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Estado de Minas

Netflix exibe minissérie documental sobre caso Jeffrey Epstein

Produção revela detalhes do escândalo sexual envolvendo menores de idade que abalou elite norte-americana. Vítimas falam pela primeira vez sobre o assunto


postado em 07/06/2020 04:00

Michele Licata, vítima de Jeffrey Epstein, aceitou participar do seriado(foto: Fotos: Netflix/divulgação)
Michele Licata, vítima de Jeffrey Epstein, aceitou participar do seriado (foto: Fotos: Netflix/divulgação)
Depois de um período longe das manchetes, o grupo de hackers Anonymous voltou à ativa no último final de semana com o objetivo de atormentar a vida de políticos e empresários poderosos, entre eles, o presidente Jair Bolsonaro. O retorno ocorre em meio aos protestos pela morte de George Floyd, nos EUA, e jogou luz sobre um escândalo sexual que abalou a elite norte-americana nas duas últimas décadas, provocou a queda de um secretário do governo de Donald Trump e a morte do principal acusado: Jeffrey Epstein.

Dias antes, chegou à Netflix a minissérie documental Jeffrey Epstein: Poder e perversão, cuja premissa é destrinchar a vida do personagem-título, milionário norte-americano acusado de manter um grande esquema de abuso sexual de menores. Morto em 2019, na prisão, sua carreira ficou marcada pela proximidade com figuras importantes da política global, como o próprio Trump, o ex-presidente americano Bill Clinton e o príncipe Andrew, da família real britânica.

WALL STREET 

O milionário norte-americano Jeffrey Epstein morreu em circunstânciasmisteriosas, dentro da cadeia, em 2019
O milionário norte-americano Jeffrey Epstein morreu em circunstânciasmisteriosas, dentro da cadeia, em 2019
Natural de Nova York, Epstein não nasceu em uma família rica e sua presença na elite norte-americana começou a partir das relações que ele criou quando foi trabalhar em Wall Street, nos anos 1980. Para se ter ideia, Les Wexner, bilionário do mercado da moda, afirma que o financista desviou US$ 46 milhões de sua fortuna na época em que confiou a ele seus negócios.

Com poder e influência, o predador sexual atraía garotas menores de idade até a sua casa com a desculpa de aplicar massagens que evoluíam para atos sexuais. A maior parte dos casos, como mostram as investigações, ocorreram em uma mansão na ilha de Palm Beach, na Flórida. Algumas garotas, entretanto, chegaram a viajar com ele pelo mundo e eram “emprestadas” a seus poderosos amigos.

Baseada em depoimentos, entrevistas e documentos sobre as investigações, a série dá especial atenção aos poderosos que possuíam elos com Epstein, alguns deles, inclusive, já foram acusados por crimes sexuais, como o ex-produtor Harvey Weinstein, o diretor Woody Allen e o ator Kevin Spacey.

Apesar disso, apenas dois deles são acusados pelas vítimas de abuso: o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, e o advogado Alan Dershowitz, professor de Harvard que atuou na defesa do milionário.

Em uma entrevista cedida à BBC e com trechos exibidos na série, Andrew nega a acusação de ter mantido relações sexuais com uma das vítimas, à época menor de idade. Ele ainda diz não se lembrar de ter tirado uma foto abraçando a vítima, apesar de o registro existir. Após o escândalo, o príncipe se afastou de suas funções reais.

Já o advogado Alan Dershowitz dá sua própria versão em entrevista à equipe da Netflix e ainda desafia a vítima a afirmar, mais uma vez, que manteve relações sexuais com ele.

Embora tenha conseguido, em 2006, um acordo que lhe dava imunidade à qualquer acusação federal, Epstein foi preso em 2008, após confessar um dos crimes de solicitação de prostituição de menor de idade. Na cadeia, teve tratamento diferenciado e conseguiu a liberdade em 2009 para cumprir o restante da pena em casa, na Flórida.

Em julho de 2019, no entanto, ele foi preso no aeroporto de Teterboro, em Nova Jersey, acusado de tráfico sexual. Em sua casa foram encontrados diamantes, US$ 70 mil em dinheiro e centenas de fotos eróticas de menores de idade, além de um passaporte falso emitido na Áustria.

Dias depois de dar entrada no Centro Correcional Metropolitano, em Nova York, Epstein foi encontrado inconsciente na cela. Ele afirmou não se lembrar do que aconteceu e os oficiais penitenciários não sabiam se ele tinha sido agredido ou tentado se matar. Por isso, o milionário foi colocado em regime especial, no qual guardas passavam por sua cela a cada 30 minutos.

Contudo, em 9 de agosto de 2019, a ronda não foi realizada e as câmeras de segurança de onde ele estava preso apresentaram defeitos. Na manhã de 10 de agosto, Epstein foi encontrado morto, com um lençol em volta do pescoço. A causa oficial de morte foi suicídio. Com a sua morte, o caso do esquema de tráfico e abuso de menores foi encerrado.

Imediatamente após o anúncio da morte, teorias começaram a circular, afirmando que Epstein tinha sido assassinado e não cometido suicídio, dadas as circunstâncias atípicas de vigilância.

INEDITISMO

 Com quatro episódios de aproximadamente uma hora de duração, a produção da Netflix marca a primeira vez que algumas vítimas falam sobre o assunto publicamente.

Segundo a diretora Lisa Bryant, isso não foi uma tarefa simples. “Algumas pessoas não queriam falar de jeito nenhum. Outras tinham mudado o número de telefone. Algumas decidiram que nunca vão falar sobre o assunto, por vários motivos. Outras nem tinham avisado aos próprios pais sobre o que tinha acontecido”, afirmou ela ao jornal inglês The Guardian.

O esforço foi recompensado. No Rotten Tomatoes, site que agrupa críticas de filmes e séries feitas por veículos de comunicação do mundo todo, Jeffrey Epstein: Poder e perversão tem quase 80% de aprovação.

JEFFREY EPSTEIN: PODER E PERVERSÃO
[Quatro episódios
[Netflix 

Animação musical lava a alma na quarentena

Central Park tem personagens esquisitos, mas divertidos e bem-intencionados
Central Park tem personagens esquisitos, mas divertidos e bem-intencionados
O velho e batido ditado nunca fez tanto sentido: “Quem canta seus males espanta”. Música, filmes, livros e séries de TV oferecem conforto, distração e extravasamento nesses tempos difíceis. E a animação musical Central Park (Apple TV+), com os demais oito episódios semanalmente no serviço de streaming, é o equivalente a canja de galinha, poltrona aconchegante e cobertor fofinho.

“Há algo no nosso mundo de agora que nos faz procurar o escapismo, e a ideia de sair cantando para expressar nossas emoções é muito inspiradora, parece adequada ao momento”, diz o ator Josh Gad, que faz a voz de um dos personagens principais e é um dos criadores, ao lado de Nora Smith e Loren Bouchard, de Bob’s Burgers. A entrevista ocorreu antes de a pandemia ganhar os contornos de hoje.

A série tem personagens esquisitos, mas em geral bem-intencionados, engraçados e se passa num Central Park ameaçado por uma magnata do ramo imobiliário, Bitsy Brandenham (voz de Stanley Tucci). No centro da trama está a família Tillerman, que mora num antigo castelo no meio do parque. O pai, Owen (Leslie Odom Jr.), é o administrador da enorme área verde no Centro de Manhattan. Sua mulher é Paige (Kathryn Hahn), repórter de jornal de bairro. Os filhos são os adolescentes Molly (Kristen Bell), que escreve histórias em quadrinhos, e Cole (Tituss Burgess), que também não é dos mais populares na escola. Ele desencadeia a trama ao acolher e esconder o cachorrinho perdido de Bitsy, enquanto a governanta da bilionária, Helen (Daveed Diggs), espera se livrar do bichinho e herdar a fortuna de sua patroa, que não tem herdeiros. Josh Gad faz a voz de Birdie, o narrador nada confiável dessa história.

Central Park é cheia de pedigree. Bob’s Burgers, do mesmo Loren Bouchard, é uma das séries mais espertas e reconfortantes no ar – também é uma animação para adultos, mas que o resto da família pode assistir. “Para ele, não pode ser só engraçado, nem só bobo ou apatetado”, disse Gad. “Precisa de emoção. Assim, o público não apenas ri, ele se apaixona.” O elenco todo tem experiência de sobra em musicais. Josh Gad e Kristen Bell fizeram Frozen: Uma aventura congelante (2013). Daveed Diggs e Leslie Odom Jr. saíram do fenômeno Hamilton. Tituss Burgess fez A Pequena Sereia na Broadway. “Era fundamental ter pessoas que realmente cantam”, explicou Gad.

CYNDI LAUPER 

“Queremos que as pessoas fiquem cantando sem parar as músicas depois de assistir a cada um dos episódios”, afirma Gad. “Queremos reproduzir o sucesso de Dear Evan Hansen, Hamilton, e ouso dizer Frozen numa série de TV”. Para isso, ele contratou como compositoras fixas Kate Anderson e Elyssa Samsel. Mas não só: cada episódio vai ter canções assinadas por compositores convidados, como Sara Bareilles, Alan Menken, Meghan Trainor e Cyndi Lauper. “Isso nos dá uma diversidade de som”, explica Josh Gad.

“Cyndi Lauper escreveu uma música que poderia ter sido um dos seus hits dos anos 1980, e Meghan Trainor, um dueto romântico. Mas não é para tocar no rádio, e sim para personagens que não têm escolha a não ser sair cantando essas músicas a plenos pulmões.”, explica Gad. (Estadão Conteúdo)

CENTRAL PARK
Oito episódios
Apple TV


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