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Estado de Minas

A pioneira

Mostra traz imagens históricas da TV Itacolomi, a primeira emissora de televisão de Minas, que funcionou até julho de 1980. Cenas são um capítulo das memórias de Belo Horizonte


postado em 11/12/2018 05:10

Em 1956, o Circo Itacolomi e o %u201Cpicadeiro%u201D exibido ao vivo, montado nos estúdios do Edifício Acaiaca, no Centro de BH (foto: Fotos: CARLOS FABIANO BRAGA/MIS)
Em 1956, o Circo Itacolomi e o %u201Cpicadeiro%u201D exibido ao vivo, montado nos estúdios do Edifício Acaiaca, no Centro de BH (foto: Fotos: CARLOS FABIANO BRAGA/MIS)


Em 1º de julho de 1980, Belo Horizonte parou para acompanhar a visita do papa João Paulo II. População e imprensa disputavam espaço para ver quem conseguia chegar mais perto do líder da Igreja Católica. As melhores imagens em movimento do papa foram registradas pela TV Itacolomi, a única emissora que teve acesso mais próximo ao religioso.

Tais imagens estavam guardadas em rolinhos de filme há mais de 30 anos na Gerência de Documentação (Gedoc) do jornal Estado de Minas. Recuperadas, elas podem ser visitas a partir desta terça-feira (11), no Museu da Imagem e do Som (MIS). Com a abertura da exposição TV Itacolomi – A pioneira de Minas, 25 anos de história poderão ser acompanhados por meio de vídeos, fotografias e objetos.

Mostra de longa duração, que ficará em cartaz no MIS por todo o ano de 2019, TV Itacolomi – A pioneira de Minas reúne tanto parte do acervo dos Diários Associados, empresa à qual a emissora era vinculada, quanto do próprio museu. O projeto vem sendo trabalhado há pouco mais de um ano. Ainda em vida, um antigo funcionário da televisão, Carlos Fabiano Braga, doou seu acervo – cerca de 6 mil negativos – para o MIS. São registros riquíssimos, como os que ilustram esta reportagem – há uma década, ele reuniu parte desse material no livro TV Itacolomi. Uma crônica. 100 fotos, sobre a emissora inaugurada em 8 de novembro de 1955.

Siomara Faria, gestora do MIS, afirma que esse foi o ponto de partida do projeto. “Como no início da TV não havia videotape (ou seja, a televisão era ao vivo), os registros são todos fotográficos, de bastidores, que o Carlos Fabiano fez por conta própria.”

No acervo da instituição ainda há duas dezenas de entrevistas com ex-funcionários (apresentadores, técnicos, diretores e atores), que gravaram, em 1995, depoimentos para o projeto de história oral dos 40 anos da TV Itacolomi. O MIS pretende fazer novos registros com antigos funcionários que não participaram das primeiras gravações.



GIGANTE


Complementando esse material está o acervo dos Diários Associados, parceiro do projeto. Uma antiga câmera filmadora, quase gigante se comparada aos equipamentos digitais da atualidade, está na exposição, assim como a estátua do indiozinho, o símbolo da Itacolomi, também conhecida como Canal 4. “TV Itacolomi/ Sempre na liderança/ Canal 4/ Belo Horizonte /Minas Gerais” era o jingle da emissora.

A parte que deu mais trabalho foram os registros em vídeo. Estão no MIS 700 rolinhos com antigas imagens, boa parte da década de 1960. Há um mês e meio, uma museóloga e duas estagiárias trabalham na recuperação do material – nas caixas, os rolinhos são divididos por temas: jornalismo, publicidade, artistas, animais, astronomia, medicina e por aí vai.

Cada caixa traz uma pequena surpresa. Abertos, os rolinhos são limpos e identificados, para depois passar pelo processo de restauração (que pode envolver emendas, por exemplo). Depois desse processo, há a telecinagem (transferência de imagens do filme para o vídeo). Já em vídeo, o material é editado para ser exibido na mostra.

Um dos registros a que o público poderá assistir é o do incêndio do antigo Cine Palladium, em 1972. As imagens mostram o fogo repercutindo nos apartamentos ao lado, por exemplo.



TELEJORNAIS

Ocupando todas as salas do antigo casarão do MIS, a exposição é aberta com uma sala dedicada ao jornalismo. Está ali a réplica da bancada dos telejornais da emissora – como o Repórter Real, apresentado por Milton Panzi. O maior salão é dedicado aos programas de auditório, apresentados por Dirceu Pereira e Fernando Sasso, entre outros.

Os programas infantis (como No reino do faz de conta e Circo Itacolomi); os teleteatros, precursores das novelas, feitos ao vivo; a publicidade – tudo está coberto pela exposição, seja com fotografias, vídeos ou matérias de jornal.

Na memória que agora vem à tona estão imagens de personagens que fizeram história na TV. Atores como Léa Delba, Wilma Henriques, Elvécio Guimarães, Lady Francisco (que começou a carreira como garota-propaganda e depois virou estrela de teleteatro).

Pioneira em Minas, a Itacolomi foi a responsável pelas primeiras transmissões ao vivo de jogos de futebol no estado. Também inovou na seara infantil – “começou a exibi-la pela manhã, numa época em que programas para crianças eram apresentados à tarde”, comenta Siomara Faria – e na publicidade – “em 1955, foi um choque ver anúncios na TV, pois espaços nobres eram o jornal e a rádio”, acrescenta a gestora do MIS.

A curta visita de João Paulo II a BH – que desfilou de papamóvel da rodoviária até os pés da Serra Curral, local onde ele rezou uma missa, batizado Praça do Papa – foi o canto do cisne da Itacolomi. Dezoito dias depois da visita, a primeira emissora de TV de BH e a primeira do país montada exclusivamente por técnicos brasileiros fechou suas portas. Naquele 18 de julho de 1980, sete canais da Rede Tupi, entre eles Itacolomi, todos pertencentes aos Diários Associados, tiveram suas concessões cassadas pelo governo federal.


TV ITACOLOMI – A PIONEIRA DE MINAS

Abertura nesta terça-feira (11), às 19h, no Museu da Imagem e do Som, Avenida Álvares Cabral, 560, Centro. Informações: (31) 3277-4131. Aberto segunda, quarta, quinta e sexta-feira, das 9h às 18h; terça, das 9h às 21h. Em cartaz até dezembro de 2019. Entrada franca.


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