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Estado de Minas Coluna Jaeci

A caótica e falida arbitragem brasileira

E para fechar a tampa do caixão, a CBF indicou os árbitros Wilton Pereira Sampaio e Raphael Claus para apitarem na Copa do Mundo do Catar


16/10/2022 04:00

Jaeci Carvalho

A arbitragem do jogo Corinthians e Flamengo, pela Copa do Brasil, no meio desta semana, pela Copa do Brasil, é um exemplo da polêmica arbitragem nacional
A arbitragem do jogo Corinthians e Flamengo, pela Copa do Brasil, no meio desta semana, pela Copa do Brasil, é um exemplo da polêmica arbitragem nacional (foto: Paulo Pinto / AFP)

A falência da arbitragem brasileira vem de muito tempo. Quantos clubes perderam títulos por erros crassos de arbitragens? Se fizermos um levantamento rigoroso, não conseguiremos expor aqui neste espaço. Nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980, os árbitros sempre favoreciam equipes do eixo Rio-São Paulo, que “ditavam” as regras nas competições. Com o advento da TV e as transmissões massivas dos jogos, com dezenas de câmeras captando tudo, os árbitros foram tomando vergonha na cara e diminuindo seus erros. Já houve caso de árbitros venais e corruptos, como o tal Edilson Pereira de Carvalho, que torcia fervorosamente para o Corinthians, mas que teve a carreira interrompida em 2005, após denúncia da revista ‘Veja’ sobre sua participação no esquema de compra de árbitros para a fabricação de resultados que favoreceriam apostadores de loterias clandestinas via internet. Vocês se lembram bem o que aconteceu no Brasileiro de 2005? Vários jogos foram anulados e o Corinthians acabou campeão.

O Atlético é um dos clubes mais prejudicados pela arbitragem ao longo da história. Pela arbitragem e até pela ditadura, pois o gênio da bola, Reinaldo, o eterno Rei, foi julgado por uma expulsão contra o Rio Negro-AM, justamente na semana decisiva da final contra o São Paulo, que definiria o título brasileiro de 1977. Reinaldo, maior artilheiro da história do Brasileiro na média de gols, pois marcou 28 em 18 jogos, fez gols em todos os jogos e faria também na final. Mas, foi impedido de jogar, a partida terminou 0 a 0 e o São Paulo sagrou-se campeão nas cobranças de pênaltis. Em 1980, José Assis Aragão e Carlos Rosa Martins não deixaram o Galo ser campeão em cima do Flamengo, no Maracanã, cometendo erros grosseiros, como um suposto impedimento de Palhinha, que tinha entre ele e o gol o zagueiro Manguito e o goleiro Raul. Só Rosa Martins viu o impedimento! Em 1981, pela Copa Libertadores, o erro mais escandaloso, quando José Roberto Wright expulsou meio time do Atlético na decisão da vaga para as semifinais. O primeiro a ser expulso foi Reinaldo e daí para a frente o árbitro perdeu as rédeas do espetáculo e foi expulsando vários jogadores e o Galo ficou sem condições de continuar a partida, pois não tinha jogadores suficientes, conforme determina a regra.

Não foi só o Atlético a ser prejudicado. O Cruzeiro, em 1974, aceitou levar para o Maracanã, o jogo decisivo contra o Vasco da Gama. Perdeu por 2 a 1, mas teve um gol legítimo, marcado por Zé Carlos, anulado pelo já falecido Armando Marques, que alegou impedimento em uma bola cruzada da linha de fundo. Vergonha! Times do Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul também foram prejudicados ao longo da história, pois nossa arbitragem sempre foi uma calamidade. O Santos, em 1995, contra o Botafogo, com gol de Túlio, em completo impedimento. O Internacional, contra o Corinthians, em pênalti não marcado sobre Tinga, enfim, os erros acontecem de norte a sul do país, agora, muito pela incompetência dos árbitros.

Criaram o advento chamado VAR e, para nossa surpresa, ele piorou a arbitragem no Brasil. O que era ruim, ficou péssimo. Hoje, os árbitros brasileiros se eximem de tomar decisões e jogam tudo para o VAR. E quem opera o VAR é também um árbitro, que comete os mesmos erros de avaliação, mesmo tendo a imagem na sua frente, repetidas vezes. O Caso mais recente foi no jogo Corinthians e Flamengo, pela Copa do Brasil, na quarta-feira. O Timão reclama de um pênalti de Léo Pereira, que tocou a mão na bola, dentro da área. O árbitro e o VAR disseram que a bola toca primeiro na barriga do zagueiro rubro-negro e depois em seu braço. Já vi lances semelhantes em que o árbitro e o VAR não vacilaram e mandaram a bola para a marca da cal. Não há critério, padronização ou qualquer coisa parecida. Cada um apita do jeito que quer, e a punição é no máximo uma semana na “geladeira”, para se reciclar. Entra chefe da arbitragem, sai chefe da arbitragem, e a coisa só piora.

Vejo muitos jogos da Europa em que os árbitros assumem total responsabilidade, sem sequer ouvir os chamados do VAR. Eles têm convicção do que estão marcando e não são questionados. No Brasil, qualquer lance mais agudo e o árbitro é cercado por todos os jogadores, e até pelos reservas, que invadem o campo. Sinceramente, não vejo solução para a arbitragem brasileira. Por isso mesmo, nos grandes jogos, sou a favor de se trazer árbitros de outros países, isentos, que não apitem com a camisa do time por baixo. Já fizemos isso em várias oportunidades. Deveríamos apelar para essa prática.

E para fechar a tampa do caixão, a CBF indicou os árbitros Wilton Pereira Sampaio e Raphael Claus para apitarem na Copa do Mundo do Catar. São dois dos piores árbitros da nossa história, o que prova, definitivamente, a falência da arbitragem brasileira, com certeza, a pior do mundo.

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