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Estado de Minas

Pressionado, Feliciano diz que abandona comissão se mensaleiros deixarem CCJ

Pastor disse que irá largar a Comissão de Direitos Humanos desde que Genoino e João Paulo, julgados culpados no caso, saiam da Comissão de Constituição e Justiça. Líder do PT na Casa vê desaforo


postado em 10/04/2013 06:00 / atualizado em 10/04/2013 08:39

Na reunião de ontem, o pastor novamente se recusou a renunciar, mas decidiu reabrir ao público as sessões da comissão que preside(foto: Antônio Cruz/ABr)
Na reunião de ontem, o pastor novamente se recusou a renunciar, mas decidiu reabrir ao público as sessões da comissão que preside (foto: Antônio Cruz/ABr)

Brasília – A tão esperada conversa do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) com as lideranças parlamentares e a Mesa Diretora da Câmara, marcada para a última terça-feira, serviu para esquentar ainda mais a arranhada relação do parlamentar com o PT. Ao ser pressionado a deixar o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), o pastor condicionou a renúncia à saída dos réus condenados no processo do mensalão José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O líder petista, José Guimarães (CE), classificou a proposta de “provocação” e “desaforo”. Sem a contrapartida, Feliciano disse que fica, mas saiu do encontro com uma bronca do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que o obrigou a reabrir as sessões do colegiado: “Ele vai ter que se comportar”.

Enquanto alguns líderes, como o do PSDB, Carlos Sampaio (SP), se recusaram a participar do encontro porque não vislumbravam qualquer alternativa para a crise, outros saíram dele decepcionados. “Foi uma reunião totalmente desnecessária, sem efeito algum, não deveria nem ter participado, foi só para ouvir desaforos”, reclamou José Guimarães, referindo-se à condição imposta por Feliciano para deixar o comando da CDHM. “Quando ele disse que não ia renunciar e pediu que tivéssemos misericórdia, porque estava sendo perseguido, foi desanimador”, comentou Ivan Valente (SP), líder do PSOL. “Ele quer se manter a qualquer custo, está se colocando como vítima para aproveitar o momento a seu favor e acaba aumentando o impasse”, reclamou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Os apelos pela saída, porém, não foram unânimes. Muitos líderes evitaram falar e outros defenderam o direito de o pastor se manter na presidência do colegiado. “É lógico que é uma situação delicada para a imagem da Casa, mas, regimentalmente, não há nada a ser feito. Todos temos direito de nos manifestar dentro dos limites da lei”, argumentou o líder do PSD, Eduardo Sciarra (PR). Com o apoio de parte dos colegas, Feliciano saiu do encontro sentindo-se fortalecido. “A maioria dos líderes foi a favor da minha permanência, porque é regimental. Eu fico, fui eleito democraticamente. Estou tentando viver, estou com seis quilos a menos. Me deem uma chance de trabalhar”, disse.

Manifestantes

A autoconfiança do pastor, porém, esbarrou no Regimento da Casa e na irritação de Henrique Alves. A decisão tomada por Feliciano, na semana passada, de fechar as próximas sessões da CDHM teve que ser revogada. “Essa história de comissão proibir o acesso do povo às suas reuniões é inviável, aqui é a Casa do povo”, declarou o peemedebista. A entrada de manifestantes nas reuniões, a partir de agora, só poderá ser proibida se os protestos atrapalharem a sessão.

Além de exigir a abertura da comissão, Henrique Alves também criticou o comportamento e os comentários de Feliciano. “Ele não pode associar a sua palavra de presidente da comissão e de pastor, não pode ser aqui uma pessoa, exercer a presidência, que tem dever de agregar, e sair daqui e ter uma posição diferenciada, em conflito com as minorias”, ponderou. “O compromisso dele agora é que vai se comportar respeitosamente aqui e fora daqui.”

Apesar de não haver mais possibilidades regimentais para Feliciano deixar o comando da CDHM, parlamentares contrários ao pastor ainda estudam medidas alternativas. Por meio de projetos de resolução a serem apresentados à Mesa Diretora, eles querem aumentar o número de integrantes do colegiado, o que poderia esvaziar a hegemonia evangélica na atual composição, ou permitir que um presidente de comissão possa ser deposto do cargo pelo Conselho de Ética em caso de quebra de decoro – atualmente, a única punição possível é a perda de mandato. “Ainda vamos encontrar uma saída”, promete André Figueiredo.


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