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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Simone Tebet precisa seduzir os caciques do MDB pela terceira via

Vencedor das prévias tucanas, ex-governador paulista João Doria é descartado até pelo presidente do PSDB


20/05/2022 04:00

A senadora Simone Tebet
Simone Tebet tem o desafio de tentar unir o MDB em torno do seu nome (foto: LEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO)


Os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, em encontro com o presidente do MDB, Baleia Rossi, decidiram descartar a pré-candidatura do ex-governador João Doria e indicar à cúpula dos respectivos partidos o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como a candidata de consenso para unificar a chamada terceira via. O critério adotado foi uma pesquisa para avaliar qual dos nomes teria mais potencial eleitoral: deu Simone, por causa da rejeição de Doria. Agora, seu nome depende da aprovação dos demais dirigentes das três legendas, inclusive do MDB.

A 90 dias do prazo inicial de realização das convenções eleitorais, há um longo caminho a ser percorrido. Simone Tebet terá que superar as contradições internas das legendas, num contexto eleitoral de polarizado entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há mais dois competidores à frente de Tebet: o ex-governador Ciro Gomes, candidato do PDT, que se mantém em terceiro lugar nas pesquisas, e o deputado André Janones, do Avante, que aparece sempre com 2% nas pesquisas. Ambos, porém, não são levados em conta pelos líderes da terceira via.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, convocou a Executiva nacional da legenda para examinar a proposta, na próxima terça-feira. Não deve haver resistência, porque a ideia de uma candidatura unificada de centro está em sintonia com a tradição política da legenda e João Doria é considerado carta fora do baralho pela bancada federal. A maioria do partido era simpática à candidatura de Eduardo Leite, que perdeu as prévias. O constrangimento para apoiar a senadora do Mato Grosso do Sul era o fato de o PSDB ter um candidato, pois os dois partidos estão federados. Com o ex-governador fora do jogo, a resistência é residual e representada pelo ex-governador Cristovam Buarque (DF), que defende o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno.

Caciques regionais

O PSDB continua mergulhado numa profunda crise. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, e o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, defendem o apoio a Simone Tebet. Ambos são os principais responsáveis pela desestabilização da candidatura de Doria. Garcia tem o apoio de toda a bancada tucana e uma aliança estratégica com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O problema é que outras lideranças, como o deputado Aécio Neves (MG), defendem que a legenda tenha uma candidatura própria.

Os cogitados são o ex-governador Eduardo Leite, que foi derrotado por Doria nas prévias, mas agora articula sua volta ao governo gaúcho, e o senador Tasso Jereissati (CE), um dos fundadores do PSDB. Leite não quer voltar à arena da disputa presidencial. Tasso é um aliado de primeira hora de Tebet e somente aceitaria se houvesse uma ampla articulação em torno de sua candidatura. Sua indicação seria um golpe de morte nas pretensões de Ciro Gomes (PDT), seu afilhado político no Ceará.

Resta o MDB. Baleia Rosi controla 20 das 27 seções regionais do partido. Entretanto, isso não significa apoio dos demais caciques da legenda. O ex-presidente Michel Temer, na moita, se preserva para a eventualidade de se tornar um tertius. Sonha com a candidatura à Presidência, hoje, porém, apoiaria Simone. Dos três governadores da legenda, dois apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Helder Barbalho (Pará) e Paulo Dantas (Alagoas), recém-eleito pela Assembleia Legislativa local; um é aliado do presidente Jair Bolsonaro, Ibaneis Rocha (DF).

O grupo formado pelo ex-presidente José Sarney e os senadores Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL) e Jarbas Vasconcelos (PE) apoia Lula, como outros caciques regionais hoje sem mandato, como Romero Jucá (RO) e Eunício de Oliveira. Os senadores Fernando Bezerra e Confúcio Moura (RO) apoiam Bolsonaro, juntamente com os deputados gaúchos Osmar Terra e Alceu Moreira.

Ao contrário do PSDB, porém, o MDB é uma federação de caciques regionais, com uma ala governista e outra de oposição, que convivem muito bem na divergência. O grupo que apoia Lula não tem força para impor à legenda essa orientação, nem a ala governista já engajada na reeleição de Bolsonaro. É aí que a candidatura de Simone Tebet ganha viabilidade para unificar a terceira via. Se vai se tornar realmente competitiva é outra história. O MDB tem tradição de cristianizar seus candidatos.


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