![Kuaikuai Duan e Vince Calhoun perceberam que alterações se mantiveram seis meses depois da alta hospitalar(foto: Vince Calhoun/Georgia Tech) Kuaikuai Duan e Vince Calhoun perceberam que alterações se mantiveram seis meses depois da alta hospitalar(foto: Vince Calhoun/Georgia Tech)](https://i.em.com.br/PgXT9MmGP0zb8VzAexnzc_d5BUw=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/05/12/1265814/20210512124107857292u.jpg)
“A ciência já mostrou que o novo coronavírus pode gerar danos cerebrais aos pacientes, com muitos deles apresentando problemas cognitivos leves, como confusão. Por isso, sabemos que essa é uma área importante a ser estudada”, enfatiza, em comunicado, Kuaikuai Duan, primeira autora do estudo e pesquisadora na Escola de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade de Georgia Tech.
Kuaikuai Duan, Vince Calhoun e colegas analisaram tomografias computadorizadas de 120 pacientes com problemas neurológicos — 58 deles com COVID-19 aguda e 62 sem a doença —, todos pareados por idade e sexo. Para avaliar as imagens, a equipe usou a análise de morfometria baseada na fonte, uma técnica matemática com alto poder estatístico, usada em estudos que avaliam o tamanho de estruturas complexas, como o cérebro humano.
A análise apurada mostrou que os pacientes com níveis mais elevados de problemas cognitivos apresentavam menor volume de substância cinzenta nos giros frontal superior e médio do cérebro. A alteração foi constatada assim que os voluntários receberam alta médica e se mantiveram seis meses depois.
Impacto da terapia
Os pesquisadores também observaram que o volume da substância cinzenta nessas regiões sofreu redução ainda maior em pacientes que receberam oxigenoterapia (respiração artificial) e nos que apresentaram febre, quando comparados àqueles não submetidos ao tratamento e aos que não apresentaram esse sintoma da COVID-19.
Segundo os autores, novas pesquisas precisam ser feitas para comprovar os dados obtidos — abrangendo, por exemplo, um número maior de participantes e varreduras neurais mais amplas. Eles acreditam ser possível encontrar algum biomarcador que ajude a identificar precocemente riscos de danos neurais em pacientes com covid-19, o que contribuiria para o desenvolvimento de tratamentos preventivos.