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Estado de Minas COLUNA

As mudanças de curso na vida e a série 'O Gambito da Rainha'

O mais importante é ser consistente em tudo o que se pretender fazer. Outro detalhe é não tentar fazer sozinho


07/07/2021 04:00 - atualizado 06/07/2021 23:23

Durante a pandemia, estou vendo casos de amigos que mudaram de profissão para poder sobreviver nessa parada abrupta do mundo. Isso me fez lembrar a decisão que tomei para me dedicar ao Skank no inicio da carreira. Acho que todos nós temos os nossos sonhos quando criança. Ao final do ensino médio, temos um momento crucial: a escolha de qual curso universitário faremos ou a qual profissão iremos nos dedicar.
 
Aos 17 anos, eu já tinha uma banda e trabalhava, por isso nem arrisquei fazer o vestibular para ciência da computação da UFMG, que era o curso dos meus sonhos. Sabia que não conseguiria me dedicar o suficiente para o curso mais concorrido da época. Acabei optando por fazer economia na PUC-MG e continuei trabalhando e tocando durante as noites em Belo Horizonte.
 
Essa escolha foi determinante para, anos depois, me ajudar no momento mais importante da minha vida, que foi abrir mão da minha profissão de analista de sistemas, empregado em uma multinacional, já formado em economia e casado, para me dedicar à profissão dos meus sonhos: ser músico.
 
Se antes eu trabalhava de segunda a sexta, durante o dia, agora passara a trabalhar de quinta a domingo, e à noite. Sumiram alguns amigos, mas criei novas amizades. Demorei algum tempo para me sentir confortável quando passeava pelas ruas em uma segunda-feira à tarde. Deixei os ternos no armário e voltei a usar camisas de futebol. Senti as diferenças sociais dessa escolha. Um terno e uma profissão clássica são atributos respeitados pela nossa sociedade. Ser músico, somente se você fizer sucesso.
 
A grande conclusão é que devemos estar preparados para possíveis mudanças de vento dentro do navegar de nossas vidas. A pluralidade do mundo atual não nos permite ter um único olhar para as coisas. Preparei-me para ser um executivo de uma multinacional, mas preferi realizar o meu sonho no mundo artístico.
 
Toda a minha formação, fora da música, me ajudou – e muito – na tomada de decisões no universo das artes. Entender os limites e quando os ciclos se fecham é tão importante quanto ser bom em alguma especialidade. Por mais que possam parecer distantes, economia, música e programação são áreas muito próximas. Todos têm muita matemática envolvida. Seja na lógica de programação, nos compassos metricamente definidos e nas taxas de juros que comandam nosso dia a dia.
 
Às vezes, na vida, você se prepara para um caminho, mas as surpresas aparecem e o levam para opções completamente diferentes. Realizei minha graduação em economia, nunca exerci a profissão, mas não quer dizer que não utilizo os conceitos que assimilei na universidade. Aprendi programação e a utilizo na lógica musical e suas produções eletrônicas.
 
Faça suas escolhas e, se tiver que mudar, comece novamente. O ser humano era nômade e extrativista até desenvolver as técnicas de cultivo agrícola. O mais importante é ser consistente em tudo o que se pretender fazer. Outro detalhe: não tente fazer sozinho; somos seres sociais e, evidentemente (por mais que às vezes nos esqueçamos), vivemos em grupo.
 
Não confie somente no seu instinto. Se ainda não viu, assista a “O Gambito da Rainha”, mesmo que não goste de xadrez. São poucos episódios. Não gosto de séries longas. Fico com a impressão de que estão me enrolando. A boa mensagem é aquela que conseguimos decodificar, não a que torna o tempo cansativo, improdutivo ou inoportuno.

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