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Estado de Minas

Antônio Roberto

A descoberta do valor emocional é relativamente recente e nosso sistema social nunca deu atenção a esse aspecto tão importante de nossas vidas


postado em 17/03/2019 05:10

Sofrimento emocional

“Antônio Roberto, por que as pessoas sofrem tanto emocionalmente? Diariamente, a população está deprimida e angustiada com muitos problemas nos relacionamentos e na família. Você não imagina a ajuda que tem levado aos lares de toda Minas Gerais. Parabéns!”
Terezinha Rayad - de Belo Horizonte

O ser humano é um dos maiores milagres de Deus na natureza. Ponto alto da criação, ele se assemelha ao seu criador e difere dele pela imperfeição. O ser humano não está acabado e, a partir de seus limites, pode ter uma melhora contínua, e nisso consiste o seu crescimento enquanto pessoa.


A compreensão dos vários sistemas que compõem o arcabouço humano, do seu funcionamento e de sua relação com o meio ambiente é o caminho para a resposta solicitada. Somos dotados do físico, do racional, do emocional e do religioso. Por meio do sistema motor, nosso corpo anda, corre, come, trabalha, faz amor etc. Por meio do sistema intelectual, pensamos, raciocinamos, explicamos etc. Por meio do sistema espiritual, transcendemos, nos unimos a uma verdade universal, abraçamos o desconhecido, testemunhamos Deus etc. Por meio do emocional sentimos o mundo, percebemos com sentimentos a realidade, respondemos emocionalmente a todos os outros estímulos do corpo, do pensamento ou dos fatos.


A descoberta do valor emocional é relativamente recente e nosso sistema social nunca deu atenção a esse aspecto tão importante de nossas vidas. A inteligência humana progrediu muito e muita atenção foi dada a ela, culminando com todo o avanço técnico e tecnológico presente no mundo. O esforço e recursos despendidos nas pesquisas das doenças físicas criaram um avanço significativo na área da saúde orgânica. Pouca ou quase nenhuma atenção foi dada pelo sistema ao psicológico, principalmente em nosso país. Afora os casos muito graves de distúrbios mentais e que, na visão preconceituosa da sociedade, pode lhe oferecer perigo e incômodo e, assim mesmo, muito mal atendidos, as dificuldades emocionais da população não são levadas a sério.


Na camada mais pobre, o problema é ainda mais grave. Se uma pessoa de melhor condição financeira sofre emocionalmente, apesar de todo o preconceito existente com relação ao tratamento psicológico, ela pode procurar uma terapia. Os mais desfavorecidos não têm a quem recorrer. Até há pouco tempo, e muita gente ainda pensa assim, as dores da alma, como a depressão, a solidão, a compulsão pelas drogas, incluindo o alcoolismo, o estresse etc., eram vistas com certo desdém.


Os poderes públicos não se preocupam nem nunca se preocuparam com a neurose de cada um de nós. Os postos de saúde não têm, em geral, um psicólogo para escutar aquele que perdeu um filho, que teve uma separação conjugal traumática ou que viveu alguma crise grave na sua vida. As escolas não educam emocionalmente as crianças e os adolescentes por meio de vivências e trabalhos em relações humanas. Nossos relacionamentos são muitas vezes dolorosos, porque não fomos tratados nos nossos “ciúmes”, invejas, competições, nossos ódios, nossas vinganças. Somos na vida aquilo que sentimos. Tratar dos nossos sentimentos negativos é fundamental para sermos mais felizes e ter relacionamentos mais significativos. A ausência de ética, a corrupção deslavada, o problema das drogas, a desvalorização da mulher e a degradação do meio ambiente são frutos de pessoas adoecidas, com pouco ou nenhum amor no coração.


No fim das contas, todos os nossos problemas, qualquer que seja a sua natureza, vão desaguar no campo emocional. A perda do emprego, a falta de dinheiro, por exemplo, são vividos com angústia, tristeza, culpa ou medo. E quando sofremos na emoção queremos ser escutados. Alguém tem de acolher nossas dores. O poder público tem a obrigação de incluir, na saúde, o tratamento emocional.


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