
Bruno Bueno*
O trabalho de Vanderlei Luxemburgo começa a surtir efeito. Os amontoados que víamos em campo com Felipe Conceição, Mozart e outros experimentos malsucedidos dão lugar a um time com algum padrão tático e uma postura de equipe grande, que há muito não víamos.
Sabemos que tropeços ainda virão e que a subida para a Série A este ano é bastante improvável. Luxa precisa ter tempo e tranquilidade para trabalhar, para dispensar quem não se enquadra em sua filosofia de trabalho e autonomia para indicar novas peças para 2022. Já temos o principal ponto de partida para qualquer time vitorioso: o melhor goleiro do Brasil veste a camisa 1 do Cabuloso.
Marcelo Moreno também tem que ficar. Além de amar o Cruzeiro e ter uma humildade exemplar, é um artilheiro internacional que não precisa provar nada a ninguém. Artilheiro das Eliminatórias da Copa, tem mais gols que Neymar e Messi. Precisamos, ainda, manter jogadores importantes para um elenco cascudo, que garanta nossa volta à elite do futebol. Atletas comprometidos, que não se entregam nunca, como Bruno José, Giovanni, Brock e Ramon, são úteis a qualquer equipe, especialmente em uma competição brigada como a Série B.
Outro pedido que o torcedor celeste tem feito diariamente é por uma diretoria que honre seus compromissos com atletas e funcionários, pagando salários em dia e não fazendo contratações fora da nova e lamentável realidade financeira do clube. Pagar em dia e cumprir aquilo que assina é o básico esperado de qualquer gestor, seja de uma padaria ou do maior clube de futebol de Minas Gerais. Se não for assim, o melhor é pegar o boné e passar o bastão para gente mais competente.
Também seguimos aguardando que o marketing do Cruzeiro lance produtos temáticos do Fábio para que os cruzeirenses, sobretudo das novas gerações, possam alimentar a admiração pelo grande ídolo do time. E que o programa do Sócio volte a funcionar como antes, na época em que era coordenado pelo competente Bernardo Mota, valorizando e respeitando o torcedor que apoia o time, nas boas e nas más.
Escrevo esta crônica da bela cidade de Araxá. É impressionante como qualquer ida ao interior de Minas nos lembra quem é o verdadeiro dono do estado. Mesmo na pior fase de nossa história, os torcedores estão lá, com camisas, adesivos, bandeiras, chaveiros e outras formas de demonstrar a paixão pelo Maior de Minas. Talvez à exceção de alguns municípios da Zona da Mata, do extremo Sul e do Triângulo, todo o interior é azul.
Apesar disso, o rival não cansa de surpreender e lança uma camisa oficial com o desenho do mapa de Minas, mesmo tendo torcida apenas em Belo Horizonte. É tão descabido como se o Cruzeiro lançasse uma camisa temática de Marte, querendo dizer que temos torcida lá.
*Jornalista, cruzeirense nas boas e nas más. Escrevendo esta crônica a convite do colunista Gustavo Nolasco.
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