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Prevenir para cuidar


postado em 06/12/2018 05:05


Quando se fala em prevenção de saúde mental, pensamos logo em depressão, ansiedade e outros transtornos que fazem parte do cotidiano e muito se ouve falar, mas por que pouco se fala em prevenção dos distúrbios da mente, uma vez que ela é algo possível? Segundo o psiquiatra Ricardo Frota, muitos conceitos sobre saúde da mente são deturpados pelo fato de ser abstrato, inacessível ao toque e que, por esses motivos, são estigmatizados como algo que não podemos controlar, pois foge do alcance da pessoa, é algo maior que ela mesma. E, muitas vezes, o indivíduo acaba desistindo ou não sabe como lutar para restabelecer a saúde da mente.

“Sabemos que adoecemos através dos nossos pensamentos, que são transmitidos às nossas emoções e sentimentos e, à medida que alimentamos pensamentos negativos, destrutivos e fazemos disso um hábito, a nossa mente começa a ficar treinada a obedecer a esses estímulos e então começa a modificar a química do nosso cérebro, que obedece aos comandos da mente, e assim começa um vínculo doentio que passa a prender as pessoas em suas crenças mentais”, afirma o psiquiatra.

Frota destaca que esse é um referencial novo, vem ganhando espaço nos EUA, mas ainda pouco difundido no Brasil, já que, em geral, a área da saúde mental tem se dedicado mais ao tratamento e à reabilitação dos portadores de distúrbios mentais. “A prevenção vem de ensinar as pessoas conceitos inovadores de aprenderem a pensar e a identificar esses pensamentos, quais são bons e ruins e saber programá-los em benefício próprio. E sabemos que o conteúdo desses pensamentos afeta diretamente suas próprias emoções e sentimentos”, alerta o profissional.

O Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento (INPD) é um centro de pesquisa multicêntrico, que reúne especialistas de diversas universidades do Brasil e do exterior. O INPD está realizando 16 projetos de pesquisa sobre os transtornos mentais da infância, com avaliações sob o ponto de vista social e biológico para o desenvolvimento de ferramentas e métodos para a identificação precoce de crianças e de adolescentes que apresentem fatores de risco para os distúrbios, possibilitando uma intervenção antes de a doença se manifestar.

Porém, se diversos transtornos psiquiátricos têm um componente genético, podemos falar em prevenção? O psiquiatra explica que as pesquisas sobre a relação entre fatores genéticos e o ambiente sugerem que os genes não determinam as doenças de forma definitiva. Os transtornos psiquiátricos são resultado de uma interação complexa entre vários genes de pequeno efeito (isto é, cada gene é responsável por parte dos sintomas) e diversos fatores ambientais. As pesquisas indicam que os fatores ambientais são capazes de alterar a nossa biologia.

Embora eles não sejam capazes de modificar a sequência do DNA que herdamos, o ambiente é capaz de alterar quais e como os genes são expressos em determinadas células durante o neurodesenvolvimento. A exata relação entre os fatores genéticos e os fatores ambientais, bem como a magnitude do risco do desenvolvimento de uma psicopatologia, ainda são aspectos desconhecidos e provavelmente bastante diferentes para cada pessoa.

O psiquiatra destaca que existe a possibilidade de serem criadas estratégias de prevenção, quando se considera o papel, ainda inexplorado, do ambiente em “ativar” e “desativar” as porções do nosso DNA. “É um processo de descobrimento pessoal, que as leva a entender de fato como a forma de sentir, de se emocionar, se realizar, pensar influencia diretamente nos resultados pessoais e profissionais e como as escolhas que fazem para suas vidas vão determinar o quanto serão felizes e livres das perturbações que vêm da mente. E a explicação dos cuidados físicos e espirituais que precisamos ter como parte do conjunto todo que forma nossa psique”, finaliza.


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