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Cuidar de crianças no calor exige prudência em tempos de pandemia

Especialista dá dicas de como pais devem enfrentar um verão mais difícil, com dengue, viroses, brotoejas, insolação e, claro, a COVID-19


19/12/2020 04:00

Pediatra alerta que é prudente evitar levar crianças a praias e parques cheios durante o verão(foto: Mohammed ABED/afp)
Pediatra alerta que é prudente evitar levar crianças a praias e parques cheios durante o verão (foto: Mohammed ABED/afp)

Com COVID-19 ou sem COVID-19, o calendário marca que na próxima segunda-feira (21) o verão chega. Não se sabe se será mais quente do que a primavera que vivemos. Só se sabe que com calor ou sem calor, quem anda sofrendo mais são mesmo as crianças, presas em casa, sem poder ir à escola, sem poder brincar com amigos. De qualquer forma, existem as famílias corajosas que não fogem da realidade e querem ajudar os filhos – nesses meses que sempre foram de praia, piscina, férias. A coluna traz hoje algumas recomendações da pneumologista pediátrica Brunna Santana sobre como as mães terão que encarar um verão um pouco mais difícil do que nos últimos anos, envolvendo dengue, viroses, brotoejas, insolação e, claro, a pandemia global.

"Infelizmente, o número de casos de COVID-19 voltou a aumentar. Mais do que nunca, devemos manter as medidas já preconizadas pelo Ministério da Saúde. Como praias e parques costumam estar cheios nesta época do ano, é prudente evitá-los neste momento com as crianças", afirma Brunna. Algumas doenças são consideradas sazonais. No verão, os dias mais quentes podem ser vilões e representar riscos. Entre os problemas mais relatados pelos pacientes nessa estação estão a diarreia, o vômito e mal-estar geral. Para que isso não aconteça, Brunna Santana destaca a importância de hidratar as crianças, dar banhos em temperaturas ambientes e usar roupas leves.

"O aumento da temperatura no verão leva a uma maior perda de água pelo organismo, inclusive pelo suor. Então, para repor essas perdas, a ingestão de líquidos, principalmente água, deve ser estimulada frequentemente, senão aumenta o risco de desidratação", pontua a médica. Devemos ficar de olho em alguns sinais que indicam desidratação, como ausência de lágrimas e olhos fundos, boca seca e saliva ausente ou espessa, fontanela anterior (a famosa moleira) deprimida nos bebês, pele mais seca e com menos elasticidade, e muitas horas sem urinar ou apresentar urina mais escura que o normal.

Água é a melhor bebida para repor as perdas comuns no verão, pois repõe os nutrientes perdidos pelo suor, pela urina e eventuais vômitos ou diarreias na quantidade adequada, sem sobrecarregar o rim e outros órgãos. A oferta deve ser de acordo com a aceitação da criança, sem forçar. Caso ela não aceite água, deve-se preferir sucos naturais, à base de frutas, e água de coco. Deve-se evitar bebidas ricas em açúcar ou sódio, como sucos industrializados e refrigerantes, que podem contribuir para o aumento de peso.

A virose mais comum no verão é a gastroenterite, uma infecção do trato gastrointestinal causada por diversos vírus, sendo o principal o rotavírus. Vômitos, diarreia, dor abdominal e febre são sintomas comuns. Como a transmissão pode ser por mãos e alimentos contaminados, orienta-se a higiene adequada, dando preferência aos alimentos cozidos e evitando ao máximo o consumo de água e comidas de procedência desconhecida.

Nas crianças pequenas, deve-se estimular e manter o aleitamento materno. Vômitos frequentes, diarreia em grande volume, criança mais irritada ou prostrada e os sinais de desidratação, principalmente se persistentes, indicam necessidade de atendimento médico. Como a infecção pelo Sars-CoV2 também pode causar diarreia, vômitos, náuseas, dor abdominal e febre, é difícil diferenciar pelo quadro clínico a gastroenterite comum da COVID-19.

Já a insolação – aumento da temperatura corporal causada pela exposição excessiva ao sol ou calor – pode causar náuseas, tontura, dor de cabeça, vermelhidão na pele, vômitos, visão turva e desidratação. Para preveni-la, evite ficar por tempo prolongado exposto ao sol e calor, principalmente entre as 10h e as 16h, quando a temperatura é mais elevada. Além disso, além da hidratação, utilizar protetor solar e barreiras físicas, como chapéus de abas largas, guarda-sol e roupas com proteção contra os raios ultravioleta.

A brotoeja ou miliária é uma dermatite inflamatória causada pela obstrução mecânica das glândulas sudoríparas, o que impede a eliminação de suor pelo corpo. Pode ser causada por suor excessivo, pela permanência em ambientes úmidos e quentes e pelo uso de bronzeadores, óleos ou cremes gordurosos. Geralmente, ocorre no tronco, pescoço, axilas e em áreas de dobras. Nas regiões superficiais da epiderme, costumam ser com pequenas bolhas de água (vesículas) transparentes, sem sinais de inflamação associados. Nas camadas intermediárias, caracterizam-se por "bolinhas" (pápulas) avermelhadas e inflamadas, a forma mais comum de brotoeja.

Já quando acomete a camada mais profunda da epiderme, ocorrem tanto as vesículas quanto as pápulas. Para preveni-las, deve-se manter o ambiente fresco e arejado, preferir roupas de algodão e fibra natural, que retêm menos calor e suor. Quanto ao tratamento, muitas vezes, a brotoeja desaparece sozinha. O uso de loção de calamina pode ser indicado, mas sob orientação do pediatra.

A assadura ou dermatite de fralda é comum nos bebês e pode ser causada pela umidade e pelo contato prolongado com fezes e urina. Deve-se trocar a fralda com frequência, fazer higiene com água e algodão e evitar o uso de lenços umedecidos, que podem irritar ainda mais a pele. Para tratar, indica-se o uso de pomadas à base de óxido de zinco a cada troca de fraldas.”

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