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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 27/09/2016 12:00 / atualizado em 27/09/2016 08:16

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Desencanto. É preciso explicar?

Para explicar, é melhor consultar os dicionários. O significado é uma extrema bobagem O verbete vem assim: “Ato de desencantar, desengano, quebra do encantamento”. Então, a coluna traduz melhor: no popular, nem aí. É, isso mesmo, é o que revela, faltando menos de uma semana para a eleição em Belo Horizonte, a pesquisa do Giga Instituto, que teve campo até domingo.

No levantamento espontâneo, apenas 17% declaram voto em João Leite (PSDB) e 15% em Alexandre Kalil (PHS). Os que não votarão em ninguém, é, ninguém, ou anular o voto, chegam a 27%. Quase um terço do eleitorado né. Pode ficar pior? Pode: os que estão indecisos ou declaram a intenção de votar em branco somam 30%. Fez as contas? Mais da metade do eleitorado.

É claro que na pesquisa estimulada, quando é apresentado o cartão com os nomes dos candidatos, a situação melhora, especialmente para João Leite. Ele vai a 26%, contra 19% de Kalil. Melhora pouquinho, porque somando indecisos, votos em branco ou nulo ainda restam 39%. Muito alto para tempo tão curto até domingo.

Tudo bem que, parafraseando Carlos Drummond de Andrade, no meio do caminho tinha uma Olimpíada, tinha uma Olimpíada no meio do caminho. E teve também a Paralimpíada, que levou mais público às competições.

Vale ressaltar que os ingressos eram mais baratos. Em tempos bicudos, pode ser isso, mas é bem mais provável que prevaleceu o sentimento de solidariedade e de admiração dos brasileiros pelo esforço de quem supera as dificuldades. Deficiências, a coluna ressalva: me poupe!. Pura falta de respeito. E ainda pede desculpas até por fazer essa ressalva.

Ainda no meio do caminho, de novo parafraseando Drummond, tinha uma pedra no meio do caminho para Alexandre Kalil, o grau de rejeição, que é, dentro da margem de erro, a metade do eleitorado. Na pesquisa estimulada, o índice é nada menos que 44% dos que declaram que não votam nele de jeito nenhum. A mesma questão para João Leite mostra 33%.

Como se vê, metade e um terço. O que isso significa não tem margem de erro: os eleitores belo-horizontinos já elegeram a preguiça que eles têm dos políticos. Os políticos em geral, nem João Leite nem Kalil são os culpados. É apenas o retrato do desencanto lá do título com toda a classe política.

No avião da PF

Para desembarcar um pouco das questões eleitorais, é melhor mudar um pouco de assunto e registrar que o ex-ministro Antonio Palocci (PT) dos governos Lula e Dilma embarcou ontem, em avião da Polícia Federal, para Curitiba. Era tudo o que ele não queria, cair nas mãos do juiz Sérgio Moro, principal personagem da Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), que comandam a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o país já teve. Vale registrar que a informação é do próprio MPF, que trata a questão como um “imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobras”.

E no submarino

Ainda é investigação preliminar, mas o ex-ministro Antonio Palocci é investigado também por ter tido vantagens, digamos assim, na negociação de compra de um submarino nuclear. Trata-se do Programa Nuclear da Marinha e o de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). Então, é melhor Palocci tentar submergir desse assunto. Mas ele corre o risco de se afogar, à medida que a Polícia Federal aprofundar – não é, nesse caso, trocadilho não, é coisa séria – as investigações. Mas não dá para resistir. Embarque no avião e investigação de submarino, que meio de transporte falta?

Se não é palanque...
... mudou de nome. A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa (ALMG) tem nova audiência pública amanhã. Semana passada, foi sobre as ocupações em Belo Horizonte. Qual será o tema da audiência pública “Ocupações urbanas voltam a ser discutidas na ALMG”? Insistência pouca é bobagem, o tema agora é sobre a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Será que os participantes pelo menos lavaram as camisas vermelhas que usaram na primeira? Afinal, ela foi um palanque sem nem sequer despistar.

Caiu na rede...
...não é peixe. É pouco? Não para Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, partido que ela criou. Embora precise estar sempre tendo cuidado com sua conhecida – e ela não esconde – frágil saúde, Marina já esteve em 18 estados em campanha. Como pretende se candidatar de novo em 2018, tenta carregar o partido que criou nas costas, mas as pesquisas indicam que, mesmo com tanto esforço, pouco tem adiantado. Ela patina por todo lado. Não é para menos, a legenda tem apenas de 10 a 20 segundos, na maioria das vezes, nas propagandas das eleições municipais. A propósito, Marina estará hoje em BH e Betim.

Divórcio eleitoral

Todo o material publicitário de Cristine Lasmar (PMDB), candidata a prefeita em Oliveira, além do de diversos candidatos a vereador, continha a foto do ex-prefeito Ronaldo Resende. Viu o verbo no passado? Continha. Ele estava em impressos, cartazes, placas, folhetos, santinhos e adesivos. E em meios eletrônicos, como vídeo e internet (Facebook etc). Só que a Justiça Eleitoral determinou a retirada e o cancelamento da distribuição de tudo. A questão é que Ronaldo responde a processo na Justiça Federal por denúncia de gestão fraudulenta quando estava na prefeitura. Aliás, suas contas foram rejeitadas pela Câmara Municipal de Oliveira. Em tempo: o santinho novo da campanha divorciou Ronaldo de Cristine. Ele não aparece mais na propaganda.

PINGAFOGO


Bola pra frente, que atrás vem gente. Ihh! Não, o ditado não serve para a eleição de prefeito em Belo Horizonte. Melhor corrigir: bola pra frente que atrás não vem gente.

É o que deixa claro, claríssimo, a pesquisa publicada hoje. João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) estão tão na frente que os demais nem pontuam direito. Pela margem de erro, vale ressaltar.

Do futebol para a sinuca: o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, está pela bola sete. Por causa de suas declarações sobre a Operação Lava-Jato.

Traduzindo: bola sete se refere à pessoa que está no fio da navalha. Na expressão mais comum, na corda bamba. O presidente Michel Temer ficou irritado, para dizer o mínimo, com a atitude de Moraes.

No site da Assembleia Legislativa, desde de manhã, três notícias. Só agenda. Relatava programas da TV Assembleia, de seminário de ensino a distância, sobre a Proclamação da República, e outro sobre uso de marcapassos.

Para distrair, o site da ALMG anunciava show do grupo Serelepe. É, última semana das eleições...

 

 


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