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Estado de Minas

Distância entre Temer e Dilma a cada dia fica mais evidente

No primeiro encontro após a carta-bomba, Dilma e Temer deixaram claro que manterão apenas relações institucionais


postado em 10/12/2015 06:00 / atualizado em 10/12/2015 08:01

Combinamos, eu e a presidente, que teremos uma relação pessoal institucional e a mais fértil possível - Michel Temer (PMDB), vice-presidente, ao deixar o Planalto, nessa quarta-feira (9) (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil )
Combinamos, eu e a presidente, que teremos uma relação pessoal institucional e a mais fértil possível - Michel Temer (PMDB), vice-presidente, ao deixar o Planalto, nessa quarta-feira (9) (foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil )

Brasília – Um encontro de pouco mais de uma hora entre a presidente da República, Dilma Rousseff (PT) e o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), transformou a aliança política entre PT e PMDB em uma relação meramente institucional. Foi o primeiro encontro após a divulgação da carta na qual o peemedebista queixa-se de se sentir “desprestigiado” na relação com a titular do Planalto. E o afastamento foi oficializado. Não deixaram nem mesmo se fotografar juntos. “Combinamos, eu e a presidenta, que teremos uma relação pessoal institucional e a mais fértil possível”, limitou-se a declarar o vice-presidente, em breve entrevista após a reunião.

Em nota, Dilma reiterou as palavras do vice. “Na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do país”, declarou Dilma.

Ambos não se falavam pessoalmente desde a quinta-feira. Antes do encontro com a presidente, Dilma chamou o chefe da Casa Civil, ministro Jaques Wagner, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. Enquanto Temer concedia entrevista na Vice-presidência, após a reunião, o quarteto reuniu-se novamente no Palácio do Planalto. A percepção é de que, após a reunião dessa quarta-feira, Temer se desvencilhara de qualquer compromisso para trabalhar pelo afastamento da presidente. “Depois falam que não é golpe. Esse gesto pode pegar mal para ele”, protestou um aliado de Dilma.

As sucessivas reuniões mantidas pelo vice nos últimos dois dias no Palácio do Jaburu foram encaradas como elemento de conspiração explícita por interlocutores do governo. “Temer aliou-se a Eduardo Cunha. Isso é explícito. Os dois trabalharam juntos para derrubar o líder (do PMDB) Leonardo Picciani (RJ) do comando da bancada de deputados, nas manobras para beneficiar o presidente da Câmara no Conselho de Ética. Eles vão trabalhar pelo afastamento da Dilma”, aposta um petista graúdo.

Pelo lado do vice-presidente, a cautela passou a ser a tônica. Confortável no caminho que escolheu, Temer concordou com o encontro, mas deixou claro que o seu pensamento estava retratado na longa e dura carta encaminhada à principal mandatária do país. Tanto que, um dia depois de o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a instalação da Comissão Especial que discutiria o processo de afastamento da petista, o peemedebista afirmou não ver nada demais no embate político ocorrido no Congresso.

“A Câmara dos Deputados tomou ontem (terça-feira) deliberação no exercício legítimo de sua competência e posteriormente, em face de medida judicial, suspendeu temporariamente esta medida preliminarmente para o exame posterior pelo plenário”, afirmou, após deixar a sede da Vice-Presidência em Brasília. Para o peemedebista, isso apenas revela que as instituições brasileiras estão em pleno funcionamento. “Isso revela, exatamente, que nós vivemos em um regime de normalidade democrática extraordinária. Nós devemos preservar aquilo que as instituições estão fazendo e revelar, com isso, a democracia plena do país”, complementou o peemedebista.


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