Governo Lula dá ultimato a professores com relação à greve -  (crédito: Sergio Dutti)

Governo Lula dá ultimato a professores com relação à greve

crédito: Sergio Dutti

FOLHAPRESS - Em email encaminhado a sindicatos, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos rechaçou dar continuidade às negociações por reajuste salarial dos professores federais, atualmente em greve, e exigiu a assinatura de um acordo até segunda-feira (27/5).

 

"O governo apresentou sua proposta final, [...] não restando, portanto, margem para a recepção de novas contrapropostas", escreveu a pasta na mensagem distribuída na terça-feira (21/5). Foi uma resposta ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior), que na segunda (20/5) decidiu manter a paralisação.

 

Leia também: Reajuste de servidores segue em marcha lenta na ALMG

 

A proposta citada pelo ministério, enviada no dia 15, prevê reajuste de 4,5% ao ano para 2025 e 2026. Os servidores, porém, pedem aumento já a partir deste ano. A categoria pede readequação de 7,06% em 2024, de 9% em janeiro de 2025, e de 5,16% para 2026.

 

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou estar sempre aberto ao diálogo, franco e respeitoso, pela valorização dos servidores.

 

A postura da gestão Lula (PT), contudo, tem irritado os grevistas. "O governo federal expressa, com essa mensagem [do Ministério da Gestão], uma imensa intransigência com o processo negocial, para além de um desrespeito com a dinâmica grevista", disse Gustavo Seferian, presidente do Andes.

 

"Nós queremos negociar, e caso a base da categoria entenda por apresentar uma nova contraproposta, será essa nossa ação no dia 27 de maio", continuou, relativizando o ultimato dado pelo ministério de Esther Dweck.

 

 

Os membros do sindicato avaliam que a postura de Brasília fortalece o movimento grevista e enfraquece o discurso pró-educação da administração petista.

 

Professores de universidades, centros de educação tecnológica e institutos federais das cinco regiões do país iniciaram a greve no dia 15 de abril. Além da recomposição salarial, eles exigem investimentos nas instituições diante do sucateamento promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

 

Mesas de negociação --com participação do MEC e da pasta responsável por serviços públicos-- ocorrem desde então. Todas as propostas para o fim da paralisação foram negadas pelos educadores.

 

De acordo com o Andes, ao menos 31 instituições federais estão com aulas suspensas --26 universidades, quatro institutos federais e um centro tecnológico.

 

Leia também: Haddad desafia Kim Kataguiri a criticar Tarcísio: ‘Coragem, deputado'

 

Instituições em greve*

 

Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) - campi Pouso Alegre e Poços de Caldas;

 

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) ? campus Rio Grande;

 

Instituto Federal de São Paulo (IFSP);

 

Universidade Federal do Rio Grande (FURG);

 

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG);

 

Instituto Federal do Piauí (IFPI);

 

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB);

 

Universidade Federal de Brasília (UnB);

 

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF);

 

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP);

 

Universidade Federal de Pelotas (UFPel);

 

Universidade Federal de Viçosa (UFV);

 

Universidade Federal do Cariri (UFCA);

 

Universidade Federal do Ceará (UFC);

 

Universidade Federal do Espírito Santo (UFES);

 

Universidade Federal do Maranhão (UFMA);

 

Universidade Federal do Pará (UFPA);

 

Universidade Federal do Paraná (UFPR);

 

Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB);

 

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);

 

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR);

 

Universidade Federal de Rondônia (UNIR);

 

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

 

Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD);

 

Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ);

 

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);

 

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ);

 

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);

 

Universidade Federal do Pampa (Unipampa);

 

Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA);

 

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

 

*Das instituições representadas pelo Andes-SN; outros sindicatos podem ter números diferentes