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Luta sem fim


postado em 22/04/2019 05:09


O contrário do ditado, a beleza cada vez mais põe a mesa. Enquanto rola no mundo uma campanha ensinando as mulheres a necessidade de aceitaram o envelhecimento, a juventude – que agora se chama millennials – está cada vez mais escrava da aparência. E por causa disso, busca, mais cedo do que deveria, técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para prevenir sinais de envelhecimento como rugas – que ainda estão longe de aparecer.

“Para estes jovens de 20 a 30 anos, que têm um alto senso de perfeccionismo, há uma necessidade premente de ter uma carreira bem-sucedida, bem como um relacionamento maravilhoso, além de parecer sempre jovem”, explica o dermatologista Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Criou-se até um termo para procedimentos requeridos pelos “adiantados”: o prejuvenescimento. “Um dos aspectos mais influentes para esta opção preventiva é o crescente interesse no Instagram. Os millennials, como conectados que são por natureza, tiram fotos de si mesmos quase que automaticamente. A impressão que se tem é que a aparência é sempre mais importante para este grupo de pessoas, pois o julgamento perfeccionista chega bem antes que os efeitos da idade”, afirma.

O médico cita pesquisa do professor da Universidade de Columbia Britânica, que se aprofundou no assunto e, depois de estudar o perfeccionismo nos últimos 30 anos, revelou que a autocrítica nos millennials é absolutamente implacável, o que pode levar à depressão ou anorexia, por exemplo. “Com foco no perfeccionismo, o limite passa a ser o fio da navalha. Quando há exagero, como ocorre em qualquer idade, e isto não é privilégio dos  millennials, a prevenção pode ser traiçoeira. Algumas mulheres jovens não buscam somente a harmonia facial, o mais provável procedimento nesta faixa etária, mas sim resultados mais evidentes, como uma boca carnuda ou maçãs do rosto salientes, o que se traduz entre muitos millennials na tão aspirada ‘cara de rica’, uma questão de status e não de estética”, comenta o dermatologista.

À medida em que há excesso, a preocupação passa a ser com os efeitos a longo prazo. Estes procedimentos mais praticados, como o uso de toxina botulínica e preenchimentos, podem trazer efeitos adversos ao longo do tempo. Um estudo alemão publicado no Journal of Neural Transmission destaca que um em cada 200 usuários regulares da toxina botulínica desenvolveu anticorpos contra a substância. Além disso, é necessário procurar um profissional experiente: “Uma subdose da toxina botulínica pode deixar o efeito menos duradouro e, nesse caso, o paciente pode precisar de outra aplicação mais rápido. Isso pode sensibilizar o organismo, que pode produzir anticorpos contra a toxina de forma que ela não terá mais efeito”, acrescenta. A aplicação em músculos errados e em doses não compatíveis também estão entre os principais motivos do surgimento de anticorpos contra a toxina botulínica.

“No mundo ocidental, a beleza é sinônimo de juventude, as capas de revista estampam jovens, rostos sem qualquer sombra de rugas, mulheres magras, maquiadas e sem falar no Photoshop. Culote, barriga chapada, rugas, tudo é doença, têm que ser tratados a qualquer custo. E antes do verão. E depois do verão? E depois da gravidez, o corpo mudou, e agora? E depois do 50 anos?”, questiona o profissional. Há sempre uma frustração, inexoravelmente o corpo muda, as rugas aparecem, o rosto não é o mesmo dos 15 anos. “Mas a vida também não é a mesma. Trabalho, filhos, contas para pagar, nada disso existia aos 18 anos. Tudo mudou. A responsabilidade aumentou e a sabedoria também. A ação dos músculos que se contraíram em cada sorriso, ao longo de todos estes anos, obviamente vai marcar a pele e produzir rugas. Ainda bem, pois a melhor e mais eficaz maneira de não ter rugas é não sorrir, não chorar, não se surpreender. Não viver”, completa.


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