(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ON-LINE

Confira os destaques do cinema mineiro disponíveis no streaming

Nesta terça, estreia na Netflix o A cidade onde envelheço', filme premiado de Marília Rocha. Outras plataformas exibem os longas 'Arábia', 'O menino e o espelho' e o recém-lançado 'Ângelo'


18/08/2020 04:00 - atualizado 17/08/2020 22:47

Filmado em Belo Horizonte, A cidade onde envelheço conquistou quatro prêmios no Festival de Brasília em 2016(foto: Bianca Aun/divulgação)
Filmado em Belo Horizonte, A cidade onde envelheço conquistou quatro prêmios no Festival de Brasília em 2016 (foto: Bianca Aun/divulgação)
Uma Belo Horizonte sem máscaras, de cotidiano quase banal, mas totalmente livre. É o olhar para um passado próximo, mas tão distante diante da pandemia, que emerge no filme A cidade onde envelheço (2016), de Marília Rocha. O celebrado (e premiado) longa-metragem mineiro, que acompanha duas jovens portuguesas em um grande centro, chega nesta terça-feira (18) à Netflix.

O lançamento de uma produção independente no catálogo da maior e mais popular plataforma de streaming da atualidade deve ser comemorado, pois garante a possibilidade de audiência maior e diversa. Mas é sempre bom repetir que o mundo do streaming vai muito além da Netflix.

Boa parte da produção contemporânea do cinema mineiro, aquela que costumeiramente frequenta os festivais, está disponível em outras plataformas.

Lançada em abril como braço do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, a plataforma Polo Audiovisual TV traz oferta razoável de opções mineiras, entre longas e curtas. É tudo gratuito (basta a inscrição básica). A programação, ainda que enfatize filmes realizados na região, é abrangente.

Estão disponíveis, por exemplo, o infantojuvenil O menino no espelho (2014), que leva para a tela grande a história criada por Fernando Sabino. Outra opção é o documentário Humberto Mauro (2018), que refaz a trajetória do pioneiro do cinema brasileiro.

Fundada em Cataguases, onde Mauro foi criado e realizou a maior parte de sua obra, a plataforma exibe filmes recentes rodados inteira ou parcialmente naquela cidade, como Redemoinho (2016) e Estive em Lisboa e lembrei de você (2015), ambos adaptados de livros do escritor cataguasense Luiz Ruffato.

Arábia, longa dirigido por Affonso Uchôa e João Dumans, é um drama ambientado no interior de Minas Gerais(foto: Sinny/divulgação)
Arábia, longa dirigido por Affonso Uchôa e João Dumans, é um drama ambientado no interior de Minas Gerais (foto: Sinny/divulgação)
PREMIADO 

Criada há dois anos em BH, a Embaúba Filmes, distribuidora de produções nacionais, também exibe alguns de seus filmes via streaming. Entre as ofertas está o premiado Arábia (2018), de Affonso Uchôa e João Dumans, considerado um dos melhores longas da atual produção de Minas.

Daniel Queiroz, criador da Embaúba, afirma que até dezembro a distribuidora terá plataforma própria. “Será especializada no cinema brasileiro contemporâneo de 10, 15 anos para cá. E serão filmes de várias distribuidoras, com muitos curtas e médias também”, diz ele, que começou a desenvolver o projeto muito antes da pandemia.

A Embaúba lança nas próximas semanas o filme Éramos em bando (2020), filme realizado pelo Grupo Galpão durante a quarentena.

Mariana Machado registrou em documentário a vida do avô, Ângelo Machado(foto: FERNANDA DE SENA/DIVULGAÇÃO)
Mariana Machado registrou em documentário a vida do avô, Ângelo Machado (foto: FERNANDA DE SENA/DIVULGAÇÃO)
A voz mineira da ciência

“Um cientista é escravo da verdade. Eu queria fugir, queria criar o absurdo, e só o escritor pode criar o absurdo”, diz Ângelo Machado. Morto em 6 de abril, aos 85 anos, em decorrência de um infarto, o professor, entomólogo e escritor chegou a assistir à versão final do curta-metragem Ângelo, realizado por sua neta, Mariana.

Lançado na mostra Ecofalante, onde participa do Concurso Curta Ecofalante, o filme, disponível na plataforma do evento, é o resultado do encontro dos dois ao longo de vários meses. Filmado em 2018 na casa onde Machado residiu durante 50 anos, na região da Pampulha, o curta nasceu de forma conjunta.

“Sempre estava com a câmera. Às vezes, propunha alguma coisa, e ele ia acrescentando, dando ideias. Por isso decidi que a equipe teria só nós dois. Queria desenvolver o filme da maneira mais natural possível”, comenta Mariana, de 24 anos, a segunda dos sete netos que Machado conheceu (o oitavo está a caminho).

“Fico feliz que o filme estreie em uma mostra dedicada à temática socioambiental. A minha própria relação com a natureza veio muito da inspiração e relação do meu avô com a natureza. Hoje, adulta, vejo que a luta dele como ambientalista não foi só da preservação da natureza como algo distante, mas da conexão pura com a natureza, a de que somos a própria natureza”, acrescenta.

Médico que nunca exerceu a profissão, Machado dedicou-se ao ensino e à pesquisa na área de neurociências na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A atuação desse mineiro na entomologia é notória. Sua coleção de 35 mil exemplares de libélulas é a maior da América do Sul. Ele deu nome a cerca de 30 insetos. Além disso, escreveu 35 livros infantis e três para adultos, além de ter escrito para teatro.

“O teatro e a experimentação com performances sempre foram coisas em comum entre nós. A criação de cenas com a livre expressão do corpo, voz e movimentos dele serviu como aliada para trazer a ideia dessas reinvenções de si. Além de serem características do meu avô, são traços que se estendem também na velhice, ao contrário do que a sociedade crê. Como todas as fases da vida são singulares, a velhice também guarda suas potências”, diz Mariana.

ÂNGELO
Dirigido por Mariana Machado, o curta ficará disponível até 20 de setembro no site ecofalante.org.br

ONDE VER

NETFLIX
. Assinatura. Netflix.com

A cidade onde envelheço (2016)
De Marília Rocha. Filme acompanha duas portuguesas, uma que vive em BH há um ano e outra que acabou de chegar, dividindo o apartamento. A cidade que não é delas é o pano de fundo da narrativa. Vencedor de quatro prêmios no Festival de Brasília, incluindo melhor filme.

Elon não acredita na morte (2016)
De Ricardo Alves Jr. Rodado no Baixo Centro de BH, o filme acompanha um homem que vai perdendo a sanidade enquanto procura a mulher desaparecida. Rômulo Braga, que vive o protagonista, ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília.

Temporada (2018)
De André Novais Oliveira. Longa acompanha uma mulher que deixa a cidade de Itaúna para viver em Contagem depois de passar em concurso público para trabalhar com controle e combate de endemias. Vencedor de cinco prêmios no Festival de Brasília, incluindo melhor filme.

POLO AUDIOVISUAL DA ZONA DA MATA
. Gratuito. Poloaudiovisual.tv

Vinho de rosas (2005)
De Elza Cataldo. Filme de época 
reinventa a vida de Joaquina, filha 
de Tiradentes, e ficcionaliza momentos 
de sua trajetória na Minas Gerais do século 18. Rodado em Ouro Preto, Belo Vale, Serra do Cipó e Paraty (RJ).

O menino no espelho (2014)
De Guilherme Fiuza Zenha. Adaptação do romance de Fernando Sabino (1982), acompanha um menino extremamente criativo e livre, suas aventuras na infância, os amigos e a descoberta do amor. Rodado em Cataguases, na Zona da Mata.

Humberto Mauro (2018)
De André Di Mauro. Documentário sobre o pioneiro do cinema nacional sob o olhar de seu sobrinho-neto. O filme mostra a vida do diretor (1897-1983) por meio de seus filmes (Braza dormida, 1928, e Ganga bruta, de 1933, entre eles) e de uma série de entrevistas realizadas nos anos 1960.

CINEMA, OLHARES NO FEMININO
. Gratuito.   
Olharfeminino.filmesdequintal.org.br

Baronesa (2017)
De Juliana Antunes. O filme acompanha o dia a dia de duas mulheres que vivem em um violento bairro da periferia de BH. Andreia é uma manicure que quer deixar o lugar, enquanto Leid, mãe de quatro filhos, espera o marido sair da prisão. Elas vivem à espreita de uma guerra do tráfico. Exibição de 5 a 11 de setembro

EMBAÚBA FILMES
. Locação. Embaubafilmes.com.br

A vizinhança do tigre (2014)
De Affonso Uchôa. Quatro jovens moradores da periferia de Contagem, divididos entre o trabalho, a diversão, o crime e a esperança por dias melhores, têm que encontrar maneiras de superar as dificuldades que os cercam. Filme vencedor da mostra Aurora, do festival de Tiradentes.

Foro íntimo (2017)
De Ricardo Mehedeff. Ameaçado de morte, juiz criminal se vê obrigado a viver sob um forte esquema de segurança. O filme acompanha 24 horas na vida do personagem, trancado em seu gabinete no Fórum de Justiça.

Arábia (2018)
De Affonso Uchôa e João Dumans. A partir do diário de um trabalhador, jovem entra em contato com a trajetória de vida desse homem em meio a mudanças sóciopolíticas do país na última década. Vencedor de quatro prêmios no Festival de Brasília, incluindo melhor filme, e também do troféu APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), entre outros.
  


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)