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Sal pode induzir reação alérgica

Substância promove respostas imunológicas ligadas ao surgimento da dermatite atópica e outras complicações inflamatórias da pele. Descoberta feita por cientistas da Alemanha poderá ajudar no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas


postado em 03/03/2019 05:09

Equipe também descobriu que a concentração da substância é 30 vezes maior em lesões de dermatite atópica (foto: Peggy Greb/Divulgação)
Equipe também descobriu que a concentração da substância é 30 vezes maior em lesões de dermatite atópica (foto: Peggy Greb/Divulgação)


Uma equipe de pesquisadores da Universidade Técnica de Munique demonstrou, em laboratório, que o sal leva à formação de células imunológicas chamadas Th2, que ficam ativas em condições alérgicas, como a dermatite atópica. Os cientistas também detectaram concentrações elevadas de cloreto de sódio na pele dos pacientes de alergias alimentares.

Nos países industrializados, quase uma em cada três pessoas é afetada por alergias em algum momento da vida. Uma em cada 10 crianças sofre de dermatite atópica. As células T desempenham papel importante nas condições imunológicas do tipo. Embora sejam um aspecto vital da resistência do corpo a infecções se não controladas, também podem desencadear respostas patológicas e começar a atacar partes do próprio organismo em contato com substâncias inócuas, conhecidas por alérgenos.

Quando isso ocorre, as células Th2, um subgrupo de células-T, podem causar condições inflamatórias da pele, como a dermatite atópica. Isso envolve um aumento da produção das proteínas interleucina 4 (IL-4) e interleucina 13 (IL-13). Mas cientistas ainda não sabem o que desencadeia o ataque autoimune.

O sal de mesa, conhecido cientificamente como cloreto de sódio, é essencial para a saúde de seres humanos e animais. No corpo, ocorre na forma de íons sódio e cloro. No estudo, Christina Zielinski, professora da Universidade Técnica de Munique, demonstrou que o sódio pode induzir uma reação nas células T humanas que faz com que elas produzam quantidades aumentadas das proteínas IL-4 e IL-13. Na presença do sal, alguns tipos de células T, que não causam alergias, podem, se transformar em Th2, desencadeando a reação alérgica.

Reversão As alterações são revertidas quando a célula-Té novamente exposta a níveis mais baixos de sal. “Consequentemente, os sinais iônicos desempenham um papel na geração e no controle das células Th2”, diz Christina Zielinski. O resultado do estudo foi publicado na Science Translational Medicine.

Como especialista em dermatologia, Zielinski diz que seu interesse de pesquisa é a dermatite atópica. Por isso, ela investigou se as regiões da pele afetadas por essa alergia, caracterizada por secura, rachaduras, vermelhidão e coceira, exibiam níveis elevados de sódio. A análise revelou que as quantidades de sal nas lesões dos pacientes da doença eram até 30 vezes mais altas que nas áreas saudáveis da derme.

“Os níveis mais altos de sódio na pele afetada combinam nitidamente com outra característica da dermatite atópica”, diz Christina Zielinski. “Sabe-se, há algum tempo, que os pacientes com essa condição apresentam níveis elevados da bactéria Staphylococcus aureus na pele. Trata-se de micro-organismos que prosperam sob condições salinas, diferentemente das bactérias comensais, que são prejudicadas pelo sal.”

A pesquisadora acredita que esse conhecimento prévio e os resultados da nova pesquisa são forte indicativo da associação entre o sal e a dermatite atópica. “No entanto, ainda não conseguimos mostrar como essas grandes quantidades de sal chegam à pele”, admite. “Por essa razão, também não temos certeza se uma dieta com pouco ou muito sal pode influenciar nessa ou em outras condições alérgicas.” A equipe espera responder a essa e a outras perguntas em novos estudos interdisciplinares.

Bactérias ajudam na prevenção

Bactérias presentes no intestino de bebês saudáveis podem ser a chave para a prevenção da alergia ao leite de vaca, a reação alimentar que mais afeta crianças. A descoberta foi feita por cientistas dos Estados Unidos e da Itália em experimentos com ratos. Quando micróbios da flora intestinal de bebês humanos saudáveis foram transplantados em camundongos livres de germes, os animais não tiveram reação alérgica ao ser expostos ao leite de vaca. O mesmo não ocorreu naqueles que receberam material retirado de bebês que não tinham os micro-organismos.

“Essas descobertas demonstram o papel crítico da microbiota intestinal no desenvolvimento da alergia alimentar e sugerem fortemente que a modulação de comunidades bacterianas é relevante para deter a carga de doenças alérgicas alimentares”, ressalta Roberto Berni Canani, chefe do Programa de Alergia Pediátrica na Universidade Federico II de Nápoles e um dos autores do estudo, divulgado recentemente na Nature Medicine.

A equipe também analisou diferenças na expressão gênica nos dois grupos de cobaia.  O trabalho permitiu a identificação de uma espécie particular do micro-organismo, o Anaerostipes caccae, que parece proteger de reações alérgicas quando está presente no intestino.

O mesmo micróbio foi identificado em 2004 como protetor contra alergias a nozes. Segundo Cathryn Nagler, da Universidade de Chicago e integrante do estudo, a expectativa é de que essa bactéria possa ser usada como parte de drogas bioterapêuticas para prevenir ou reverter alergias alimentares comuns.

 

 


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