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Estado de Minas ANNA MARINA

Campanha Viver Para Contar, Contar Para Viver impede o apagamento do horror

Ação tem o objetivo de evitar o esquecimento do Holocausto, além de combater o racismo, LGBTfobia, xenofobia e a intolerância religiosa e de gênero


02/02/2023 04:00 - atualizado 01/02/2023 22:35

Ruth Sprung Tarasantchi segura um cartaz em foto da campanha Viver Para Contar, Contar Para Viver
Ruth Sprung Tarasantchi, sobrevivente do Holocausto, é um dos rostos da campanha Viver Para Contar, Contar Para Viver (foto: Reprodução)

Em 27 de janeiro, Dia Internacional da Memória do Holocausto, a Unesco, a Confederação Israelita Brasileira e o Museu do Holocausto de Curitiba lançaram a campanha Viver Para Contar, Contar Para Viver, convocando o brasileiro a não deixar histórias de violência e intolerância serem esquecidas.

Se há um assunto que me comove é esse. Esta semana, vi na TV aquele filme “A lista de Schindler”, sobre o empresário que salvou mais de 1 mil judeus do campo de concentração. Não me conformo com a facilidade com que as pessoas gostam de comparar o Holocausto com tragédias eventuais que acontecem aqui e ali.

O Holocausto não é comparável com coisa alguma. Nazistas queriam acabar com a raça judaica e fizeram de tudo para isso, exterminando 6 milhões de judeus.

A iniciativa da campanha é mais do que válida, apresentando os sobreviventes do Holocausto Ruth Sprung Tarasantchi, Gabriel Waldman e Joshua Strul, bem como vítimas brasileiras do fanatismo e da intolerância nos dias atuais: André Baliera, agredido por homofóbicos; Odivaldo da Silva, agredido por ser negro; e Naiá Tupinambá, que sofre racismo por ser indígena. A campanha faz um chamado: adote uma história.

Criada pela Cappuccino, integrante do The Weber Shandwick Collectivee, com produção da Elo Studios, a #ContarParaViver alerta sobre a importância da memória do Holocausto e os impactos de seu apagamento. A inspiração veio do fato de estarmos perdendo os sobreviventes daquele horror, pessoas que têm, em média, 84 anos. Em alguns anos, não teremos mais essas testemunhas oculares.

“Sobreviventes do Holocausto estão morrendo. Ao compartilhar suas histórias e histórias semelhantes de sobrevivência e resistência nas mídias sociais, podemos preservar essas memórias para garantir que a história não seja distorcida ou apagada”, diz Vitor Elman, copresidente da Cappuccino e criador da campanha.

“Quanto mais espaço na mídia abrirmos para a memória, menos espaço haverá para o crescimento do racismo, LGBTfobia, xenofobia, intolerância religiosa, de gênero ou de qualquer outro tipo”, diz Elman.

“O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto recorda um dos capítulos mais vergonhosos da história da humanidade”, afirma o presidente da Confederação Israelita Brasileira, Claudio Lottenberg. 

Estudo da Unesco e Congresso Judaico Mundial revela que 49% das postagens sobre o Holocausto no Telegram negam ou distorcem os fatos. Enquanto vemos a história sendo apagada, o fanatismo e a intolerância crescem no Brasil.

Os crimes de ódio on-line aumentaram 67% no início de 2022, de acordo com a SaferNet. Em 2021, denúncias de intolerância religiosa cresceram 141% em nosso país.

A quantidade de casos de apologia ou de apoio ao nazismo saltou de menos de 20 para mais de 100 entre 2018 e 2020. O número de células nazistas registra pico de crescimento, chegando a 1.117. No final de 2022, o Brasil registrou três ataques de ódio em escolas, de acordo com dados do governo federal e da Polícia Federal.

“O Holocausto é um episódio sem precedentes na história, que nunca mais acontecerá, mas se esquecermos ou negarmos o que ocorreu, esse vazio abre espaço para novos tipos de violência, ódio e intolerância. Manter essas histórias vivas é essencial”, reforça Vitor Elman.

Fundada em 30 de maio de 1948, a Confederação Israelita do Brasil (Conin) tem sob o seu guarda-chuva 16 federações. Sua missão é zelar pelos interesses e bem-estar da comunidade judaica brasileira, garantindo a continuidade e o desenvolvimento do judaísmo, mantendo a sua herança espiritual, cultural e social.

A Conin representa a comunidade judaica brasileira perante órgãos de Estado e dos três Poderes. Atua também com o intuito de preservar a memória, de combater a banalização do Holocausto. Luta contra o antissemitismo e o discurso de ódio na sociedade brasileira.

Apoiada em valores judaicos, a instituição tem como pilares o combate à intolerância e a defesa da justiça social, do estado democrático de direito e do diálogo inter-religioso, assim como garantir a legitimidade da existência do Estado de Israel.

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