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Estado de Minas

Agronegócio faz apostas ousadas para 2019 na cadeia produtiva

Alavanca da expansão da economia nos últimos anos, agronegócio faz previsão otimista para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, soja, milho e as vendas de carne no exterior


postado em 24/12/2018 06:00 / atualizado em 24/12/2018 08:06

As destilarias de açúcar e álcool tendem a manter bom desempenho em Minas, diante do aumento da demanda pelo etanol(foto: Siamig/Divulgação %u2013 5/5/17)
As destilarias de açúcar e álcool tendem a manter bom desempenho em Minas, diante do aumento da demanda pelo etanol (foto: Siamig/Divulgação %u2013 5/5/17)

A despeito dos altos e baixos que o agronegócio enfrentou neste ano, cresceu a confiança do setor em Minas Gerais numa aguardada expansão no ano que vem, como avalia a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). Âncora do desempenho da economia brasileira nos últimos anos, o PIB (Produto Interno Bruto, a soma da produção de bens e serviços) agropecuário do país deverá crescer 3,4% em 2018, impulsionado pela retomada da agroindústria, de acordo com projeções do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

A estimativa consiste numa performance modesta frente ao avanço, em 2017, de 7,6% do agronegócio, proporcionado por safra recorde de vários produtos, em especial a soja e o milho, mas ainda assim supera a projeção de crescimento de 1,5% da economia brasileira. É o que esperam para o país os analistas da centena de bancos e corretoras consultados pelo Banco Central (BC) na elaboração do mais recente Boletim Focus.

O setor não escapou da influência que a greve dos caminhoneiros, em maio, exerceu sobre as estatísticas da produção, como observa o presidente da Faemg, Roberto Simões. A paralisação nas estradas provocou signficativas perdas de produtos como leite, carnes, hortifrútis e até mesmo de animais. “Na sequência, ocorreu o tabelamento do frete, configurando mais um prejuízo para os produtores, pois elevou o custo do frete e, consequentemente, dos insumos.”

Outros dois fatores, o desemprego e a crise financeira de Minas, que tem sido a justificativa para o atraso no pagamento dos salários do funcionalismo público, refletiram sobre um mercado consumidor fraco em 2018.  Para 2019, segundo Simões, a perspectiva com a qual o setor trabalha é de aumento dos volumes e da qualidade da produção do agronegócio. “Prosseguiremos a implementação do programa da agricultura 4.0, o que significa mais inovação e tecnologia, para que a produção cada vez mais elevada se faça com respeito absoluto ao meio ambiente”, diz o presidente da Faemg.

As expectativas quanto ao novo governo de Romeu Zema (Novo) não poderiam deixar de considerar, como admite a Faemg, a prioridade que deve ser dada ao saneamento das contas públicas. O setor reconhece a necessidade de medidas para reverter as dificuldades de caixa do estado, mas espera esforço também na implementação de uma política desenvolvimentista.

O presidente da Faemg destaca que há pontos positivos na avaliação sobre o governo de Romeu Zema, em razão da “carreira vitoriosa na iniciativa privada” do governador eleito, e de um discurso em que não nega o quadro caótico em Minas, mas que tem mostrado disposição para adotar medidas, embora amargas, no sentido da recuperação do estado.

“Quanto ao nosso setor, esperamos soluções para problemas crônicos, que nos impedem de avançar mais. A infraestrutura carece, há anos, de ampliação e modernização para que seja possível o escoamento rápido e seguro da produção”, afirma.  O setor está longe de atender à eficiência exigida pelo mercado mundial no escoamento de mercadorias, diante de estradas estreitas e esburacadas, exíguas linhas ferroviárias e raras hidrovias.

Na liderança Em 2018, Minas confirmou a liderança em vários segmentos do agronegócio, com base em balanço da Faemg. A safra de café, carro-chefe do agronegócio estadual, proporcionou acréscimo de 30% da produção, frente ao ano passado. As exportações foram expressivas, apesar de preços que, para o setor, deixaram a desejar.

Maior produtor de café do Brasil, o estado respondeu por 53% da produção nacional, tendo colhido 31,9 milhões de sacas. As vendas externas encerraram os primeiros 10 meses do ano com queda de 4% em volume – ao todo, foram destinadas 948,5 mil toneladas de café ao mercado internacional, equivalentes a 15,8 milhões de sacas.

Enquanto a média de preço praticada entre janeiro e outubro de 2017 foi de US$ 278 por tonelada, neste ano, os embarques foram comercializados a US$ 238 a tonelada, valor 14% menor. Minas manteve também a posição de maior produtor de leite, mas a importação, para cumprimento dos acordos do Brasil com o Mercosul, prejudicou os produtores.
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Outro segmento que se destacou, neste ano, é a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, que vem se recuperando e tende a crescer no próximo ano, devido ao aumento do consumo do etanol. O setor de carnes apresentou ligeira queda da produção de suínos e aves, provocada pela queda substancial de preços, ao mesmo tempo em que os custos de produção subiram. As exportações de carne bovina apresentaram ligeiro aumento, mas ainda com preços instáveis, de acordo com Simões. Com taxa cambial adequada no próximo ano, o presidente da Faemg observa que tanto Minas quanto o Brasil tendem a ganhar competitividade, o que deverá garantir a presença da carne brasileira em quase todo o mundo.


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