Os aviões andam perseguindo os socialistas que decidem se candidatar. Um deles tirou a vida do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) em plena corrida presidencial. Agora, foi a vez de Júlio Delgado (PSB-MG), candidato à Presidência da Câmara dos Deputados, passar maus bocados a bordo de um Embraer 190-200, o maior fabricado pela indústria aeronáutica.
A aeronave estava a caminho de Porto Alegre quando teve problemas mecânicos. Desceria no Aeroporto Salgado Filho, mas fez pouso forçado na Base Aérea de Canoas. Com umas remadas mais fortes, Júlio Delgado logo chegou ao Palácio do Piratini, onde teve encontro com o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), acompanhado de colegas socialistas para pedir votos na eleição presidencial.
Júlio quer arremeter, ganhar altura e tentar deixar em voo rasante os adversários Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na conquista dos votos que vão definir o presidente da Câmara em 1º de fevereiro, um domingo. E ele pode até aproveitar para ir à missa e agradecer ter saído ileso do incidente aeronáutico e, quem sabe, seja vitorioso e se torne presidente, o terceiro na linha de sucessão do comando do país. Se Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) deixarem o país, por exemplo, em caso de vitória, Júlio se sentaria na cadeira mais importante do Palácio do Planalto.
Os aviões rondam as duas últimas principais candidaturas do PSB. A de Eduardo Campos, que terminou em tragédia. E agora a de Júlio, “depois do susto que passei”, mas que teve um final feliz.
A felicidade, no entanto, só será total se Júlio Delgado conseguir alçar voo e vencer as eleições no Legislativo. Nesse caso, terá que levantar as mãos para os céus.
P.S.: No catolicismo, Hosana nas alturas pode ser traduzida assim: “Salve-nos agora, ó Tu que habitas nas maiores alturas”.
A briga de titãs
É, parece que a ministra da Agricultura, presidente licenciada da poderosa Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abtreu (PMDB-TO), terá de deixar de lado seus afazeres na Esplanada dos Ministérios para atender aos desejos da presidente Dilma Rousseff (PT), que quer eleger Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a Presidência da Câmara dos Deputados. É que a Frente Parlamentar da Agricultura saiu na dianteira e divulgou manifesto em defesa da candidatura adversária de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o cargo. A bancada ruralista é a maior da Câmara dos Deputados. E pode ser decisiva para definir o vencedor.
Aposta mineira
Quem percorreu o Nordeste em campanha junto com o candidato à Presidência da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi o deputado Fábio Ramalho (PV-MG). Fabinho Liderança, como é mais conhecido, esteve com Chinaglia em Sergipe, Paraíba, Bahia, Pernambuco e Alagoas, de onde voltou para Brasília. Chinaglia ainda esteve no Rio Grande do Norte e no Ceará. Para Fabinho Liderança, “as coisas estão melhorando muito para ele”. E chega a arriscar um palpite: “Arlindo vai ganhar a eleição”. É, o prognóstico está feito, mas o resultado só no painel eletrônico da Câmara. Sem os nomes, porque o voto na eleição é secreto.
Tomou posse ontem o novo controlador-geral de Minas Gerais, Mario Vinícius Spinelli (foto), e já recebeu do governador Fernando Pimentel (PT) a missão de combater e prevenir a corrupção na administração do estado. E experiência para isso não falta a Mario Spinelli. Ele é funcionário de carreira na Controladoria Geral da União (CGU) e já trabalhou também no Tribunal de Contas do Estado. Foi ele, na Controladoria Geral do Município de São Paulo, que desmantelou a chamada Máfia dos Fiscais, que desviou quase R$ 1 bilhão do Imposto Sobre Serviços (ISS) dos cofres da Prefeitura de São Paulo.
Amizade tucana
Ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica no governo Fernando Henrique Cardoso e ex-presidente da Sabesp na gestão do então governador José Serra (PSDB), Gesner Oliveira é leal aos amigos. Hoje consultor, vai promover teleconferência com o senador paulista. Serra vai falar sobre “Desafios e cenários para a política econômica brasileira”. E enche a bola do amigo: “Como um dos principais líderes da oposição, Serra, ex-ministro de Planejamento, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, foi eleito para o Senado nas últimas eleições com 11 milhões de votos”. O horário da teleconferência até que é adequado para Serra, que não gosta de acordar cedo: quinta-feira, às 13h30.
Não está prosa
Uberlândia está igual ao Aberlardo Barbosa, o saudoso Chacrinha: “Está com tudo e não está prosa”. O jornal irlandês The Irish Times destacou a cidade na edição de sábado. Mas por que tudo isso? É que a cidade do Triângulo Mineiro vai abrigar a equipe da Irlanda para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do ano que vem. Recebeu rasgados elogios por sua infraestrutura e agradou ao chefe da missão para a equipe irlandesa. Kevin Kilty disse que Uberlândia é “uma cidade relativamente nova, moderna, com todas as instalações que a equipe precisa, embora não esteja muito próxima do Rio de Janeiro, cidade-sede dos jogos”.
PINGAFOGO
Apagão de energia elétrica atingiu ontem Belo Horizonte e o interior de Minas Gerais, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amapá. E, é claro, também o Distrito Federal.
O fato de chegar à capital do país mostra mais claramente ainda – sem trocadilho, por favor – que o governo deve explicações. Afinal, foi o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que mandou reduzir a carga distribuída. Desse jeito, qualquer dia dá apagão é no governo.
A gripe do frango nos Estados Unidos, em estados importantes como Washington, Califórnia e Oregon, pode favorecer a exportação mineira para a China, que já determinou a suspensão das compras dos produtos americanos com a ave.
Pode vir a ser um verdadeiro negócio da China. O país é responsável por nada menos que 15% do consumo de frango no mundo. E produtores mineiros podem suprir parte da demanda dos chineses com o embargo.
O governador do Rio Grande do Sul, o peemedebista José Ivo Sartori (foto), recuou e desistiu de aumentar o seu próprio salário. Calma, gente! Não foi altruísmo. Foi pressão popular dos gaúchos mesmo!
Só faltava essa, a Petrobras se fazer de vítima em tamanho esquema de corrupção no Brasil e nos Estados Unidos. Quem acusa é advogado de uma empreiteira. Pelo jeito, deve saber das coisas que acontecem por lá.