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Estado de Minas

Ataque Zumbi


postado em 15/03/2012 11:02 / atualizado em 15/03/2012 11:51

Bateu a curiosidade, clicou em algum link suspeito e seu computador anda lento? Cuidado, você pode ter se tornado um zumbi. Sem rosto distorcido, corpo cadavérico ou andar arrastado, mas ainda assim um soldado controlado por um general em um ataque. A ação estratégica, nesse caso, é virtual. Redes zumbis é como ficaram conhecidas as botnets, redes de milhares, ou até milhões, de computadores comandadas por um hacker.

Segundo o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), o país fechou 2011 com cerca de 400 mil registros de ataques cibernéticos, número quase três vezes maior que o total de 2010. A F-Secure, empresa de solução de segurança, detecta diariamente mais de 100 mil arquivos maliciosos e estamos entre os países que mais geram e disseminam esse tipo de ameaça.

Entre esses malwares estão os arquivos utilizados pelos cibercriminosos para instalar um programa no PC do usuário e enviar comandos remotamente. Um dos ataques mais comuns é o DDoS (da sigla em inglês Distributed Denial of Service), que sobrecarrega os portais com acessos, retirando o serviço do ar.

Hacktivismo
Esse tipo de atividade é a preferida pelos chamados hackers ativistas porque prova seu poder, expõe falhas de segurança, mas não causa grandes danos aos sites, pois não há roubo de dados. A operação #OpWeeksPayment, de autoria dos Anonymous, baseou-se em DDoS para derrubar sites dos bancos brasileiros em fevereiro. A surpresa maior é saber que muitas pessoas clicaram conscientemente em links para se tornar parte da artilharia.

Toda essa colaboração faz parte da “ideia” Anonymous: união a favor da liberdade e transparência na rede. “Não aceitaremos que nossa casa (internet) seja alvo de censura”, avisa Anon BH Null, integrante do coletivo em Belo Horizonte, ouvido pelo Estado de Minas. Ele, ou ela, afinal como bom anônimo não quis ser identificado, também avisou sobre a próxima operação, que aliás, já está ocorrendo. O movimento Março Negro propõe boicote a compra ou uso de qualquer serviço com direito autoral. Além disso, o coletivo está apoiando o Dia do Basta (www.diadobasta.tk), movimento contra a corrupção que será realizado no Brasil em 21 de abril.

Nas últimas semanas, o FBI revelou que o hacker Hector Xavier Monsegul, de 28 anos, conhecido como Sabu, foi preso e tem colaborado com investigações para a captura de outros membros há algum tempo. Líder do LulzSec e parceiro dos Anonymous, Sabu têm sido chamado de traidor pela comunidade hacker. Segundo informações do site do Anonymous Brasil (https://migre.me/8gKGP), Sabu colaborou com o hacker brasileiro Havittaja (@Havittaja), responsável por vários ataques no país, o que o tornou vulnerável.

O Informátic@ percorreu as ruas para saber se os mineiros julgam legítima essa forma de protesto, agora em evidência, mas que existe desde a década de 1990. Ironicamente, os jovens questionaram as intenções reais da cultura hacker, enquanto os mais velhos caracterizaram o hacktivismo como nova forma de resistência política.

Anonymous = Marca
Para Mikko Hypponen, diretor global de pesquisas da F-Secure, o grupo hacker transformou-se em uma marca, na qual qualquer um pode creditar determinado ataque, assim como acontece com as organizações terroristas, a exemplo da Al-Qaeda. Como eles mesmos dizem, “todos nós somos anônimos”. Ele ressalta que hacktivistas como Anonymous e LuzSec se diferem dos crackers, que têm objetivo de roubar senhas e dados bancários. “Esta é uma geração que cresceu sem saber o que foi o período anterior à internet. Eles pensam em formas de protesto de um modo diferente do que pensamos. Para eles não há diferença entre protestar em frente à sede de uma empresa ou derrubar o site dela”, explica. Nos últimos dias, a página do Vaticano têm sido alvo dos Anonymous e já foi bloqueada diversas vezes. O grupo afirma que os ataques foram em resposta às doutrinas absurdas da Igreja Católica Apostólica Romana.


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