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Entre incerteza e solidão, escritor viaja à raiz da música mineira

Carlos Herculano faz seleção que inclui obras de Milton Nascimento, Fernando Brant, Tadeu Franco, Celso Adolfo e outros músicos


18/09/2020 04:00


Nestes tempos de incertezas e recolhimento, além de reler vários livros, muitos há anos adormecidos nas estantes, voltei-me também para outra paixão antiga, a música, nascida da minha convivência com o mestre Carlos Felipe, na editoria de Pesquisas do EM, na Rua Goiás, onde a gente trabalhava.

Para iniciar essa fantástica viagem, que é infinita, e só para ficar em Minas, revi toda a obra de Milton Nascimento, e sua parceria com Fernando Brant. A jornada, que sugiro a todos, prosseguiu com Tavinho Moura, do qual ouvi o belo Cd Minhas canções inacabadas.

Tavinho, que me honrou com o convite para participar do seu livro Pássaros poemas – aves da Pampulha, no qual escrevi sobre um passarinho esperto, o joão-graveto, é um artista genial. Assim como Tadeu Franco, que é dono de uma das vozes mais bonitas da MPB, cuja obra também revisitei com encantamento. A Tadeu devo o nome do meu primeiro romance, A dança dos cabelos, que vem a ser título de uma canção sua, apresentada a mim durante uma ida nossa a Diamantina, e a ele sempre serei agradecido.

Celso Adolfo, filho genuíno de São Domingos do Prata, me veio em seguida, e dele escutei, de uma “sentada”, três discos, entre eles o belo Estrada Real de Villa Rica, para daí a pouco, na mesma toada, me deliciar com Imaginário roseano, de Rodrigo Delage, João Araújo e Geraldo Vianna. Desse último, ouvi o Cd ... Era madrugada, quase todo autoral, e, na sequência, sem saber que a produção, arranjos e direção musical eram suas, coloquei na “vitrola” um lindo disco de Graziela Cruz, autografado para mim, em 2008, “com carinho musical e poético”, após me conceder uma entrevista.

De outro Vianna, o Marcus, me encantou escutar de novo as trilhas sonoras das novelas A idade da loba e Pantanal, para, em seguida, silenciosamente, prestar uma homenagem ao talento e à sensibilidade de outro artista excepcional, Dado Prates, que nos deixou há alguns meses, e ouvir seu Cd Brasilidade. Na capa, uma foto sua de gravata, olhos baixos e segurando o saxofone, que, durante toda a vida, foi seu instrumento de trabalho. Como é o violão para Paulinho Pedra Azul e Ladston Nascimento, dois outros grandes talentos dessas Minas, assim como para os irmãos Juarez e Celso Moreira, filhos queridos, para lembrar Márcio Rubens Prado, da boa cidade de São Miguel e Almas de Guanhães.

Nessa viagem que não termina, já que a música mineira, como a própria Minas, é infinita, também me fizeram companhia, nesses dias de incertezas e solidão, entre tantos outros, a arte e o talento de Rubinho do Vale, Titane, Beto Guedes, Toninho Horta, Célio Balona, Leci Estrada, Titi Walter, Déa Trancoso, Affonsinho, Lígia Jaques, com seu lindo Choro cantado, Toninho Camargos e Chico Amaral, com quem tive a alegria, durante anos, de compartilhar espaço como cronista aqui no Estado de Minas.

Carlos Herculano Lopes
Escritor

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