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Na véspera do Dia dos Reis, eles continuam a passear entre nós

Gaspar, Belchior e Baltazar nos convidam a aproveitar a paz domingueira para uma reflexão pessoal


postado em 05/01/2020 04:00 / atualizado em 05/01/2020 09:25

Após celebrar a vinda de um Deus menino, os cristãos continuam diante da estrebaria. Saem de cena a ovelha e o burrinho, entram os camelos e os dromedários, que, mantidos a distância, com certeza fizeram parte da caravana dos três reis magos vindos do Oriente. Pois foi naquele humilde lugar que os magos chegaram com seus séquitos, camelos, servos e presentes, após uma viagem que estudiosos calculam ter levado cerca de três meses.
 
Que gênero de homens seria este que se pôs a caminho para encontrar um rei? Como explicar haver fora de Israel pessoas que vissem no “rei dos judeus” o portador de uma salvação para todos os confins da terra? Seriam reis, magos, pertencentes a uma casta sacerdotal, astrônomos?
Que tinham origem nobre presume-se pelo tratamento diferente que receberam na corte de Herodes, onde chegaram primeiro, acreditando que Jerusalém estaria em festa, mas a capital nada sabia, desconhecia seu rei. Para muitos, eles vieram da Pérsia, pois se vestiam como persas. Tanto que quando os persas invadiram Belém, não destruíram a Basílica da Natividade porque na fachada encontraram a figura dos magos trajando roupas persas.
 
Ainda que não se conte com registros verificáveis sobre sua precisa origem, o que faziam, quantos eram, qual foi a certeza que os fez partir, eles passaram a representar os povos de todas as terras que se dirigem ao Menino reconhecendo-o como Deus. Bento XVI diz: “Os sábios do Oriente constituem um início, representam o encaminhar-se da humanidade para Cristo, inauguram uma procissão que percorre a história inteira”.
 
Por terem sido os primeiros seres humanos a visitarem Jesus como Salvador, os reis magos são os personagens religiosos mais próximos da realidade humana. Daí a Folia de Reis, iniciada na Europa e trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses no século 18, ser tão celebrada entre nós.
Toda a majestade de então foi transformada em uma festa de alegria. A Folia é uma tradição que, mais do que apenas fazer parte do folclore, é uma grande demonstração da religiosidade popular. Por diversas cidades do Brasil, os grupos saem batendo de porta em porta, cantando e levando a boa nova do nascimento de Jesus, recordando a visita dos Reis Magos. Também pedem prendas e fazem louvações aos donos das casas.
 
Iniciada logo após o Natal, a Folia de Reis vai até 6 de janeiro, quando a Igreja celebra a Epifania do Senhor (este ano, neste domingo). Uma das marcas da folia é a forte religiosidade de seus participantes e a relação de fé que têm com os seres divinos. As músicas são alegres e bem populares. “Ô de casa, nobre gente/ Escutai o que eu direi/ É da parte do Oriente/ É chegada dos três reis.”
 
Tão diferente daquela época e por isso mesmo tão representativa. Ali estão gente do povo, amigos do bairro, cantadores e instrumentistas, com as roupas coloridas e a tradicional bandeira que identifica o grupo, percorrendo ruas como uma forma de remeter ao percurso feito pelos sábios. Há mais de dois mil anos, três reis andaram uns mil quilômetros e encontraram Jesus. Agora, pessoas andam cantando pelas ruas e, na alegria e no abraço de um para o outro, também encontram o Menino.
 
Hoje, véspera do Dia dos Reis, Gaspar, Belchior e Baltazar continuam a passear entre nós, nos convidando a aproveitar a paz domingueira para uma reflexão pessoal. Como eles, os sábios da época, talvez movidos por alguma inquietude interior, precisamos ir além de nós mesmos, buscar a verdade com esperança, ter coragem para mudar o caminho, acreditar que uma estrela pode superar o sol em beleza e brilho se for seguida com fé, ler os sinais, ouvir com mais atenção os sonhos
Mesmo familiarizados com o firmamento, os magos deixaram família, bens e comodidade porque souberam ver naquela grande e maravilhosa estrela o anúncio de um novo tempo. Já conhecendo os segredos e dificuldades do trajeto, ouviram que o sonho lhes indicava outra rota para não se encontrarem com Herodes e voltaram por um novo caminho.
 
Seguir uma estrela, visitar um Rei, mudar de caminho. Já pensou em começar o ano assim? Feliz 2020 para todos.

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