carinho e competência por todos os envolvidos”, diz Guinga.

Foi fácil chegar ao repertório, revela o homenageado. “Na realidade, não sou um compositor de sucesso, mas procuro fazer o melhor que posso. Tenho algumas coisas mais conhecidas, que jogo no palco para que os músicos e as cantoras possam desenvolver e cantar”, explica. “A live é também um registro da minha obra, que ficará disponibilizado nas plataformas.”

O coronavírus impactou o processo de criação de Guinga. “Consegui compor alguma coisa nesse período de pandemia. Umas três músicas somente, que pretendo tocar nos shows.” Porém, ele avisa: continua fiel a seu método de trabalho. “Não estou preocupado em ficar lançando singles, como todo mundo faz hoje. Passo longe disso. Não tenho nada contra, mas prefiro pensar mais na possível eternidade do que na modernidade.”

Guinga reconhece a importância dos avanços da tecnologia, mas sem deslumbramento. “Acredito que tudo tem o lado bom e o lado ruim. Quero usar a internet não como veneno, mas como remédio. Não gostaria de ver o meu nome todo dia lá. Aliás, tenho horror a isso. Porém, quero vê-lo dentro do coração das pessoas. Confesso que não entendo essa 'religião' moderna de ter algo na internet todos dos dias, não faz a minha cabeça.”

Até 12 de novembro, o projeto receberá as cantoras Cíntia Graton, Simone Guimarães, Bruna Moraes, Ana Carolina e Luísa Lacerda, além dos instrumentistas Jean Charnaux, Pedro Paes e Zé Nogueira.

O evento não se limitará a performances musicais. Ciclo de palestras será comandado pela cantora, violonista, compositora e pesquisadora Anna Paes. Primeiramente, será abordada a parceria de Guinga com Paulo César Pinheiro. Outros temas serão “Guinga, memória, história e identidade” e “Viva Aldir!”, voltado para a parceria do homenageado com Aldir Blanc, que morreu em maio.

Neste sábado (10), às 20h, Guinga vai ministrar masterclass sobre a influência de Villa-Lobos e Tom Jobim em sua obra.

"A live é também um registro da minha obra, que ficará disponibilizado nas plataformas"

Guinga, compositor


CINEMA 
Transmitidas ao vivo do CCBB/Rio, as lives serão dirigidas por Fernanda Vogas. A fotografia é assinada por Thais Taverna, com cenografia de Carmen Slawinski. Cada noite terá diferentes repertórios e arranjos para a obra de Guinga.

Fernanda Vogas comemora a oportunidade de fazer a música dialogar com a linguagem cinematográfica. “Ambas trabalham com o tempo. A identificação de Guinga com as vozes femininas é algo bastante característico dele. Para se ter uma ideia, ele tocou com Clara Nunes, Elis Regina, Elza Soares, Nana Caymmi, Alaíde Costa, Zezé Gonzaga, Miúcha, Maria João, Leila Pinheiro e Mônica Salmaso.”

O projeto foi idealizado em 2018, relembra a diretora. “Sabia que Guinga completaria 70 anos em 2020. Como admiradora de sua obra, pensei em criar algo para homenageá-lo Suas composições têm a capacidade de emocionar as pessoas, é um dos maiores compositores brasileiros. Mesmo com sua música rebuscada e sofisticada, as canções dele conseguem atingir tanto o coração das pessoas mais simples quanto de grandes músicos e estudiosos.”

A ideia inicial era fazer shows com plateia nas quatro unidades do CCBB, que funcionam em BH, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. “A pandemia impediu isso, então pensei em lives tendo mais cantoras como convidadas, além da Mônica Salmaso”, conta Fernanda.

A cineasta explica que as lives não repetirão o “tratamento televisivo” que domina projetos dessa natureza. A transmissão direta, compara, será como um “documentário ao vivo” com Guinga.

“Além das músicas apresentadas pelas cantoras, ele fará comentários sobre sua obra. Teremos todo um cuidado com os movimentos de três câmeras de qualidade.” A alta definição das imagens será viabilizada por lentes apropriadas, adianta a cineasta.

“A cada show, eu e a diretora de fotografia faremos um roteiro para todas as câmeras, como se estivéssemos montando esse filme, só que ao vivo. A obra de Guinga é muito imagética. Quando escuto a música dele, imagens sempre me vêm à cabeça”, conclui Fernanda Vogas.

GUINGA E AS VOZES FEMININAS

Hoje (8) – Com Leila Pinheiro e Marcus Tardelli
15/10 – Com Cíntia Graton e Marcus Tardelli
22/10 – Com Simone Guimarães e Jean Charnaux
25/10 – Com Anna Paes e Pedro Paes
29/10 – Com Bruna Moraes e Jean Charnaux
1º/11 – Com Ana Carolina e Jean Charnaux
5/11 – Com Ilessi e Jean Charnaux
8/11 – Com Luísa Lacerda e Jean Charnaux
12/11 – Com Leila Pinheiro e Marcus Tardelli

Sempre às 20h, as lives serão transmitidas no canal oficial do Banco do Brasil no YouTube 



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