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Estado de Minas EM DIA COM A PSICANÁLISE

Conservar bons e fiéis amigos é uma arte

A melhor coisa do mundo é ter amizades para dividir as coisas boas da vida, para trocar ideias, rir, dançar e comer junto


postado em 24/11/2019 04:00 / atualizado em 22/11/2019 16:12

Sobre a amizade podemos dizer muitas coisas. Podemos dizer que as pessoas que têm amigos parecem ser mais felizes e levar uma vida mais leve, pois encontram companhia para as alegrias compartilhadas. Em alguns amigos também podemos encontrar um ombro amigo para as horas difíceis. Às vezes, mais que um ombro amigo,  atitudes positivas e intervenções salvadoras.

Ninguém, nenhum amor ou amigo, pode atender completamente demandas imperativas de amor. Demandas imperativas, do tipo tem de ser o que quero, são exigências infantis. E nós, em matéria de amor, podemos regredir e ser bastante infatiloides e passionais.

Amigos, como todo mundo, têm defeitos difíceis de reconhecer e admitir. Idealizamos, no entanto, o alcance de uma amizade como se o amigo fosse aquele que deve suportar tudo, aceitar tudo, compreender também. Ele deve ser quase um santo aos olhos ingênuos daqueles que esperam tanto de alguém. Tenho receio de quem tanto espera, pois a decepção pode ser tão grande quanto a esperança, e todas as duas interrompem belas amizades. Essas não deixam de ser belas porque as pessoas se afastam.

Um amigo simplesmente não pode ser tudo o que esperamos dele. É necessário respeitar e cuidar bem das amizades. Mas o excesso de confiança e intimidade pode provocar o mau uso da amizade. Às vezes, beira o abuso. Amigos muito chegados vão além dos limites desejáveis e necessários à convivência, causando incômodos.

Falar demais, revelar verdades dolorosas, achar que conhece o outro mais do que ele mesmo pode até acontecer, mas por que dizer tudo? Verdades. Alguns teimam em dizê-las todas. Por quê? Para fazer o outro sofrer mais um pouquinho. Há verdades que são impronunciáveis, por simples respeito. Por exemplo, falar dos defeitos, da aparência, dos costumes, manias e do estilo. Principalmente, querer mudar os amigos.

Amigos são aqueles parentes que escolhemos, diferentemente da família, onde caímos de paraquedas e damos sorte – ou não – em estar ali e ali crescer.

E guardar segredos? Outro problema! Se os nossos nos são insuportáveis de guardar, por que esperamos que, compartilhando-os, o outro terá maior compromisso com o nosso próprio segredo do que nós próprios tivemos?

Amigos não deveriam ser sempre confidentes. Não contar segredos é saudável, é preferível não contá-los, porque para guardá-los será preciso esforço constante. Segredos pesam.  Se não conseguimos guardar os nossos, por que pedir que o outro os guarde por nós? Que seja mais forte ainda que nós. Ele vai falhar e vamos perder a amizade de modo muito injusto, por exigir do amigo mais sigilo do que de nós próprios.

Amigos e amigas tipo namorados. Detestável. Têm ciúmes, querem saber tudo, aonde vamos, o que fazemos, e cobram porque não os incluímos ou não os chamamos. Isso é fazer mau uso da amizade. Até entre namorados e amantes essa prática é detestável. Mina qualquer relação.

A melhor coisa do mundo é ter amigos para dividir as coisas boas da vida, para trocar ideias, rir, dançar e comer junto. Por isso devemos prezar muito esses bons hábitos e zelar para que nunca nos tornemos pesados aos amigos querendo demais deles. Queiramos de menos e sempre os teremos por perto! Porque serão livres.

Uns são reservados e só se dão aos poucos, outros são como vinho, quanto mais antigos, melhores. Alguns são para o cinema, outros para o papo cabeça, levar pra casa. Para um fim de semana todo. Para costurar, plantar, bordar, ir às compras, tocar instrumentos e cantar. Ou encontrá-los por aí e repetir o refrão mineiro: passa lá em casa, vamos nos encontrar mais! Improvável. Assim é a amizade, faz bem para o coração na medida certa. E quando o mar não está para peixe, que nos deixem em paz. Esses são os especiais.

Felizes aqueles que sabem aproveitar bem os amigos, pois nunca lhes faltará a companhia das boas pessoas que escolheram para dividir a vida, pelo menos um tempo dela. E sabemos: amigos são não-todos, não-tudo, mas estão sempre perto do coração quando os chamamos.                                                                          

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