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Exponha-se sem correr riscos

Neste dezembro, dedicado à conscientização sobre o câncer de pele, dermatologistas se unem para orientar e alertar sobre a necessidade de se proteger contra a radiação solar


postado em 02/12/2018 05:02

 Eliana Franco, de 63 anos, enfrentou com tranquilidade e venceu um tumor no rosto(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Eliana Franco, de 63 anos, enfrentou com tranquilidade e venceu um tumor no rosto (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )

 

 


 






“A vida é como parênteses que vão se fechando. Tudo se resolve, o problema acaba e as coisas voltam ao normal. Às vezes, é bom dar um tempo na vida antes que a vida dê um tempo em você. É importante perceber os sinais, agradecer a oportunidade de estar vivo. Nada é por acaso.” Foi com pensamentos positivos, esclarecimento, serenidade e de peito aberto que a dona de casa Eliana Franco da Mata Rocha, de 63 anos, enfrentou um câncer de pele. Há 10 anos, lutou contra um tumor na mama, venceu a doença e passou a fazer controle mais sério da saúde. Em setembro de 2017, durante consulta de rotina com sua dermatologista, acabou se deparando com um problema parecido. A médica reparou uma mancha vermelha no rosto de Eliana, que ela não tinha percebido antes. Depois de uma cirurgia para a retirada, foi detectado o câncer, do tipo menos agressivo e pouco perigoso.

A dona de casa confessa que, quando jovem, não se cuidava direito. Segunda a médica que a acompanhou, o câncer veio se agravando a partir dos 15 anos, em um sentido cumulativo, pela exposição rotineira ao sol. “Não usava protetor, na época não era difundido. Ao ficar sabendo do diagnóstico, no primeiro momento, me assustei, principalmente por já ter passado pelo câncer de mama. Mas depois procurei me informar, inclusive consultando novamente o mastologista.” O tratamento, ao contrário do que Eliana temia, decorreu com tranquilidade, não demandou procedimentos sérios e nem sequer ficou marca no rosto. “O câncer de pele foi mais simples. Tirou e pronto. Não precisou de quimioterapia ou radioterapia.” Eliana diz que não se fecha, que conversa, pede ajuda, desabafa, procura não transmitir sofrimento para os filhos, espencialmente depois que o marido faleceu, em janeiro. “Tenho que me cuidar, preciso estar bem, manter o otimismo: ‘Vou sair dessa, vou dar conta’. Se me fechar, essa doença vai ficar em mim. A vida passa muito rápido, então, procuro viver normalmente, um dia de cada vez”, conclui.

Entre o total de tumores malignos registrados no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% correspondem ao câncer de pele – 180 mil ocorrências anuais, dentro de um patamar de 600 mil, para as condições de câncer em geral. Para este ano e o que vem, são esperados 165.580 novos casos do tipo não melanoma, índice que representa diminuição de 10 mil episódios com essa característica de um biênio para outro. Um dado inédito é que, comparado ao último levantamento do Inca, o quadro sobre a doença dá conta de que mais homens (85.170), em relação às mulheres (80.410), serão acometidos. Com o início da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, um mutirão toma conta do país para atender a população gratuitamente, inaugurando as atividades do Dezembro Laranja, mês de prevenção e conscientização sobre a enfermidade, iniciativa realizada desde 2014.  A primeira ação relevante em nível nacional acaba de ocorrer, reunindo cerca de 4 mil médicos dermatologistas voluntários, num esforço conjunto para prestar assistência e esclarecer o público quanto a importância de adotar medidas preventivas. As consultas foram ofertadas em 132 postos em diversos estados. Em Minas, Belo Horizonte e outras 11 cidades foram contempladas, com 14 locais de acolhimento.

Ação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha consta de atenção especial dos profissionais para orientar, checar e fazer pequenos procedimentos cirúrgicos para o combate do câncer de pele. O órgão conta com parcerias de entidades públicas, instituições de saúde e empresas, num trabalho de colaboração.  Em Minas Gerais, a coordenação é da regional mineira da SBD, sob responsabilidade da vice-presidente da SBD-MG, a dermatologista Maria Luiza Pires de Freitas. “O objetivo é fazer a população compreender os riscos da exposição solar sem a proteção certa, o que pode levar ao aparecimento desse câncer. O principal intuito é ensinar sobre como evitá-lo, medidas de diagnóstico e acesso às terapias adequadas”, salienta Maria Luiza. “A conscientização pública é uma das formas de reduzir o número de novos casos e, pensando assim, desde 1999, é realizado o mutirão de médicos dermatologistas voluntários, que prestam atendimento e orientação às pessoas”, continua a profissional.

CAMPANHA

O trabalho do Dezembro Laranja é apoiado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). No quinto ano de realização, segue com o mote “Se exponha, mas não se queime”, numa tentativa de conquistar a empatia do público com o trocadilho referente à exposição solar e à exposição nas redes sociais. A crença das entidades envolvidas, comprometidas em reduzir a incidência da doença e a mortalidade relacionada a ela, no fim das contas, é de que um país com menos casos de câncer de pele é uma meta alcançável.

Durante os mutirões, na situação em que o paciente apresenta alguma suspeita do problema, o tratamento continua no serviço onde foi previamente avaliado. Em 2017, Minas Gerais bateu recorde de atendimentos – em um único dia, cerca de 4,3 mil pessoas passaram pelos especialistas, entre dermatologistas, residentes e estudantes de medicina, compreendendo 450 casos prováveis do mal, que foram encaminhados para cirurgia ou acompanhamento. Desde o começo, o mutirão já auxiliou mais de 594 mil brasileiros e, na 20ª edição da campanha nacional, pela SBD, a expectativa é de que 30 mil pessoas sejam beneficiadas.




Conheça os fatores de proteção

O verão está chegando, o sol brilha forte, e os cuidados com a pele devem ser redobrados. A atenção com o maior órgão do corpo humano é necessária durante o ano inteiro, é sabido, mas no período que se anuncia é preciso ainda mais cautela. “Todos sabem que devem usar protetor solar, mas muitos desconhecem a forma mais adequada de fazê-lo”, ressalta o dermatologista Bruno Vargas, diretor da clínica que leva seu nome. Ele lembra que a falta de proteção, além de causar reações imediatas, como vermelhidão e ardor, também pode levar a consequências a longo prazo. Uma delas é o câncer de pele.

» Independentemente do tom de pele, o fator de proteção solar (FPS) mínimo deve ser 30. “A melanina produzida na pele é uma defesa natural do organismo à incidência de luz. Quanto maior a exposição, mais melanina e, consequentemente, maior o bronzeado. Por isso, quem tem a pele mais clara está mais exposto”, explica. Para cada cor e tipo de pele, há o filtro mais indicado.

» Quem tem manchas causadas por motivos diversos, deve aplicar produtos com FPS 50 ou 60. Crianças abaixo de 12 anos precisam de FPS de no mínimo 40, mas bebês de até seis meses não podem usar protetor solar e, por isso, recomenda-se que tomem apenas 10 minutos de sol por dia, antes das 9h da manhã.

» Para quem utiliza regularmente hidratantes, bases e cremes anti-idade, o mais recomendado é optar pelos que contêm filtro. Na praia, areia e sal potencializam o efeito dos raios ultravioleta (UV). As diferentes apresentações farmacêuticas são outro diferencial que varia pelo tipo de pele. Os produtos sem óleo, sérum e gel são ideais para a pele mista, oleosa ou com acne. Mousse e creme são mais indicados para pele seca ou sensível, e as versões em aerossol são recomendadas para as áreas com pelos e o couro cabeludo.

 


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