Nova função para a lataria

Há uma busca, na comunidade acadêmica, por soluções eficientes para a substituição de baterias convencionais. “O problema mundial não é gerar energia, mas armazená-la”, afirma Luiz Pardini, presidente da Associação Brasileira de Carbonos. Nessa linha, as fibras desenvolvidas na Virginia Tech surgem como uma solução promissora.

Para os criadores, o material tem forte potencial para construir capacitores, componentes de circuitos que armazenam cargas elétricas, para carros movidos a bateria. “Com a carga e a descarga rápidas, podemos usar nossos capacitores de carbono para acelerar os carros rapidamente. No futuro, imaginamos outros automóveis, como caminhões e drones, totalmente feitos e alimentados por latarias de fibras de carbono”, diz Guoliang Liu, um dos criadores da solução.

Nanofios

Pesquisador em baterias de carbono para carros elétricos, Leif Asp avalia que os pesquisadores estadunidenses precisarão apresentar novas aplicações da estrutura porosa para afirmar se, de fato, ela poderá ser aplicada em automóveis elétricos. “Eu sugeriria à equipe de Liu que produzisse nanofios a partir das fibras e medisse as propriedades mecânicas alcançadas. Acho que, com o acesso a esses dados, será possível estimar o potencial dessas fibras para uso no armazenamento de energia”, opina o também codiretor da Área de Ciência dos Materiais Avançados da Universidade Técnica de Chalmers, na Suécia.

Mesmo assim, o especialista não deixa de destacar os valores alcançados pelo trabalho e ressalta que aplicações menores já podem ser feitas com a criação. “As capacitâncias muito altas relatadas oferecem potencial para realizar supercapacitores com alta densidade de energia e potência. Portanto, eles podem ter um uso mais imediato em dispositivos para regeneração de energia e armazenamento durante a frenagem de um carro”, exemplifica Asp. (GB*)



"No futuro, imaginamos outros automóveis, como caminhões e drones, totalmente feitos e alimentados por latarias de fibras de carbono"

. Guoliang Liu,
cientista do Instituto Politécnico da Universidade Estadual da Virgínia
e um dos criadores da solução