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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Que os cruzeirenses se mantenham acesos para evitar novas falcatruas

A desistência da eleição de conselheiros natos só ocorreu por pressão dos torcedores. Que não recuemos na exigência de estatuto transparente e democrático


28/10/2020 04:00

Paulo César Pedrosa foi eleito em maio para presidir o Conselho Deliberativo celeste: papel fundamental, mas condução questionável (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press %u2013 21/5/20)
Paulo César Pedrosa foi eleito em maio para presidir o Conselho Deliberativo celeste: papel fundamental, mas condução questionável (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press %u2013 21/5/20)

“O senhor é a favor que representantes do Conselho Fiscal sejam punidos pelo estatuto ou mesmo condenados pela Justiça, caso se comprove que houve ilícitos em contas aprovadas por eles”? No dia 5 de agosto de 2020, perguntei a Paulo César Pedrosa, então candidato a presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, apoiado informalmente – entre tantas outras – pela ala de conselheiros que esteve ladeando a cancerígena gestão Wagner Nonato Pires Machado de Sá.

Naquela reportagem, assinada pelo companheiro Tiago Mattar, a resposta de Pedrosa foi a seguinte: “Se a Polícia Civil, Ministério Público chegarem a resultados conclusivos e isso chegar à Assembleia do Conselho Deliberativo… Nós teremos Comissão de Ética e Disciplina rigorosa. Não é para passar a mão na cabeça de ninguém. Talvez é isso que outras administrações não fizeram”.

Voltemos alguns meses. Pedrosa fazia parte do Conselho Fiscal, eleito em julho de 2019, para analisar as contas da diretoria do Cruzeiro, que naquele instante já era alvo de investigações policiais. Enquanto o mundo do futebol encarava com revolta as revelações sobre o submundo da cartolagem cruzeirense, suas primeiras palavras soaram como a de um advogado de defesa: “Eu tenho certeza da inocência dele (Wagner), até que me prove o contrário”.

Avancemos alguns meses: maio de 2020. Pedrosa se candidata e é eleito presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro. Opositores o acusam de ter tido o apoio maciço de conselheiros expulsos por terem recebido pagamentos durante a gestão de Wagner. Votaram por meio de uma liminar judicial.

De julho de 2019 a maio de 2020, enquanto o time caía para a Série B, seguidos escândalos eram descobertos pelo Conselho Gestor, que havia assumido o clube, Pedrosa e seus companheiros de Conselho Fiscal seguiam sem encontrar nada que, segundo eles, desabonasse a gestão Wagner Nonato Pires Machado de Sá.

Outubro de 2020. Polícia Civil e Ministério Público denunciam Wagner Pires de Sá e sua trupe por uma série de crimes, apontando exatamente ilícitos. Dica: volte ao segundo parágrafo desse texto e leia a resposta de Pedrosa dada em agosto.
Semana passada. Contra toda a lógica de transparência, Pedrosa resolve manter a convocação de eleição para 70 novos conselheiros para a casta de natos, uma das aberrações do podre, vergonhoso e antidemocrático estatuto do Cruzeiro Esporte Clube.

Uma explosão de revolta. Nós, torcedores do Cruzeiro, de organizadas ou não, nos unimos para ocupar a Praça 6+1, reduto celeste de dezenas de comemorações de títulos. Iríamos em protesto até o Barro Preto.

Dois dias atrás. Pressionada por cartas, notas de repúdio e constrangedores áudios vazados, a Mesa Diretora do Conselho Deliberativo é obrigada a recuar. Cancela a eleição da nova casta.

Ontem, terça-feira. Marchamos da Praça 6 1 até a casa do Palestra/Cruzeiro. No caminho, um dos áudios vazados de Pedrosa ficou ressoando na cabeça. Nele, ele dizia: “Não seguro nada, solto tudo. Qualquer denúncia vai para a Comissão de Ética e Disciplina. Essa é a nossa obrigação”.

Hoje. Acordei com a vontade de refazer aquela pergunta de 5 de agosto de 2020 ao presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro e ex-integrante do Conselho Fiscal: “O senhor é a favor que representantes do Conselho Fiscal sejam punidos pelo estatuto ou mesmo condenados pela Justiça, caso se comprove que houve ilícitos em contas aprovadas por eles”?

***
Outra fala vazada de Pedrosa precisa estar no radar: a sua defesa ao novo estatuto que vem sendo formulado por um grupo restrito de conselheiros. Infelizmente, sem o acompanhamento por uma comissão independente de torcedores e sócios-torcedores, que poderia ser orientada por juristas e especialistas, escolhidos por eles próprios. Pois bem, essa proposta de novo estatuto será votada sem que os reais financiadores do clube (os torcedores) tenham participado efetivamente de sua discussão e formulação.

Portanto, não baixemos a guarda!

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