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Quem escolhe a música que você escuta? Continuamos invadidos pela publicidade

A predominância de estilos na música, em média, dura de 10 a 15 anos. Foi assim com o pop-rock, axé e pagode


postado em 17/10/2019 06:00 / atualizado em 17/10/2019 10:03


 Há algum tempo, exatamente quatro anos, estava em São Paulo e chegou a informação de que Cristiano Araújo havia falecido. Confesso que, até então, não conhecia o cantor. Fiquei impressionado com a repercussão do ocorrido. E o que mais me chamou a atenção foi o fato de pesquisar bastante o cenário do mercado musical brasileiro e aquele nome ainda não havia surgido no meu radar.

Esse tipo de situação voltou a ocorrer nos últimos quatro anos. Comecei a me questionar se estava acessando sites errados, se alguma coisa havia mudado no meu comportamento ou simplesmente havia envelhecido. Depois de refletir, concluí que meus interesses naturais estavam se alterando. Mas a forma de divulgação dos eventos também havia mudado.
As propagandas massificadas desapareceram. Os maravilhosos flyers que recebíamos nos sinais de trânsito foram parar no WhatsApp. Os anúncios dos eventos viraram links patrocinados no Instagram e Facebook. Continuamos sendo invadidos pela publicidade. Mas, agora, de forma única e seletiva.

O novo formato de divulgação, que utiliza os algoritmos das redes sociais, acaba nos induzindo a fazer as mesmas coisas. Se surge algo novo, é parecido com o que gostamos previamente. Então, a “novidade” não é tão nova assim...

Tive a oportunidade, esta semana, de fazer uma palestra no projeto Estufa, da São Paulo Fashion Week, uma ideia muito interessante que busca conectar pessoas e tecnologias para criar o futuro da moda como desejamos. Em conversa com Graça Cabral, diretora do evento, constatei que a segregação digital não ocorre no setor da moda. Pela própria cultura da área,  eles têm uma busca natural por novidades.

Na música, principalmente em estilos mais populares, como sertanejo e funk, estamos vendo o aumento da produção em série de músicas muito parecidas. Será que realmente gostamos de consumir mais do mesmo, ainda mais quando ficamos restritos às ofertas das playlists das plataformas de streaming? A predominância de estilos na música, em média, dura de 10 a 15 anos. Foi assim com o pop-rock, axé e pagode. Acredito que estamos chegando neste prazo de validade para o sertanejo.

De propósito, misturei dois assuntos: a seletividade digital e o consumo de massa. Esse mexidão se faz necessário, pois estamos numa encruzilhada. Será cada vez mais difícil termos artistas conhecidos por todas as pessoas. Cada um seguirá o destaque de sua tribo. Somente alguns, muito poucos, cruzarão a fronteira digital imposta por redes sociais e softwares de análise estatística.

Enquanto isso, crescem as tentativas de nos aprisionar, agora pelo meio digital, para controlar os nossos gostos e vontades. A pergunta que fica é: quem escolhe a música que você escuta?. 

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