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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

"O último tango em Paris"

"Espero mesmo que França e Argentina façam um grande jogo. Quem sabe um 5 a 3, 6 a 4, para coroar a arte, o toque, a tabela, o drible, o gol"


18/12/2022 04:00

Messi, durante treino da Argentina
O craque Lionel Messi, de 35 anos, terá na final da Copa do Mundo do Catar, contra a França, a chance de fechar seu ciclo na seleção argentina com "chave de diamante" (foto: FRANCK FIFE / AFP)


DOHA – A ansiedade toma conta de mim para contar o último capítulo da melhor Copa do Mundo da minha vida que, para o bem do futebol arte, coloca frente a frente as duas seleções que privilegiaram a arte, o drible, o toque, a tabela, o gol. Messi e Mbappé foram os protagonistas das suas equipes, mas eu destacaria o francês Griezmann como o outro grande nome deste Mundial. Os “deuses do futebol” não erram. Não privilegiam retrancas, não dão espaço para botinadas, não permitem que árbitros ruins apitem uma grande decisão. O polonês Szymon Marciniak será o dono do apito, e terá o auxílio de seus compatriotas Pawel Sokolnicki e Tomasz Listkiewicz. O brasileiro Wilton Pereira Sampaio, que sonhava em apitar a final, voltou com o rabinho entre as pernas, após a péssima arbitragem na partida entre França e Inglaterra, quando favoreceu os franceses, principalmente no primeiro gol, ao não marcar falta clara no inglês Saka na origem da jogada. A arbitragem brasileira é vergonhosa.

De um lado teremos um gênio da bola, que há duas décadas nos proporciona com sua arte pelos gramados do mundo, aos 35 anos, Lionel Messi. Do outro, um jovem gênio, já campeão do mundo em 2018, marcando gol na final, Mbappé. A torcida está dividida, mas eu não fico em cima do muro: vou torcer para Messi, e explico o motivo. Messi nos brinda há duas décadas com o que há de melhor no futebol. Vice-campeão do mundo em 2014, no Brasil, ele merece levantar a taça e fechar sua linda carreira com chave de diamante. Muitos dirão, mas vai torcer pela Argentina? Sim, vou. Nunca fui contra o futebol dos hermanos e sempre o admirei. Não me importa a rivalidade, o que vale para mim é a arte, o drible, a tabela, o gol. Quem me acompanha sabe o quanto sou saudosista por ter vivido a melhor fase do futebol brasileiro. Mas e o Mbappé, também não é isso tudo? Sim, também torceria por ele se o adversário fosse outro, mas como ele já é campeão do mundo e terá, pelo menos, mais três Copas pela frente, que Messi ganhe essa, pois não terá outra oportunidade. Ele mesmo disse que neste domingo fará seu último jogo pela seleção de seu país.

E se ganhar a Copa, Messi será maior que Maradona? Pergunta difícil de responder, pois não se pode comparar épocas. Maradona foi genial, tanto quanto Messi. Ganhou a Copa de 1986, no México, e foi vice-campeão na Copa de 1990, na Itália. Eu coloco os dois no mesmo pedestal. Messi fez aqui no Catar a sua melhor Copa, chamando para si a responsabilidade do 10 de verdade. A jogada no terceiro gol contra a Croácia lembrou o Messi dos grandes tempos do Barcelona, 2009, 2011 e 2015, quando ganhou a Champions League. Vejo a França mais forte que a Argentina, mas enxergo os hermanos com sangue nos olhos e todos os jogadores trabalhando para que Messi triunfe. Sabemos tudo sobre a garra argentina. Eles vão na bola como se estivessem indo a um prato de comida. Não platinam os cabelos, não põe cinco brincos na orelha, nem usam fones de ouro, mas jogam bola com amor, com vontade de representar cada torcedor argentino.

Numa Copa fraca tecnicamente, e esse para mim foi o único ponto negativo, já que só tenho elogios a fazer aos organizadores e à Fifa, salvou-se o futebol de verdade. O Marrocos brilhou, representando a África como semifinalista, a primeira vez na história de uma seleção africana, mas, como todo o carinho e respeito, não poderia chegar à final, já que privilegiou o antifutebol, de retranca. O mesmo digo da Croácia, que tem em Modric outro gênio da bola, mas que é somente ele. Venceu apenas uma partida e foi se classificando nas penalidades. Sei que esse tipo de torneio permite isso, mas os “deuses do futebol” não deixam que vença a retranca. A Argentina, mesmo com Maradona em 1990, chegou á final com várias decisões em penalidades, mas perdeu para a Alemanha, que privilegiou a arte. Copa é isso. O regulamento permite. Vejam que a croácia só ganhou uma partida nessa Copa, as demais foram nas penalidades, e está entre as quatro finalistas. É injusto! O Brasil, que ganhou três jogos, empatou com Croácia e perdeu na disputa de pênaltis, voltou para casa mais cedo e ficou com o sétimo lugar, a pior colocação desde a Copa de 1990. Regulamentos esdrúxulos, mas que fazem parte de uma competição que dura 30 dias.

Espero mesmo que França e Argentina façam um grande jogo. Quem sabe um 5 a 3, 6 a 4, para coroar a arte, o toque, a tabela, o drible, o gol. Essas duas equipes já salvaram a competição como jogos de alto nível, como foram, por exemplo, França x Inglaterra e Argentina x Croácia. Sei que em decisão de Copa do Mundo é difícil um placar elástico, mas a gente precisa torcer e acreditar. Em 2018, a França foi campeã do mundo fazendo 4 a 2 na Croácia. Que Messi e Mbappé estejam inspirados e dispostos a brilhar. Ambos têm cinco gols e vão disputar a artilharia da Copa. De 1974 até 1998, o artilheiro das Copas não passava de seis gols. Em 2002, o Fenômeno marcou oito gols e quebrou essa escrita. Quem sabe Messi ou Mbappé quebram mais um recorde esta noite aqui em Doha? Eu sou sempre pela arte, pelo futebol ofensivo, com placares elásticos. Acertei as finais de 2014 e 2022, espero também acertar o placar e vou “chutar” um 4 a 3 para a Argentina, com quatro gols de Messi. Seria realmente fechar com chave de diamante uma carreira tão brilhante.

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