Quem vai ficar tomando conta do país é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o terceiro na linha sucessória. Pela ordem, como se diz nos plenários, estão no exterior o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele fica no cargo até amanhã.
Dá para sentir o gostinho, até que o general Mourão esteja de volta. Será que ele vai discursar? Provavelmente não. Afinal, no Supremo Tribunal Federal (STF) o monopólio das notícias lá está concentrado. Afinal, é lá, na mais alta corte de Justiça do país, que o presidente Bolsonaro precisou se explicar.
E foi o que ele fez: “Considero que não fui dúbio ou ambíguo. Em verdade, fui genérico. Isso porque, referida declaração não teve destinatário certo e específico, isto é, não se referiu a alguma ONG determinada ou concretamente determinável”, alegou a sua defesa. E frisou: “No meu direito fundamental de livre manifestação do pensamento”, em frase resumida apresentada por sua defesa.
O fato é que, embora possa ou não ter citado, trata-se da WWF, ou World Wide Fund. Ela, sim, foi direta ao ponto. “O futuro da Amazônia está ameaçado por diversas atividades predatórias, como a extração de madeira, a mineração e a conversão da floresta em pastagens e áreas de agricultura”. Já bastaria esse trecho, mas acrescente ainda: “Apesar dos grandes esforços que têm sido feitos para a conservação da Amazônia, a perda anual da cobertura florestal permanece em níveis alarmantes”.
A Amazônia, no entanto, ficou longe das notícias recentes, foi ofuscada, sem trocadilho, pelas manchas de óleo espalhadas pelo Nordeste afora. Desta vez, é Abrolhos e os seus bancos de corais, nada menos que a primeira unidade de conservação marinha brasileira.
Do you speak english, Rodrigo Maia? The answer is, I do. Já in portuguese mesmo o que ele declarou à BBC em Londres foi: “O nosso agronegócio não vai crescer se o país, principalmente o governo brasileiro, não compreender que o nosso meio ambiente é um ativo fundamental, é o que garante o futuro do nosso país”.
Em bom português, o presidente da Câmara dos Deputados foi direto ao ponto. A bancada ruralista pode chiar o que quiser, mas é fato que Rodrigo Maia tem razão. Chega de ameaças à soberania brasileira sobre a Amazônia. Melhor o ponto final na polêmica.
Ó Minas Gerais!
Já que falamos do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vale acrescentar o registro de que ele terá, em Dublin, encontros com o presidente da Assembleia da Irlanda, leia-se a Câmara de Deputados de lá, e outros compromissos. O que interessa mesmo é: olha a presença de Minas Gerais aí, gente! Um dos integrantes de sua comitiva oficial é o deputado Zé Vitor (PL-MG). Na comitiva estavam ainda o coordenador da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), e Rodrigo Agostinho (PSB-PE), também deputado.
A boa sugestão
A reforma da Previdência foi definitivamente aprovada no Senado, no começo da tarde de ontem. “Aos 49 minutos do segundo tempo”, como ressaltou o senador Esperidião Amin (PP-SC), foi feita a última alteração ao texto. E ela veio de um petista. Foi a sugestão acatada da proposta apresentada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que prevê regras especiais de aposentadoria em caso de trabalho com grau de periculosidade. E o governo Bolsonaro não chiou, muito antes pelo contrário, mudou de posição e acatou a sugestão.
Prudência
Pouca não é bobagem. Quem ensina é Antônio Carlos Noronha Bicalho (foto), prefeito reeleito de 38 anos, que repete prudentemente o mantra antigo das Minas Gerais: a mineração não dá segunda safra, o tempo voa e é preciso ter pressa. Ele se refere à situação da sua cidade, São Gonçalo do Rio Abaixo, com cerca de 12 mil habitantes e que fica a 90 quilômetros de Belo Horizonte, com acesso pela BR-381 na direção para Ipatinga. Há 13 anos, a mineração foi iniciada no município e hoje é a principal fonte de recursos por meio da operação da Mina de Brucutu, da Vale.
Vale o registro
Veio da homenagem aos parlamentares que elaboraram a Constituição mineira, que completa 30 anos. A ex-deputada Maria Elvira, saudosa de quando foi relatora do capítulo da educação da Carta Magna, recordou a luta pela obrigação da oferta de ensino integral. “Alguns me diziam: 'Deputada, você tá louca! Isso é escola pra menino rico!'. Por que não sonhar com o melhor para nossas crianças? Foi com esse espírito que trouxemos isso para o texto constitucional. A essência da minha presença na Constituição mineira foi essa”, relatou Maria Elvira.
É grave…
… a crise e ela envolve a estreia da liderança do PSL do deputado Eduardo Bolsonaro (SP). “Na primeira reunião dele como líder, ele pediu para retirar o projeto da pauta, para dar preferência para a votação da reestruturação dos militares. Eu não estou aqui para fazer papel de palhaço e nem para cumprir promessa do presidente, porque, se aprovar o texto que nós queremos, quem vai levantar a bandeira lá na frente e falar 'aprovamos' é o senhor presidente”. O ataque veio do deputado Alexandre Leite (DEM-SP).
Pinga-fogo
Em tempo: na solenidade do aniversário da Constituição mineira, o presidente da Assembleia de Minas, deputado Agostinho Patrus (PV), aproveitou a presença de Maria Elvira e destacou que 80 mil vagas de ensino integral deveriam ser reativadas e o governador Romeu Zema (Novo) tem cumprido.
Mais um: ainda sobre o líder do Governo, Eduardo Bolsonaro: o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), prestou solidariedade ao colega Alexandre Leite (DEM-SP). “Concordo integralmente. Sou contra qualquer tentativa de desidratação do seu relatório”.
Câmara Mirim de Varginha (MG), Escola Estadual José Ferreira Maia – Timóteo (MG), Projeto Escola Cidadã Ibirité (MG). O fato é que eles vão participar do projeto Câmara Mirim 2019, que começa hoje.
Trata-se do programa Câmara Mirim 2019 que tem como objetivo conscientizar estudantes do 5º ao 9º ano sobre o trabalho parlamentar, ressaltando a importância, no Parlamento, do diálogo e do respeito às ideias contrárias.
A lista é maior, mas basta registrar os mineiros. Os jovens parlamentares vão debater os três projetos em comissões hoje e amanhã e vão ocupar o Plenário Ulysses Guimarães para votá-los. Provavelmente, serão bons projetos. É só aguardar!