Se você tem uma conta no Gmail, utiliza o chat do Gtalk, assiste vídeos no YouTube, utiliza o Chrome como navegador, faz pesquisas no buscador Google, mantém um perfil no Orkut, interage com amigos no Google +, faz postagens em um blog hospedado no Blogger, publica fotos no Picasa ou utiliza outras dezenas de serviços da gigante da web, não tenha dúvidas: a Google sabe tudo sobre você. Ou melhor, ela sabe tudo o que você informa a ela e não se esquece de nada. Nada mesmo.
Oferecer ao usuário controle e opção sobre o que disponibiliza ao utilizar qualquer um dos produtos. É este o maior objetivo da Google ao convidar o usuário a conhecer os seus termos de uso, segundo afirma o diretor de Comunicação e Assuntos Públicos da Google Brasil, Félix Ximenes. “Com a unificação de nossas políticas, oferecemos serviços mais refinados de busca e de oferta publicitária”, diz.
“Você tem em uma ponta um usuário fazendo buscas, escrevendo palavras-chaves que geram um indicador de interesses. De outro lado vem um anunciante falando que quer veicular um anúncio que esteja relacionado a tal palavra-chave. O anunciante não sabe quem é o usuário. Somos nós quem direcionamos o anúncio ao usuário”, esclarece Félix Ximenes. Ele garante que a Google não vende os dados pessoais de usuários a nenhum anunciante. O que a empresa vende é espaço publicitário de forma otimizada.
Muitas acreditam que os funcionários da Google possam acessar sua conta, checar seus emails ou saber quais os assuntos que você mais busca na intenet. Quem tem algum conhecido trabalhando na empresa pode até se apavorar com essa ideia que, apesar de absurda, tem fundamento. “Tecnicamente é possível sim, mas pela nossa política interna não. Temos códigos de conduta muito severos e há punições sérias em caso de descumprimento”, afirma categoricamente Félix Ximenes.
Então, relaxe e googue à vontade. O que a Google faz com as informações que você disponibiliza em qualquer um de seus serviços é assocíá-las a um banco de dados. Ninguém monitora o que você faz. Mas o que interessa a você em termos de consumo é extremamente valioso para a empresa. “Angariar essas informações, montar um banco de dados e disponibilizar indistintamente dados pessoais é ilegal. Mas não me parece ilegal o que a Google faz”, avalia o advogado especialista em direito da internet, Bernardo Grossi.
Além de ler atentamente a Política de Privacidade e os Termos de Serviço da Google, o advogado sugere que o internauta leia também os mesmos termos de outros provedores de serviço web. “Assim, ele poderá comparar cada um deles e definir qual parece oferecer mais segurança e clareza”, diz.
Análise e prevenção
Quer saber quais serviços da Google são interconectados em seu perfil? Não há mistério. Basta acessar o Painel de Controle, o Google Dashboard. Nele estão listados todos os produtos e serviços que você utiliza e mostra um resumo dos dados associados a cada produto que você usa quando conectado em uma conta. Desta forma você poderá compreender melhor quais informações são coletadas.
Por meio do Dashboard você pode ainda alterar todas as suas configurações e dados pessoais. Lá estão listados todos os links que lhe permitem controlar suas configurações pessoais. Na opção “Conta Google”, por exemplo, você confere quais os sites estão autorizados a acessar sua conta e pode restringir ou não esse acesso.
Se depois de rever todas as suas configurações de privacidade você ainda não se sentir seguro em fazer uma pesquisa no Google ou buscar um vídeo no YouTube, você pode fazê-lo de forma anônima. Basta efetuar logout, selecionando o link que fica no canto superior direito do navegador de qualquer uma das páginas de serviços do Google.
Caso utilize o navegador Chrome, para que seu uso seja feito de forma anônima você deve clicar no ícone de “configurações”, apresentado no canto superior direito com o desenho de uma chave de boca, e pedir para abrir uma nova janela anônima. Todo o conteúdo que você acessar não será salvo pelo Google.
Já quanto ao uso do email você não tem muita opção. Se gosta do Gmail, confie em sua utilização. Se não confia, escolha outro. A Google lamenta.