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Estado de Minas COLUNA HIT

Longe das corridas, o piloto Bruno Junqueira enfrenta a pandemia

No 'Diário da quarentena', o mineiro fala de sua nova rotina ao lado da mulher e dos filhos, em Miami


08/08/2020 04:00

Bruno Junqueira
Piloto da Sportscar e da Lamborghini Super Trofeo


Somos livres, independentes, queremos aproveitar a vida, ser felizes, ir e vir para onde quisermos... Será? Aí vem um vírus, um microorganismo, pequenininho, que só dá para ver no microscópio. Pois é, ele muda tudo nas nossas vidas.

Moro em Miami com a Luciana, minha esposa, e nossos dois filhos. Como a maioria das crianças, eles se sentem entediados há cinco meses, sem ter aula presencial, sem encontrar os amigos, sem poder jogar futebol. Sobraram só o playstation e os livros. Ainda bem que tem a Amazon, pois podemos comprar livros, comida e um monte de coisas de que a gente não precisa. Em casa sem fazer nada, acaba que a gente inventa o que comprar.

A Lu, que só sabia fazer misto quente, tomou gosto pela cozinha e começou a cozinhar. Agora ela gosta de fazer a nossa comida e nós adoramos. Está quase uma chef.

Adoro andar de bicicleta, sempre pedalo de manhã cedo, saio antes das 7h. Nunca pedalei tanto, quase todos os dias. É como mantenho corpo e mente em forma, desligado das loucuras da COVID-19 e das notícias ruins sobre a doença.

Ar puro me faz muito bem.

Minhas corridas de carro foram canceladas, outras adiadas. Só devo voltar a correr em setembro. Sem poder acelerar, me voltei para o automobilismo virtual. De casa, treino em pistas do mundo inteiro e com os filhos disputando comigo. Este é o único jogo em que ainda consigo ganhar deles...

No automobilismo, cada vez que vamos para a pista há um risco pequeno de morte – desde cedo, me acostumei com isso. Não penso nos riscos, conviver com isso é normal para mim. Mas esta pandemia trouxe para as pessoas o medo de que a qualquer momento podemos nos infectar e ter chance de morrer. Este é o grande desafio: aprender a conviver com os riscos, sem desespero.

No começo de junho, os casos estavam baixando em Miami. Verão chegando, “COVID não gosta de calor”, diziam os especialistas. Parecia tudo certo. Os restaurantes, as praias, os parques abriram. A vida estava voltando ao normal.

E... esqueceram-se da segunda onda. Os casos triplicaram e, aos poucos, os lugares começaram a fechar de novo. Hoje, anunciaram que as escolas só voltam on-line em 31 de agosto. Nunca valorizamos tanto as escolas. E os professores.

Não está fácil para ninguém. Mas quem disse que a vida seria fácil, só de momentos felizes? É na adversidade que evoluímos. E estamos aqui para evoluir.

Apesar de não ter as corridas, de perder alguns negócios e da dificuldade para manter os filhos fora das telas, está sendo um tempo em que valorizamos mais o que temos: saúde, família e a vida simples do dia a dia. Um grande aprendizado para as nossas vidas.

No final de tudo, temos que ter gratidão e torcer para o melhor chegar rápido.

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