Keith Flint, vocalista do The Prodigy, banda inglesa que injetou o punk na música eletrônica, morreu ontem (4), aos 49 anos. O corpo foi encontrado em sua casa no condado de Essex, Leste de Londres. Flint, que começou no grupo como dançarino e depois foi alçado ao posto de vocalista (quando gravou o sucesso Firestarter), se matou.
Quem confirmou o suicídio foi o tecladista Liam Howlett, fundador do Prodigy. “A notícia é verdadeira, não posso acreditar que estou dizendo isso, mas nosso irmão Keith tirou a própria vida no fim de semana”, postou ele no Instagram. “Estou chocado, com raiva, confuso e com o coração partido.”
A morte coincide com o início da turnê para promover o sétimo álbum da banda, No tourists (2018). Há shows previstos na Colômbia e na Áustria no início de abril, além de várias datas nos Estados Unidos, em maio, e na França, durante o verão europeu.
Com sua estética punk de piercings, cabelo espetado e olhar intenso, Flint se tornou uma das figuras musicais mais relevantes do Reino Unido nos anos 1990. Mesclando elementos do punk e da dance music, ele ajudou a fazer do The Prodigy uma das bandas mais influentes na cena rave underground, após o lançamento, em 1997, do álbum The fat of the land. Esse disco foi responsável por levar a moderna música eletrônica do gueto para as massas.
O trabalho incluiu o polêmico hit Smack my bitch up. Na época, a faixa foi considerada a música mais controversa de todos os tempos pela PRS Music, organização inglesa que controla direitos autorais. Acusado de misoginia, o clipe, que mostrava cenas de uso de drogas, insinuação sexual e escatologia, foi execrado por grupos feministas. Acabou proibido na BBC.
“Havia uma disposição real de não fazer concessões”, disse Flint, em 2015. “Nós, realmente, precisávamos de um antídoto para a cena DJ, daí uma certa brutalidade”, explicou. Crítico à ordem estabelecida, The Prodigy tomou para si a batalha contra lei aprovada em 1994 pelo Parlamento britânico proibindo as festas rave. A banda veio ao Brasil pela última vez em 2011.